Interrogado sobre o que seria um amigo, disse: uma alma solitária que vive em dois corpos.
Passagens sobre Amigos
1388 resultadosEu destruo meus inimigos quando faço deles meus amigos.
A um Retrato
Amo-te, flor! Se te amo, Deus que o sabe
Que o diga a teus irmãos, que o Céu povoam
E ébrios de glória cânticos entoam
A quem no mar, na Terra e Céus não cabe.Se te amo, flor! que o diga o mar que expele
Quanto Ă© domĂnio, e beija humilde a praia…
Se mal que a Lua lá das ondas saia
Nas rochas me nĂŁo vĂŞ gemer com ele!Amo-te, flor! Se te amo, o Sol que o diga:
Quando lá da montanha aos Céus se eleva,
Se entre os vermes do pĂł, que o vento leva,
Me banha a mim tambĂ©m na luz amiga.Se te amo, flor? Sem ti… que noite escura,
Meu céu, meu campo em flor, meu dia e tudo!
Diga-te a noite minha se te iludo,
Se em vida já sem ti sonhei ventura!O anjo que no berço humilde e escasso
Do Céu me veio alumiar piedoso
E em lágrimas e riso, pranto e gozo,
Desde então me acompanha passo a passo;És tu! Amo-te e muito!
Steve, obrigado por ser um mentor e um amigo. Obrigado por mostrar que o que vocĂŞ constrĂłi pode mudar o mundo. Vou sentir saudades.
O menor inimigo pode causar pior mal do que o amigo mais zeloso pode fazer bem.
O luto Ă©-nos pesado nos ombros, amigo, mas quem foge dele será a sua maior vĂtima.
Horas De Sombra
Horas de sombra, de silĂŞncio amigo
Quando há em tudo o encanto da humildade
E que o anjo branco e belo da saudade
Roga por nós o seu perfil antigo.Horas que o coração não vê perigo
De gozar, de sentir com liberdade…
Horas da asa imortal da Eternidade
Aberta sobre tumular jazigo.Horas da compaixĂŁo e da clemĂŞncia,
Dos segredos sagrados da existĂŞncia,
De sombras de perdão sempre benditas.Horas fecundas, de mistério casto,
Quando dos céus desce, profundo e vasto,
O repouso das almas infinitas.
Ai, Madre, Morro de Amor
Nom chegou, madr’, o meu amigo
e oj’est o prazo saĂdo.
Ai, madre, moiro d’amor!Nom chegou, madr’, o meu amado
e oj’est o prazo passado.
Ai, madre, moiro d’amor!E oj’est o prazo saĂdo!
Por que mentiu o desmentido?
Ai, madre, moiro d’amor!E oj’est o prazo passado!
Por que mentiu o perjurado?
Ai, madre, moiro d’amor!Porque mentiu o desmentido,
pesa-mi, pois per si Ă© falido.
Ai, madre, moiro d’amor!
Os Gostos
A palavra «gosto» tem vários significados e Ă© fácil o engano. Há uma diferença entre aquele gosto que nos leva a escolher coisas e aquele que nos leva a conhecer e discernir as qualidades quando se segue as regras. Podemos gostar de comĂ©dias sem ter um gosto tĂŁo apurado e delicado que nos permita ajuizar do seu valor, como podemos ter o bom gosto para emitir juĂzos sobre as comĂ©dias, sem gostar desse gĂ©nero dramático. Existe um tipo de gosto que nos aproxima imperceptivelmente do que temos Ă nossa frente, há outros que nos prendem pela sua força e duração.
TambĂ©m há pessoas que tĂŞm mau gosto em tudo, outras sĂł nalgumas coisas, mas ambos os casos tĂŞm esse direito, no que toca ao alcance que cada um tem. Outros ainda tĂŞm gostos particulares, que sabem que sĂŁo maus, sem deixarem de segui-los. Há aqueles que tĂŞm gostos imprecisos e estes deixam que o acaso decida por eles. Mudam com ligeireza e ficam contentes ou maçam-se com o que os seus amigos dizem. Outros sĂŁo sempre previstos, sendo escravos de todos os seus gostos, respeitando-os em todas as matĂ©rias. Há quem seja sensĂvel ao bem e que se choque com o que Ă© mau.
Que Deus me defenda dos amigos, que dos inimigos me defendo eu.
Falta Pouco
Falta pouco para acabar
o uso desta mesa pela manhĂŁ
o hábito de chegar à janela da esquerda
aberta sobre enxugadores de roupa.
