Passagens sobre Aceitação

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Frases sobre aceitação, poemas sobre aceitação e outras passagens sobre aceitação para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Ideais Fatais

Não há ideal a que possamos sacrificar-nos, porque de todos eles conhecemos a mentira, nós os que ignoramos em absoluto o que seja a verdade. A sombra terrestre que se alonga por detrás dos deuses de mármore basta para nos afastar deles. Ah, com que amplexo o homem se estreitou a si próprio! Pátria, justiça, grandeza, piedade, verdade, qual das suas estátuas não traz em si os sinais das mãos humanas para que não desperte a mesma ironia triste que os velhos rostos outrora amados? Compreender não significa necessariamente aceitar todas as loucuras. E, no entanto, quantos sacrifícios, quantos heroísmos injustificados dormem em nós…

A Facilidade é Aborrecida em Tudo

O estimarem-se as coisas que não têm valor, é o mesmo que fazê-las estimáveis: o que se busca com ânsia, não é o que se dá, mas o que se nega; o que se permite aborrece, o que se recusa, atrai: o amor não tem seta mais aguda, que aquela que se armou de proibição; no tomar, parece que há mais gentileza, que no aceitar; a dificuldade incita: muitas coisas não têm outro merecimento, que o serem dificultosas; a resistência é o que move a vontade; tudo o que se concede, é sem sabor; a impugnação faz a coisa considerável, porque lhe dá um ar de empresa, e de vitória: os mais altos montes são os que se admiram, só porque custam a subir; a facilidade é aborrecida em tudo; o lustre do argumento vem da contradição.

Apreciação Imparcial

Há poucos indivíduos a quem é dado contemplar uma obra de arte como espectadores tranquilos; mas é difícil encontrar um que seja capaz ou tenha a vontade, ao mesmo tempo que deixa a obra penetrá-lo, e escuta as suas impressões ou as palavras de outro, de permanecer simples observador. Sem se dar conta disso, torna-se crítico, procurando mostrar a sua força de juízo, exercer o seu humor e avaliar a sua própria pessoa.
O ingénuo fá-lo inicialmente, é certo, sem a menor intenção malévola; mas mesmo nele, as propriedades naturais do indivíduo não tardam a impôr os seus direitos – vaidade e pedantice, desejo de ser superior aos seus próprios olhos e aos olhos dos outros – de tal modo que depressa estará mais decidido a desvelar as fraquezas de uma obra do que a aceitar os seus lados positivos.

Assim que se aceitar tal como é, o medo da intimidade desaparecerá. Não perderá o respeito, não perderá a sua grandeza, não perderá o seu ego. Não perderá a sua piedade, não perderá a sua santidade – você mesmo deixou cair tudo isso.

Convicções Temporais

Quando os homens tomarem consciência de que o tempo deitou por terra muitas convicções pelas quais lutaram, talvez então acreditem, mais ainda do que acreditam nos verdadeiros fundamentos da sua conduta, que a melhor maneira de alcançar o bem último desejado é a livre troca de ideias – que o melhor teste da verdade reside na força que o pensamento tem para se fazer aceitar na competição do mercado, e que a verdade é a única base em que se podem seguramente concretizar os desejos.

A única disciplina que a vida impõe, se formos capazes de a assumir, é aceitar a vida sem a questionar.

Primeiramente: nada fazer ao acaso e sem finalidade. Depois: nada aceitar que não sirva para toda a humanidade.

Se você não tem força para impor seus próprios termos à vida, você deve aceitar os termos que ela lhe oferece.

Cada Indivíduo é Único

A vida é, intrinsecamente, uma tremenda aceitação inconsciente. Aceitou totalmente os seus olhos? Aceitou totalmente o seu corpo? Aceitou totalmente a vida que leva? Esta ideia de aceitação total que nos é imposta torna-nos infelizes, porque está continuamente a fazer comparações. Há sempre alguém que tem uns olhos mais bonitos, um corpo mais forte e que possui mais conhecimentos. E a pessoa sente-se sempre inferior e esta inferioridade vai-nos corroendo o coração. Tornamo-nos cada vez mais infelizes, mas o motivo foi criado desnecessariamente por nós. Não há necessidade de nos compararmos com os outros, porque não existe ninguém com quem nos possamos comparar.
Cada indivíduo é único. E seja o que for, é dessa maneira que a existência quer que esse indivíduo seja. Desfrute disso.
Substitua a palavra «aceitação», porque não é uma palavra muito feliz. Aceitação é uma coisa que tem de se fazer, não há alternativa. Há pessoas mais bonitas, há pessoas mais ricas, há pessoas mais fortes. E o que é que podemos fazer? Aceitar.
Eu não ensino a aceitação desta maneira. A minha ideia de aceitação é completamente diferente da de todas as religiões.
Eu proclamo a sua unicidade.
Cada um de nós é apenas aquela pessoa particular e não existe ninguém –

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Nós mantivemos a humanidade viva e, no entanto, permitimos que os homens nos desprezassem e venerassem nossos destruidores. Permitimos que eles reverenciassem a incompetência e a brutalidade, os que recebiam o que não mereciam e davam o imerecido. Ao aceitar o castigo não por nossas faltas, mas por nossas virtudes, traímos nosso código e tornamos o deles possível.

