Por vezes, estamos demasiado dispostos a crer que o presente é o único estado possível das coisas.
Passagens sobre Estado
688 resultadosAs Vozes do Silêncio
As estátuas de Olímpia, que tanto contribuem para nos ligar à Grécia, alimentam contudo também, no estado em que chegaram até nós – esbranquiçadas, quebradas, isoladas da obra integral -, um mito fraudulento da Grécia, não sabem resisitir ao tempo como um manuscrito, mesmo incompleto, rasgado, quase ilegível. O texto de Heráclito lança-nos clarões como nenhuma estátua em pedaços pode fazer, porque o significado é nele deposto de maneira diferente, é concentrado de forma diferente do que está concentrado nelas, e porque nada iguala a ductilidade da palavra. Enfim, a linguagem diz, e as vozes da pintura são as vozes do silêncio.
O que os homens chamam de civilização é o estado actual dos seus costumes e o que chamam de barbárie são os estados anteriores. Os costumes presentes serão chamados bárbaros quando forem costumes passados.
Vivemos Para os Momentos Futuros, e Não o Presente
A ânsia de matar tempo, de liquidar o espaço de dias entre um acontecimento e o que lhe sucede, transmite, tanto em casos de amor como em outros, fins importantes, um estado de alma que se preocupa exclusivamente em atingir esse alvo previamente estabelecido. Não se pensa em mais nada. Semelhante à situação criada quando se sabe de antemão que se vai encontrar determinada pessoa que nos interessa muito. Fica-se incapaz de articular palavra, de estreitar vínculo com quem quer que seja que se nos atravesse no caminho. Está-se a viver em outrem, num estado fora da relação humana do dia a dia. Nem sequer ouvimos os sons, arrepiamos a pele ao tomar conhecimento consciente de notícias que já sabíamos de antemão pertencerem ao domínio público. Esta é também a ânsia do suicida que nada mais faz entre a decisão de cometer o homicídio e a prática do acto extremo.
Se há um Estado, então há dominação, e por sua vez, há escravidão.
Inércia e Movimento
Há uma lei natural conhecida como lei da inércia. Quando alguma coisa se encontra em determinadas condições de existência tende a conservar-se nesse estado, quer esteja em repouso quer esteja em movimento. Essa lei aplica-se igualmente para seres humanos. (…) O homem é uma porção de matéria no estado de repouso e nem sempre se quer mexer. Mas quando aquecemos e começamos realmente a andar verficamos que a inércia é como o sistema propulsor de um foguetão dentro de nós… é mil vezes mais fácil continuar a avançar que iniciar o movimento. Motivação e força motriz estabelecem as diferenças entre as pessoas. Se um homem imagina um plano de acção, reconhece um dever, abraça uma causa, veremos cada órgão do seu corpo e cada faculdade do seu espírito começar a trabalhar mais eficaz e suavemente que nunca.
Estou indo embora, mas o Estado sempre permanecerá.
Tornar insuportável ou agradável o ambiente de trabalho depende do estado de humor dos dirigentes.