Passagens sobre CalĂșnia

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A ociosidade Ă© a mĂŁe da maledicĂȘncia, da calĂșnia e da intriga, coisas a que eu jĂĄ nĂŁo sei se hei-de chamar vĂ­cios se virtudes, tĂŁo habituada estou a vĂȘ-los morar em lĂĄbios tidos como santos por este mundo que Ă© com certeza o melhor dos mundos possĂ­veis e imaginĂĄveis.

A Melhor Forma de Combater o Inimigo Ă© tĂȘ-lo perto de Ti

Se receias que alguĂ©m se aproveite da tua ausĂȘncia para fazer queixas ou espalhar calĂșnias contra ti, arranja um pretexto amigĂĄvel e pede-lhe que te acompanhe na viagem, na caçada ou na guerra. Vigia-o e, quando estiveres na sua companhia, Ă  mesa ou noutro sĂ­tio, nĂŁo deixes que se afaste. De igual modo, para evitar que uma nação aproveite uma das tuas expediçÔes para te declarar guerra, leva contigo o escol dessa nação – como se nĂŁo tivesses aliados mais fiĂ©is -, mas procura que essa gente seja escoltada por um pequeno grupo de homens armados dedicados ao teu serviço.

A Armadura

Desenganos, traiçÔes, combates, sofrimentos,
Numa vida jĂĄ longa acumulados, vĂŁo
— Como sobre um paul contínuos sedimentos,
Pouco a pouco envolvendo em cinza o coração.

E a cinza com o tempo atinge uma espessura
Que nem os mais cruéis desesperos abalam;
É como tenebrosa, impávida armadura
Ou couraça de bronze em que os golpes resvalam.

Impermeåvel da Inveja à peçonhenta bava,
Nela a CalĂșnia embota os seus dentes ervados;
Não hå braço que possa amolgå-la, nem clava
Que nesse duro arnĂȘs se nĂŁo faça em bocados.

E no entanto, através dessas rijas camadas,
Ou rompendo por entre as juntas da armadura,
Escorrem muita vez gotas ensanguentadas
Que o coração verteu dalguma chaga obscura…

Saber resistir Ă  violĂȘncia Ă© forte, mas vulgar; saber resistir Ă  calĂșnia e aos motejos Ă© maior esforço e mais raro.

Grande misĂ©ria Ă© que nĂŁo bastem os serviços, o amor e a verdade para conservar a graça dos prĂ­ncipes e que baste a calĂșnia para se perder.

CompreensĂŁo SĂĄbia e Activa

A primeira condição para libertar os outros Ă© libertar-se a si prĂłprio; quem apareça manchado de superstição ou de fanatismo ou incapaz de separar e distinguir ou dominado pelos sentimentos e impulsos, nĂŁo o tomarei eu como guia do povo; antes de tudo uma clara inteligĂȘncia, eternamente crĂ­tica, senhora do mundo e destruidora das esfinges; banirĂĄ do seu campo a histeria e a retĂłrica; e substituirĂĄ a musa trĂĄgica por PlatĂŁo e os geĂłmetras.
Hei-de vĂȘ-lo depois de despido de egoĂ­smo, atente somente aos motivos gerais; o seu bem serĂĄ sempre o bem alheio; terĂĄ como inferior o que se deleita na alegria pessoal e nĂŁo pĂ”e sobre tudo o serviço dos outros; Ă  sua felicidade nada falta senĂŁo a felicidade de todos; esquecido de si, batalharĂĄ, enquanto lhe restar um alento, para destruir a ignorĂąncia e a misĂ©ria que impedem os seus irmĂŁos de percorrer a ampla estrada em que ele marcha.
Nenhuma vontade de domĂ­nio; mandar Ă© do mundo das aparĂȘncias, tornar melhor de um sĂłlido universo de verdades; se tiver algum poder somente o veja como um indĂ­cio de que estĂŁo ainda muito baixos os homens que lho dĂŁo; incite-o o sentir-se superior a mais nobre e rude esforço para que se esbatam e percam as diferenças;

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Aqui, Onde O Talento Verdadeiro

Aqui, onde o talento verdadeiro
NĂŁo nega o povo o merecido preito;
Aqui onde no pĂșblico respeito
Se conquista o brasĂŁo mais lisonjeiro.

Aqui onde o gĂȘnio sobranceiro
E, de torpes calĂșnias, ao efeito,
JesuĂ­na, dos zoilos a despeito,
És tu que ocupas o lugar primeiro!

Repara como o povo te festeja…
VĂȘ como em teu favor se manifesta,
Mau grado a mĂŁo, que, oculta, te apedreja!

Fazes bem desprezar quem te molesta;
Ser indif’rente ao regougar da inveja,
“Das almas grandes a nobreza Ă© esta.”

Quem tudo suporta em silĂȘncio – calĂșnia, agressĂ”es, injĂșrias – conquista uma autoridade moral que faz calarem os opositores e transforma aversĂŁo em admiração.

Porque NĂŁo Te Calas?

O silĂȘncio – porque nĂŁo te calas? Decerto, como depois da morte, cair-te-ĂĄ em cima uma horda de malfeitores que se defendem na calĂșnia e no insulto para seres tu a defender-te da ofensa deles. Ser o primeiro a caluniar Ă© ficar logo por cima. A nĂŁo ser, como nas aldeias, que respondas com outro insulto. E a razĂŁo ficarĂĄ entĂŁo com quem tiver melhor pulmadura.