Passagens sobre Consciência

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Convicção – Palavra que permite pôr, com a consciência tranquila, o tom da força ao serviço da incerteza.

Como a ilusão da espécie, a moral força o indivíduo a sacrificar-se pelo futuro: atribui-lhe, aparentemente, um valor infinito, para que, com a consciência do seu valor, tiranize as outras tendências da sua natureza, o subjugue e o impeça de estar satisfeito consigo.

Não existe testemunha tão terrível, nem acusador tão implacável quanto a consciência que mora no coração de cada homem.

A Vida é uma Busca

A vida é uma busca — uma busca constante, uma busca desesperada, uma busca sem esperança, uma busca de algo que não se sabe o que é. Há um forte impulso para procurar, mas não se sabe o que se procura. E há um certo estado de espírito em que nada daquilo que consegue lhe dará qualquer satisfação. A frustração parece ser o destino da humanidade, porque tudo aquilo que se obtém perde o sentido no momento exacto em que se consegue. Começa-se novamente a procurar.
A busca continua, quer se consiga alguma coisa ou não. Parece ser irrelevante o que se tem e o que não se tem, pois a busca continua de qualquer maneira. Os pobres andam à procura, os ricos andam à procura, os doentes andam à procura, os que estão bem andam à procura, os poderosos andam à procura, os estúpidos andam à procura, os sensatos andam à procura – e ninguém sabe exactamente de quê.

Essa mesma procura — o que é e porque existe — tem de ser compreendida. Parece haver um hiato no ser humano, na mente humana. Na própria estrutura da consciência humana parece haver um buraco, um buraco negro.

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A Velocidade do Tempo é Infinita

A velocidade do tempo é infinita, e só quando olhamos para o passado, é que temos consciência disso. O tempo ilude quem se aplica ao momento presente, de tal modo é insensível a passagem do seu curso vertiginoso. Queres saber porquê? Porque todo o tempo passado se acumula num mesmo lugar; todo o passado é contemplado em bloco, forma uma totalidade; todo ele se precipita no mesmo abismo. De resto, não é possível delimitar grandes intervalos nesta nossa vida tão breve. A existência humana é um ponto, é menos que um ponto. Só por troça é que a natureza deu a tão diminuta existência a aparência de uma grande duração, dividindo-a em infância, em adolescência, em juventude, em período de transição da juventude à velhice, finalmente em velhice. Tantos períodos num tão exíguo espaço de tempo!
(…) Habitualmente não me parecia tão veloz a passagem do tempo; agora, porém, parece-me incrivelmente rápida, talvez porque sinto aproximar-se o fim, talvez porque passei a dar-lhe atenção e a avaliar o desgaste que em mim provoca.
Por isso mesmo me causa indignação ver como as pessoas gastam em futilidades a maior parte de uma vida que, mesmo dispendida com a maior parcimónia,

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As comunidades costumam ter menor sentido de responsabilidade e menos escrúpulos de consciência que os indivíduos.

As Restrições dos Guardiões Morais

Parece-me a mim que o pressuposto em que se baseiam as acções restritivas dos nossos guardiões morais é simplesmente o de que o acesso à literatura proibida nos pode levar a comportar-se como animais. Mas pensar assim é insultar o reino animal. E, ao mesmo tempo, transformar paixão, o maior atributo do homem, numa caricatura. A gama da paixão humana é quase ilimitada, atingindo alturas e profundidades impensáveis. Precisamente por abarcar tais extremos é a paixão a autêntica pedra de toque da nossa humanidade, e talvez também da nossa divindade. De todas as criaturas da terra, o homem é a única de comportamento imprevisível. Há em nós alguma coisa de toda a criação. Quando nos é negada a menor parcela de liberdade, ficamos espiritualmente limitados e mutilados. É a plena consciência da nossa natureza múltipla e a integração da miríade de elementos de que somos compostos que nos faz completos, que nos faz humanos. A religião faz de nós santos, ou apenas bons cidadãos, mas o que faz de nós homens, o que nos faz humanos até ao âmago, é a liberdade. É uma palavra terrível, a liberdade, para aqueles que viveram toda a vida mentalmente algemados.

Todas as Ideologias Profissionais São Nobres

Todas as ideologias profissionais são nobres: os caçadores, por exemplo, nunca sonhariam em se denominar carniceiros da floresta, afirmando, pelo contrário, a sua condição de legítimos amigos dos animais e da natureza; do mesmo modo, os comerciantes defendem o princípio do lucro honesto e os ladrões, por sua vez, adoptaram como seu o deus dos comerciantes, o distinto promotor das relações internacionais, Mercúrio. Não adianta muito, por isso, acreditar na imagem que uma determinada actividade assume na consciência daqueles que a exercem.

Se Tudo quanto Existe…

Se tudo quanto existe
é lenta evolução,
longa transformação
sem Deus e sem mistério;
se tudo no Universo tem sentido
sem o sopro divino;
se o segredo da vida, a criação,
se explica pela ciência,
e a corrente vital
é também consequência;
se a humana consciência
é simples equação…
— que significa a vocação do eterno,
que quer dizer a aspiração do Céu
e o terror do inferno?

E se acaso é o instinto a lei da vida,
se a verdade
é só necessidade
inexorável, lenta, laboriosa,

que sábia explicação
tem esta frágil, esta inútil rosa?

Liberdade Consciente ou Inconsciente

Aquilo que «actua» sobre mim só actua porque eu o escolhi como actuante. Não é porque alguém me ofenda que eu reajo violentamente, mas sim porque escolho tal ofensa como «móbil» da minha reacção. Tal escolha, porém, de um móbil, posso não reconhecê-la senão depois de se manifestar. Assim são normalmente os meus actos que me esclarecem sobre o que realmente sou, sobre aquilo que realmente escolhi, sobre a minha liberdade.
Mas isso não significa que eu seja «inconsciente», já que, segundo Sartre, o homem é consciência de ponta a ponta, em todos os seus aspectos. Simplesmente, há consciência posicional, reflectida, e consciência não-posicional, não reflectida. A minha liberdade é de facto consciente, mas só os meus actos claramente ma revelam. Em qualquer situação portanto, eu «sou consciência de liberdade». Assim a minha liberdade é o estofo do meu ser.

Ser real é assumir a própria promessa: assumir a própria inocência e retomar o gosto do qual nunca se teve consciência: o gosto do vivo.

A mercadoria é o núcleo econômico do sistema capitalista e, enquanto ela existir, seus efeitos se farão sentir na organização da produção e, conseqüentemente, na consciência.

O que pode ser acrescentado à felicidade do homem que goza de boa saúde, não tem dívidas e está com a consciência limpa?