Tu e Eu Meu Amor
Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
Ă© o nu contra o nu.Nua a mĂŁo que segura
outra mĂŁo que lhe Ă© dada
nua a suave ternura
na face apaixonada
nua a estrela mais pura
nos olhos da amada
nua a ânsia insegura
de uma boca beijada.Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
Ă© o nu contra o nu.Nu o riso e o prazer
como Ă© nua a sentida
lágrima de não ver
na face dolorida
nu o corpo do ser
na hora prometida
meu amor que ao nascer
nus viemos Ă vida.Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
Ă© o nu contra o nu.Nua nua a verdade
tĂŁo forte no criar
adulta humanidade
nu o querer e o lutar
dia a dia pelo que há-de
os homens libertar
amor que a eternidade
Ă© ser livre e amar.
Poemas sobre Fortes de Manuel da Fonseca
2 resultadosPoemas da Infância
Segundo
Quando foi que demorei os olhos
sobre os seios nascendo debaixo das blusas,
das raparigas que vinham, Ă tarde, brincar comigo?…
… Como nasci poeta
devia ter sido muito antes que as mĂŁes se apercebessem disso
e fizessem mais largas as blusas para as suas meninas.
Quando, nĂŁo sei ao certo.Mas a histĂłria dos peitos, debaixo das blusas,
foi um grande mistério.
TĂŁo grande
que eu corria até ao cansaço.
E jogava pedradas a coisas impossĂveis de tocar,
como sejam os pássaros quando passam voando.E desafiava,
sem razĂŁo aparente,
rapazes muito mais velhos e fortes!
E uma vez,
de cima de um telhado,
joguei uma pedrada tĂŁo certeira
que levou o chapéu do Senhor Administrador!Em toda a vila
se falou logo num caso de polĂtica;
o Senhor Administrador
mandou vir da cidade uma pistola,
que mostrava, nos cafés, a quem a queria ver;
e os do partido contrário
deixaram crescer o musgo nos telhados
com medo daquela raiva de tiros para o cĂ©u…Tal era o mistĂ©rio dos seios nascendo debaixo das blusas!