Falta pouco para acabar
a própria obrigação de roupa
a obrigação de fazer barba
a consulta a dicionários
a conversa com amigos pelo telefone.Falta pouco
para acabar o recebimento de cartas
as sempre adiadas respostas
o pagamento de impostos ao paĂs, Ă cidade
as novidades sangrentas do mundo
a mĂşsica dos intervalos.Falta pouco para o mundo acabar
sem explosĂŁo
sem outro ruĂdo
além do que escapa da garganta com falta de ar.Agora que ele estava principiando
a confessar
na bruma seu semblante e melodia.
Os homens experientes tiram proveito de tudo e de todos: dos amigos e dos inimigos.
A IlusĂŁo da Viagem
Viajar Ă© o paraĂso dos tolos. Devemos Ă s nossas primeiras jornadas a descoberta de que o lugar nĂŁo significa nada. Em casa, imagino sonhadoramente que em Nápoles ou em Roma poderei intoxicar-me de beleza e livrar-me da tristeza. Faço as malas, abraço os amigos, tomo um vapor e, finalmente, acordo em Nápoles e lá, diante de mim, está o facto insubornável, o triste eu, implacável, idĂŞntico, de que fugi. Visito o Vaticano e os palácios. Finjo estar intoxicado com as visitas e as sugestões, mas nĂŁo Ă© verdade. O meu gigante acompanha-me por onde vou.
O Homem pode suportar muitas coisas desde que ele suporte a si mesmo. Ele pode viver sem esperança, sem amigos, sem livros, até mesmo sem música, desde que ele consiga escutar os próprios pensamentos.
Está certo pensar por si mesmo ou procurar orientação num livro, mas as palavras de um verdadeiro amigo que conheça os homens e as suas circunstâncias são mais úteis e confundem menos.
O Peso Bruto da Irritação
Se fĂ´ssemos contabilizar as paixões desta vida, os Ăłdios e os amores, os grandes sobressaltos, as comoções, os transtornos, os arrebatamentos e os arroubos, os momentos de terror e de esperança, os ataques de ansiedade e de ternura, a violĂŞncia dos desejos, os acessos de saudade e as elevações religiosas e se as somássemos todas numa sĂł sensação, nĂŁo seria nada comparada com o peso bruto da irritação. Passamos mais tempo e gastamos mais coração a sermos irritados do que em qualquer outro estado de espĂrito.
Apaixonamo-nos uma vez na vida, odiamos duas, sofremos trĂŞs, mas somos irritados pelo menos vinte vezes por dia. Mais que o divĂłrcio, mais que o despedimento, mais que ser traĂdo por um amigo, a irritação Ă© a principal causa de «stress» — e logo de mortalidade — da nossa existĂŞncia.
É a torneira que pinga e o colega que funga, a criança que bate com o garfinho no rebordo do prato, a empregada que se esquece sempre de comprar maionnaise, a namorada que nĂŁo enche o tabuleiro de gelo, o namorado que se esquece de tapar a pasta dentrĂfica, a nossa prĂłpria incompetĂŞncia ao tentar programar o vĂdeo, o homem que mete um conto de gasolina e pede para verificar a pressĂŁo dos pneus,
Rompe com o amigo que frequenta os teus inimigos.
A Ăşnica recompensa da virtude Ă© a prĂłpria virtude. O Ăşnico modo de ter um amigo Ă© ser um.
O Primeiro Filho
(Carta ao amigo Bernardo Pindela)
Entre tanta miséria e tantas coisas vis
Deste vil grĂŁo de areia,
Ainda tenho o condĂŁo de me sentir feliz
Com a ventura alheia.Ă€ minha noite triste, Ă noite tormentosa,
Onde busco a verdade,
Chegou com asas d’oiro a canção cor-de-rosa
Da tua felicidade.És pai, viste nascer um fragmento d’aurora
Da tua alma, de ti…
Oh, momento divino em que o sorriso chora,
E em que o pranto sorri!Que ventura radiante! oh que ventura infinda!
OlĂmpicos amores
Ter frutos em Abril com o vergel ainda
Carregado de flores!Deslumbramento!… ver num berço o teu futuro
Sorrindo ao teu presente!…
Ter a mulher e a mĂŁe: juntar o beijo puro
Com o beijo inocente!…Eu que vou, javali de flanco ensanguentado,
Pelos rudes caminhos
Ajoelho quando escuto Ă beira dum valado
Os murmĂşrios dos ninhos!Em tudo que alvorece há um sorriso d’esperança,
Candura imaculada!…
E quer seja na flor, quer seja na criança
Sente-se a madrugada.Quando,
NĂŁo deve o homem, pelo maior amigo, esquecer os favores recebidos do menor.