Um bom conhecimento da Bíblia vale mais do que uma educação superior. Quase todas as pessoas que com o trabalho de suas vidas acrescentaram algo para o conjunto das realizações humanas… basearam o seu trabalho grandemente nos ensinamentos da Bíblia.
Passagens sobre Realização
178 resultadosAgonia De Um Filósofo
Consulto o Phtah-Hotep. Leio o obsoleto
Rig-Veda. E, ante obras tais, me não consolo…
O Inconsciente me assombra e eu nêle tolo
Com a eólica fúria do harmatã inquieto!Assisto agora à morte de um inseto!…
Ah! todos os fenômenos do solo
Parecem realizar de pólo a pólo
O ideal de Anaximandro de Mileto!No hierático areopago heterogêneo
Das idéas, percorro como um gênio
Desde a alma de Haeckel à alma cenobial!…Rasgo dos mundos o velário espesso;
E em tudo, igual a Goethe, reconheço
O império da substância universal!
Cada um Tem o Seu Conceito de Felicidade
Muita gente só é capaz de uma felicidade reduzida: o facto de a sua sensatez não poder proporcionar-lhes mais felicidade não constitui um argumento contra ela, não mais do que se deve ver um argumento contra a medicina no facto de serem algumas pessoas incuráveis e outras sempre doentias. Que cada um possa ter a hipótese de encontrar justamente a concepção da vida que lhe permita realizar o seu máximo de felicidade: isso não impede necessariamente que a sua vida permaneça lastimável e pouco invejável.
O progresso não é senão a realização das utopias.
Os maiores revolucionários foram conservadores em coisas de arte, e os maiores artistas foram quietistas em assuntos políticos. Entende-se por isto que no revolucionário há uma nostalgia do consumado, e no artista há um cepticismo da realização.
Conseguimos realizar nossos propósitos, economizando os minutos.
O militarismo é uma espécie de nódoa nas grandes realizações da civilização moderna. Heroísmo encomendado, violência regulamentada, patriotismo arrogante tornam vil e abominável qualquer guerra de agressão. Por minha parte preferia ser fuzilado a tomar parte numa luta desse tipo.
Justamente quando compreendemos que o ‘eu’ aparente não é o nosso ‘Eu verdadeiro’ e passamos a realizar obras que aparentemente cabem aos outros, manifesta-se nosso ‘Eu verdadeiro’.
O autêntico, o verdadeiro grande talento descobre as suas maiores alegrias na realização.
Quais são as tuas palavras essenciais? As que restam depois de toda a tua agitação e projectos e realizações. As que esperam que tudo em si se cale para elas se ouvirem. As que talvez ignores por nunca as teres pensado. As que podem sobreviver quando o grande silêncio se avizinha.
A Ideia de Moral Universal
Muito antes de o homem estar maduro para ser confrontado com uma atitude moral universal, o medo dos perigos da vida levaram-no a atribuir a vários seres imaginários, não palpáveis fisicamente, o poder de libertar as forças naturais que temia ou talvez desejasse. E ele acreditava que esses seres, que dominavam toda a sua imaginação, eram feitos fisicamente à sua imagem, mas eram dotados de poderes sobre-humanos. Estes foram os precursores primitivos da ideia de Deus. Nascidos inicialmente dos medos que enchiam a vida diária dos homens, a crença na existência de tais seres, e nos seus poderes extraordinários, teve uma influência tão forte nos homens e na sua conduta que é difícil de imaginar por nós. Por isso, não surpreende que aqueles que se empenharam em estabelecer a ideia de moral, abarcando igualmente todos os homens, o tenham feito associando-a intimamente à religião. E o facto de estas pretensões morais serem as mesmas para todos os homens pode ter tido muito a ver com o desenvolvimento da cultura religiosa da espécie humana desde o politeísmo até ao monoteísmo.
