Somos a Resposta que Damos ao que Nos Acontece

Somos frágeis. A vida é dura. Não somos o que nos acontece.

Há pesos que não podemos rejeitar. Toda a revolta seria tão ilusória quanto inútil. Mas não devemos ficar pela simples resignação, é preciso que assumamos esses pesos e os queiramos levar de vencidos. Que escolhamos ser quem somos, apesar deles. Com eles. Neles.

Somos a resposta que damos ao que nos acontece.

Temos de aceitar a indiferença e a incompreensão dos outros. As dúvidas e as contradições do mundo são um peso acrescido, que devemos carregar junto às nossas próprias dores, falhas e fraquezas.

Depois, há ainda os pesos que os outros não podem, ou não querem, levar…

Os males pesam, sempre. Sejam os meus, os do mundo ou os dos que amo… há que aceitá-los primeiro, para lhes fazer frente depois.

É essencial aceitar a fraqueza das nossas forças. A impermanência de tudo o que temos. A fragilidade do que somos.

Por vezes, a cruz é o caminho.

É na dor que o verdadeiro amor se manifesta.

Tenho de me negar a mim mesmo se quero amar o outro. Tenho de concentrar a minha atenção na força dos meus ombros, mais do que no peso da cruz. Sou capaz de muito. Sou capaz de ser força e de ser luz. Exemplo. Sou capaz de amar mesmo quem me condena.

Eu tenho de ter vontade de amar, apesar daquele sofrimento que existe no caminho.

Eu tenho de ter vontade daquele sofrimento que existe no caminho do amar.

Sofrer faz parte do amor. Não posso amar sem sofrer.

Não devo nunca fingir, mesmo quando estou triste. Devo sim, com humildade, pôr-me a caminho, no meu caminho.

Até os que eram amigos se afastam. Poucos ficam ao lado de quem vai perder.

Poucos são os que escolhem o caminho certo ou, sequer, admiram quem o escolhe.

Em silêncio, assumo que o meu caminho é este, que o quero e nele sigo para diante, passo a passo. Sem grandes lamentos.

Cada passo que se dá é uma partida difícil. Cada passo que se deu é uma chegada importante.