O Amor e a Vida

O amor é uma imagem da nossa vida. Tanto o primeiro como a segunda estão sujeitos às mesmas revoluções e mudanças. A sua juventude é resplandecente, alegre e cheia de esperanças porque somos felizes por ser jovens tal como somos felizes por amar. Este agradabilíssimo estado leva-nos a procurar outros bens muito sólidos. Não nos contentamos nessa fase da vida com o facto de susbsistirmos, queremos progredir, ocupamo-nos com os meios para nos aperfeiçoarmos e para assegurar a nossa boa sorte. Procuramos a protecção dos ministros, mostrando-nos solícitos e não aguentamos que outrem queira o mesmo que temos em vista. Este estímulo cumula-nos de mil trabalhos e esforços que logo se apagam quando alcançamos o desejado. Todas as nossas paixões ficam então satisfeitas e nem por sombras podemos imaginar que a nossa felicidade tenha fim.
No entanto, esta felicidade raramente dura muito e fatiga-se da graça da novidade. Para possuirmos o que desejámos não paramos de desejar mais e mais. Habituamo-nos ao que temos, mas os mesmos haveres não conservam o seu preço, como nem sempre nos tocam do mesmo modo. Mudamos imperceptivelmente sem disso nos apercebermos. O que já adquirimos torna-se parte de nós mesmos e sofreríamos muito com a sua perda,

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O Demónio do Artifício

Não são muitas as pessoas dotadas para a apreensão da Natureza e para a sua utilização imediata. A maior parte gosta de descobrir entre o conhecimento e a utilização uma espécie de castelo nas nuvens, que se entretêm a aperfeiçoar, esquecendo assim ao mesmo tempo o objecto e a respectiva utilização.
Do mesmo modo, não é fácil compreender-se que o que acontece nos grandes domínios da Natureza é o mesmo que sucede nos mais pequenos. Mas se a experiência o indica com premência, os indivíduos acabam por aceitar tal ideia de bom grado. Há um parentesco entre a atracção de fragmentos de palha por uma vareta de âmbar depois de friccionada e a mais terrível das tempestades. Em certo sentido são o mesmo fenómeno. E há outros casos em que não temos dificuldade em aceitar essa micromegalogia. Mas rapidamente somos abandonados pelo puro espírito da Natureza e apodera-se de nós o demónio do artifício, que sabe sempre insinuar-se em todos os campos.

Maternidade e paternidade são dons de Deus, mas aceitar o dom, maravilhar-se com a sua beleza e fazê-lo resplandecer na sociedade, isso é a missão dos pais.

Não se pode descobrir novas terras sem aceitar perder de vista a costa por um longo tempo.

O seu amor, a sua ternura, eram apenas um sonho. Mas valeria a pena aceitar sonhar um amor que queremos viver na realidade?

Acabei por aceitar que não tenho qualquer direito a julgar os outros segundo os meus próprios costumes; que desprezar os outros por eles não terem observado determinados costumes é uma perigosa forma de chauvinismo.

Como se passa da juventude à maturidade? Quando começamos a aceitar os nosso próprios limites. Tornamo-nos adultos quando nos relativizamos e tomamos consciência «daquilo que nos falta». Como é belo sermos homens e mulheres! Que preciosa é a nossa existência! No entanto, há uma verdade que na história dos últimos séculos o homem muitas vezes rejeitou, com trágicas consequências: a verdade dos seus limites.

Somos a Resposta que Damos ao que Nos Acontece

Somos frágeis. A vida é dura. Não somos o que nos acontece.

Há pesos que não podemos rejeitar. Toda a revolta seria tão ilusória quanto inútil. Mas não devemos ficar pela simples resignação, é preciso que assumamos esses pesos e os queiramos levar de vencidos. Que escolhamos ser quem somos, apesar deles. Com eles. Neles.

Somos a resposta que damos ao que nos acontece.

Temos de aceitar a indiferença e a incompreensão dos outros. As dúvidas e as contradições do mundo são um peso acrescido, que devemos carregar junto às nossas próprias dores, falhas e fraquezas.

Depois, há ainda os pesos que os outros não podem, ou não querem, levar…

Os males pesam, sempre. Sejam os meus, os do mundo ou os dos que amo… há que aceitá-los primeiro, para lhes fazer frente depois.

É essencial aceitar a fraqueza das nossas forças. A impermanência de tudo o que temos. A fragilidade do que somos.

Por vezes, a cruz é o caminho.

É na dor que o verdadeiro amor se manifesta.

Tenho de me negar a mim mesmo se quero amar o outro.

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Há uma bondade natural e profunda nas amizades. São compromissos de aceitação. São fortes, sólidas e duradouras. Não têm pressas, tão-pouco são instantâneas. O amor encerra infinitos mistérios, mas para que surja e possa crescer é preciso que o aceitem e que nele se queira investir e trabalhar.