A ideia de moral universal deve, assim, a sua potência psicológica original àquela ligação com a religião. No entanto, noutro sentido,
A Doença da Disciplina
Das feições de alma que caracterizam o povo português, a mais irritante é, sem dúvida, o seu excesso de disciplina. Somos o povo disciplinado por excelência. Levamos a disciplina social àquele ponto de excesso em que cousa nenhuma, por boa que seja — e eu não creio que a disciplina seja boa — por força que há-de ser prejudicial.
Tão regrada, regular e organizada é a vida social portuguesa que mais parece que somos um exército de que uma nação de gente com existências individuais. Nunca o português tem uma acção sua, quebrando com o meio, virando as costas aos vizinhos. Age sempre em grupo, sente sempre em grupo, pensa sempre em grupo. Está sempre à espera dos outros para tudo. E quando, por um milagre de desnacionalização temporária, pratica a traição à Pátria de ter um gesto, um pensamento, ou um sentimento independente, a sua audácia nunca é completa, porque não tira os olhos dos outros, nem a sua atenção da sua crítica.
Parecemo-nos muito com os alemães. Como eles, agimos sempre em grupo, e cada um do grupo porque os outros agem.
Por isso aqui, como na Alemanha, nunca é possível determinar responsabilidades; elas são sempre da sexta pessoa num caso onde só agiram cinco.
Para realizar grandes coisas devemos viver como se nunca fôssemos morrer.
Esmere-se para realizar uma obra, seja ela simples ou complexa. O valor de uma pessoa pode ser medido pelo esmero das suas realizações.
A satisfação está no esforço e não apenas na realização final.
O que faz que os homens formem um povo é a lembrança das grandes coisas que fizeram juntos e a vontade de realizar outras.
O Amor é a Mais Forte das Paixões
Por que é que gozamos com cada nova beleza que descobrimos no que amamos? Porque cada nova beleza nos dá a inteira e total satisfação de um desejo. Se a queremos sensível ela será sensível. Se em seguida a queremos orgulhosa como a Émilie de Corneille, embora estas duas qualidades sejam provavelmente incompatíveis, ela aparece imediatamente com uma alma romana. É esta a razão moral porque o amor é a mais forte das paixões. Nas outras, os desejos têm que se acomodar às tristes realidades; nesta, são as realidades que se apressam a identificar-se com os desejos; ela é, portanto, a paixão em que os desejos violentos têm uma maior realização.
Uma aliança cujo objectivo não compreenda o propósito de guerra não tem sentido nem valor. Alianças são feitas apenas para combater. E por mais distante no tempo que esteja o conflito no momento de concluir um pacto de aliança, a perspectiva de uma realização armada é, contudo, o íntimo pretexto para que aconteça.
A Glória Mais Genuína
A glória mais genuína, a póstera, nunca é ouvida por quem é seu objecto e, no entanto, ele é tido por feliz. Assim, a sua felicidade consistiu propriamente nas grandes qualidades que lhe conferiram a sua glória e no facto de que encontrou oportunidade para desenvolvê-las; logo, foi-lhe permitido agir como era adequado, ou praticar aquilo que praticava com prazer e amor. Pois só as obras assim nascidas alcançam glória póstera. A sua felicidade consistiu, pois, no grande coração, ou também na riqueza de um espírito cuja estampa, nas suas obras, recebe a admiração dos séculos vindouros. Tal felicidade consistiu nos seus próprios pensamentos, cuja meditação será a ocupação e o gozo dos espíritos mais nobres de um imenso futuro. O valor da glória póstera reside, portanto, em merecê-la, e isso é a sua recompensa verdadeira.
Se chegou a haver obras que adquiriram glória na posteridade e que também a obtiveram entre os seus contemprâneos, tratam-se de circunstâncias fortuitas, sem grande importância. Pois, como os homens, via de regra, são privados de juízo próprio e, sobretudo, não têm capacidade alguma para apreciar as realizações elevadas e difíceis, acabam sempre por seguir nesse domínio a autoridade alheia, e a glória de género superior,
Dedique ao menos metade de suas energias a livrar-se de desejos ocos, e muito breve verá que ao fazê-lo há de receber maior realização e mais felicidade.