Passagens sobre Ninguém

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Frases sobre ninguém, poemas sobre ninguém e outras passagens sobre ninguém para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

O Necessário não é Propriamente um Bem

Toda a vida, em meu entender, é uma mentira: já que és tão engenhoso, critica-a e recondu-la ao caminho da verdade. Ela considera como necessárias coisas que em grande parte não passam de supérfluas; e mesmo as que não são supérfluas não contribuem em nada para nos dar bem estar e felicidade. Pelo facto de ser necessária, uma coisa não é, desde logo, um bem; ou então degradamos o conceito de «bem», dando este nome ao pão, à polenta e a tudo o mais imprescindível à vida. Tudo o que é bem, é, por isso mesmo, necessário, mas o que é necessário não é forçosamente um bem: há muita coisa necessária e, simultaneamente, de baixo nível.
Ninguém é tão ignorante da dignidade do bem que degrade o conceito ao nível dos objectos de uso diário. Pois bem, não seria melhor que te aplicasses antes a mostrar todo o tempo que se perde na busca de superfluidades, a apontar como tanta gente desperdiça a vida na busca do que não passa de meios auxiliares? Observa os indivíduos, considera a sociedade: todos vivem em função do amanhã! Não sabes que mal há nisto? O maior possível. Essa gente não vive, espera viver,

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NINGUÉM OUSE ACONSELHAR OS OUTROS ANTES DE SEGUIR SEUS PRÓPRIOS CONSELHOS.

Eu não quero acabar com o trabalho de ninguém, repórteres tem que escrever algo e se eles não tem nada real para escrever eles inventam.

Não se Ama Alguém Senão pelas Qualidades Aparentes

Um homem que se põe à janela para ver quem passa, se eu passar, poderei dizer que ele se pôs lá para me ver? Não, pois ele não pensa em mim em particular. Mas aquele que ama alguém por causa da sua beleza, ama-o? Não; porque a varíola, que matará a beleza sem matar a pessoa, fará com que ele deixe de a amar.
E se me adiam pelo meu juízo, pela minha memória, amam-me, a mim? Não; porque eu posso perder estas qualidades sem me perder a mim mesmo. Onde está pois este eu, se não está nem no corpo nem na alma? E como amar o corpo ou a alma, senão por essas qualidades que não são o que faz o eu, visto que podem perecer? Pois, amar-se-á a substância da alma de uma pessoa abstractamente e as qualidades que lá estiverem? Isso não pode ser e seria injusto. Logo não se ama nunca a pessoa, mas somente as qualidades. Portanto, que não se riam mais daqueles que se fazem honrar pelos cargos e ofícios, pois não se ama ninguém senão pelas qualidades aparentes.

O que importava era o traço dourado, o traço mágico que ela havia imprimido na vida dele e que ninguém poderia tirar.

A Soberania da Alma

A alma sabe que as verdadeiras riquezas nĂŁo se encontram onde nĂłs as amontoamos: Ă© a alma que nĂłs devemos encher, nĂŁo o cofre! Ă€quela devemos nĂłs conceder o domĂ­nio sobre tudo, atribuir a posse da natureza inteira de modo a que os seus limites coincidam com o oriente e o ocaso, a que a alma, identicamente aos deuses, tudo possua, olhando soberanamente do alto os ricos e as suas riquezas – esses ricos a quem menos alegria proporciona o que tĂŞm do que tristeza lhes dá o que aos outros pertence! Quando se eleva a tais alturas, a alma passa a cuidar do corpo (esse mal necessário!), nĂŁo como amigo fiel, mas apenas como tutor, sem se submeter Ă  vontade de quem está sob sua tutela.
NinguĂ©m pode simultaneamente ser livre e escravo do corpo: para já nĂŁo falar de outras tiranias que o excessivo cuidado com ele nos impõe, a soberania do corpo tem exigĂŞncias que sĂŁo autĂŞnticos caprichos. A alma desprende-se dele ora com serenidade, ora de firme propĂłsito – busca a sua saĂ­da sem se importar com a sorte dessa pobre coisa que para aĂ­ fica! NĂłs nĂŁo ligamos importância aos pĂŞlos da barba ou aos cabelos que acabámos de cortar;

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Nada é mais real que um sonho. As responsabilidades não precisam de o apagar.Os deveres não precisam de o obscurecer. Porque o sonho está dentro de ti, ninguém o pode tirar.

Dois Rumos

Mentir, eis o problema:
minto de vez em quando
ou sempre, por sistema?

Se mentir todo dia,
erguerei um castelo
em alta serrania

contra toda escalada,
e mais ninguém no mundo
me atira seta ervada?

Livre estarei, e dentro
de mim outra verdade
rebrilhará no centro?

Ou mentirei apenas
no varejo da vida,
sem alĂ­vio de penas,

sem suporte e armadura
ante o império dos grandes,
frágil, frágil criatura?

Pensarei ainda nisto.
Por enquanto nĂŁo sei
se me exponho ou resisto,

se componho um casulo
e nele me agasalho,
tornando o resto nulo,

ou adiro Ă  suposta
verdade contingente
que, de verdade, mente.

Sou um homem que um dia, ao abrir a janela, descobriu esta coisa importantíssima: que a natureza existe. Verifiquei que as árvores, os rios, as pedras são coisas que verdadeiramente existem. Nunca ninguém tinha pensado nisto. Não pretendo ser mais que o maior poeta do mundo. Fiz a maior descoberta que nenhum antes fez e ao pé da qual todas as outras descobertas são entretimentos de crianças estúpidas. Dei pelo universo. Os gregos, com toda a sua nitidez visual, não fizeram tanto.

Feliz de quem recebeu do céu um pedaço de pão e não precisa de agradecer a ninguém além do próprio céu.

Ăšltimo Sonho De “soror Saudade

Ă€quele que se perdera no caminho…

Soror Saudade abriu a sua cela…
E, num encanto que ninguém traduz,
Despiu o manto negro que era dela,
Seu vestido de noiva de Jesus.

E a noite escura, extasiada, ao vĂŞ-la,
As brancas mĂŁos no peito quase em cruz,
Teve um brilhar feérico de estrela
Que se esfolhasse em pétalas de luz!

Soror Saudade olhou…Que olhar profundo
Que sonha e espera?…Ah! como Ă© feio o mundo,
E os homens vĂŁos! — EntĂŁo, devagarinho,

Soror Saudade entrou no seu convento…
E, até morrer, rezou, sem um lamento,
Por Um que se perdera no caminho!…

Ninguém alcança o que não possui de nascença, e o que te é estranho não o podes cobiçar.

E nas mensagens que nos chegam sem parar, ninguém pode notar, estão muito ocupados pra pensar.