O que pedir a vilão, pede em vão.
Recentes
Não quero a beleza, quero a identidade.
Há sempre uma qualidade nos contos, que os torna superiores aos grandes romances, se uns e outros são medíocres: é serem curtos.
Quando exageramos a ternura que os nossos amigos sentem por nós, é quase sempre menos por reconhecimento, que pelo desejo de valorizar o nosso mérito.
Toda ambição requer renúncia.
Antes de fazer alguma coisa, pense, quando achar que já pode faze-la, pense novamente.
A maior parte dos erros dos homens provém mais do facto de eles raciocinarem a partir de falsos princípios do que raciocinarem mal de acordo com os seus próprios princípios.
A Gioconda sorri porque todos os que lhe puseram bigodes estão mortos.
Nós, que já atuamos no setor agrícola, sabemos quão injusta é a pena de morte
Quem possui talento torna-se vítima dele e vive no vampirismo desse talento.
No seu grau supremo, o amor é completamente livre do apego ao ‘eu’. Ele é totalmente despojado e não se apega a nada.
As tragédias alheias são sempre de uma banalidade desesperante.
O cachorro só é o melhor amigo do homem porque não conhece o dinheiro.
A Vida é Líquida
É crua a vida. Alça de tripa e metal.
Nela despenco: pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.
Como-a no livro da língua
Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me
No estreito-pouco
Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida
Tua unha púmblea, me casaco rosso
E perambulamos de coturno pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d’água, bebida. A vida é liquída.Também são cruas e duras as palavras e as caras
Antes de nos sentarmos à mesa, tu e eu, Vida
Diante do coruscante ouro da bebida. Aos poucos
Vão se fazendo remansos, lentilhas d’água, diamantes
Sobre os insultos do passado e do agora. Aos poucos
Somos duas senhoras, encharcadas de riso, rosadas
De um amora, um que entrevi no teu hálito, amigo
Quando me permitiste o paraíso. O sinistro das horas
Vai se fazendo olvido. Depois deitadas, a morte
É um rei que nos visita e nos cobre de mirra.
«O segredo é ser feliz», disse ele, «Não importa como. Simplesmente tenta. Tu podes. Vai-se tornando cada vez mais fácil. Não tem nada a ver com as circunstâncias. Nem conseguirias acreditar quanto bom isso é. Aceita tudo e então a tragédia desaparece. Ou a tragédia vai aliviando, de qualquer forma, enquanto tu estás ali, sem esperares demasiado do mundo».
Tudo é Fugaz
Considera com frequência a rapidez com que se passam e desaparecem os seres e os acontecimentos. A substância, como um rio, está em perpétuo fluir, as forças em perpétuas mudanças, as cuasas a modificarem-se de mil maneiras; apenas há aí uma coisa estável; e abre-se-nos aos pés o abismo infinito do passado e do futuro onde tudo se some.
Há um poeta português que disse que o espírito é como o ar que se respira. Eu fiquei com essa ideia. E, ultimamente, há um outro escritor que diz que o espírito é como o ar que se respira. Fiquei muito emocionado nesse livro, que eu li era muito novo. Fiquei sempre a pensar… E agora, pensando melhor, realmente, quando se morre, solta-se o espírito. O espírito é como o ar que sai. E o espírito sai e junta-se. Ao sair, perde a personalidade, onde está todo o bem e todo o mal, liberta-se desse bem e mal e junta-se ao absoluto, que é a configuração do espírito, o absoluto. É Deus.
As lágrimas são o forte das mulheres.
Para alcançar o conhecimento, acrescente coisas todos os dias. Para alcançar a sabedoria, remova coisas todos os dias.
O homem é um animal que quer existir.