A lisonja é uma moeda falsa que só tem valor devido à nossa vaidade.
Passagens sobre Lisonja
47 resultadosAmizade Verdadeira
Sê tardio no fazer amigos e constante no conservar a amizade. Os íntimos que escolheres sejam, não os que te podem dar maior prazer, mas maior proveito; não pessoas que falem o que é agradável, mas o que é devido; não que lisonjeiem, mas que digam a verdade. Se te acostumares a abrir os ouvidos à lisonja e a nela te compazeres, jamais ouvirás a verdade.
A vaidade se abate e entristece quando lhe falta a lisonja.
Nem o ódio nem a lisonja são cristais fiéis: adulteram a verdade; aquele das virtudes faz vícios, e esta, dos vícios, virtudes.
A lisonja corrompe quem a recebe e quem a dá; e a adulação não é mais útil ao povo do que aos reis.
XLIX
Os olhos tendo posto, e o pensamento
No rumo, que demanda, mais distante;
As ondas bate o Grego Navegante,
Entregue o leme ao mar, a vela ao ventoEm vão se esforça o harmonioso acento
Da sereia, que habita o golfo errante;
Que resistindo o espírito constante,
Vence as lisonjas do enganoso intento.Se pois, ninfas gentis, rompe a Cupido
O arco, a flecha, o dardo, a chama acesa
De um peito entre os heróis esclarecido;Que vem buscar comigo a néscia empresa,
Se inda mais, do que Ulisses atrevido,
Sei vencer os encantos da beleza!
Deviam parar com a demagogia sobre as massas. As massas são rudes, sem preparação, ignorantes, perniciosas em suas reivindicações e influências. Não precisam de lisonjas mas de instrução.
A lisonja é uma moeda falsa que só tem curso pela nossa vaidade.
Nunca Falar de Si Mesmo
Nunca falar de si mesmo. Quem fala de si ou se há-de gabar, o que é vaidade, ou se há-de vituperar, o que é pouquidade, e sendo culpado de falta de cordura quem fala, a pena é de quem ouve. Se isso é de se evitar entre próximos, muito mais em postos sublimes, onde se fala em público, e passa por nescidade tudo o que se pareça com ela. A mesma falta de cordura está em falar dos presentes, pelo perigo de dar em um dos dois escolhos: lisonja ou vitupério.
Gratidão
A minha gratidão te dá meus versos:
Meus versos, da lisonja não tocados,
Satélites de Amor, Amor seguindo
Co’as asas que lhes pôs benigna Fama,
Qual níveo bando de inocentes pombas,
Os lares vão saudar, propícios lares,
Que em doce recepção me contiveram
Incertos passos da Indigência errante;
Dos olhos vão ser lidos, que apiedara
A catástrofe acerba de meus dias,
Dos infortúnios meus o quadro triste;
Vão pousar-te nas mãos, nas mãos que foram
Tão dadivosas para o vate opresso,
Que o peso dos grilhões me aligeiraram,
Que sobre espinhos me esparziram flores,
Enquanto não recentes, vãos amigos,
Inúteis corações, volúvel turba
(A versos mais atenta que a suspiros)
No Letes mergulhou memórias minhas.
Amigos da Ventura e não de Elmano,
Aónio serviçal de vós me vinga;
Ao nome da Virtude o Vício core.Não sei se vens de heróis, se vens de grandes;
Não sei, meu benfeitor, se teus maiores
Foram cobertos, decorados foram
De purpúreos dosséis, de márcios loiros;
Sei que frequentas da Amizade o templo,
Que és grande,
Os homens… são facilmente induzidos a acreditar em um modo maravilhoso em que todos podem ser amigos uns dos outros, especialmente quando alguém é ouvido denunciando os males agora existentes nos estados, fatos sobre contratos, condenações por perjúrio, lisonjas de homens ricos e similares, que dizem surgir fora da posse da propriedade privada. Estes males, no entanto, são devidos a uma causa muito diferente – a maldade da natureza humana.
Mais vale agradecer com a verdade, que ofender com a lisonja.
A lisonja faz amigos e a verdade, inimigos.
IX
Pouco importa, formosa Daliana,
Que fugindo de ouvir me, o fuso tomes;
Se quanto mais me afliges, e consomes,
Tanto te adoro mais, bela serrana.Ou já fujas do abrigo da cabana,
Ou sobre os altos montes mais te assomes,
Faremos imortais os nossos nomes,
Eu por ser firme, tu por ser tirana.Um obséquio, que foi de amor rendido,
Bem pode ser, pastora, desprezado;
Mas nunca se verá desvanecido:Sim, que para lisonja do cuidado,
Testemunhas serão de meu gemido
Este monte, este vale, aquele prado.
Quem recusa uma lisonja é porque procura ser lisonjeado duas vezes.
A lisonja é como uma armadura num quadro; porque é bonita na aparência, mas absolutamente inútil.
Melhor assim: saber que é desprezado do que sê-lo sob a capa da lisonja.
A lisonja é como a água de Colónia, que deve ser cheirada e não engolida.
Os textos são da justiça, as interpretações podem ser da lisonja.
Quando deixa de existir a necessidade de lisonjear, tornamo-nos sinceros; então, a verdade do hipócrita é mais perniciosa do que a sua lisonja.