É espantoso como o ciúme, que passa o tempo a fazer pequenas suposições erradas, tem pouca imaginação quando se trata de descobrir a verdade.
Passagens sobre Ciúmes
243 resultadosO ciúme vê sempre as coisas com lentes de aumentar que engrandecem as coisas pequenas, agigantam os anões e tornam as suspeitas verdades.
O ciúme pertence mais à vaidade do que ao amor.
O ciúme tem o poder espantoso de iluminar uma única pessoa com um intenso feixe de luz, mantendo a multidão dos outros na escuridão total.
O ciúme nunca está isento de certa espécie de inveja e, frequentemente, confundem-se essas duas paixões.
Os ciúmes de um namorado são uma homenagem; os de um marido são um insulto.
As mulheres simples estão sempre com ciúmes dos seus maridos, as mulheres bonitas nunca estão! As mulheres bonitas nunca têm tempo. Estão sempre tão ocupadas em terem ciúmes dos maridos de outras pessoas.
O ciúme é uma mistura explosiva de amor, ódio, avareza e orgulho.
Uma vez descoberto, o ciúme é considerado por aquele que é seu objeto como uma desconfiança que autoriza o engano.
Há uma certa espécie de amor cujo excesso impede o ciúme.
O ciúme é uma homenagem desajeitada que a inferioridade presta ao mérito.
Nos ciúmes existe mais amor-próprio do que verdadeiro amor.
O ciúme nasce sempre com o amor, mas nem sempre morre com ele.
Aquele que conhece as torturas do ciúme, não sente o ferrão de nenhuma outra dor.
O ciúme é o germe do ódio no amor; mata-o às vezes, fere-o sempre.
As raízes do ciúme estão mais no egoísmo do que no amor.
Os ciúmes das mulheres procedem normalmente do despeito; os dos homens são filhos do egoísmo.
O ciúme é, de todas as doenças da mente, aquela a que mais coisas servem de alimento e menos coisas de remédio.
O ciúme é aquela dor que dá quando percebemos que a pessoa amada pode ser feliz sem a gente.
O Amor e a Vida
O amor é uma imagem da nossa vida. Tanto o primeiro como a segunda estão sujeitos às mesmas revoluções e mudanças. A sua juventude é resplandecente, alegre e cheia de esperanças porque somos felizes por ser jovens tal como somos felizes por amar. Este agradabilíssimo estado leva-nos a procurar outros bens muito sólidos. Não nos contentamos nessa fase da vida com o facto de susbsistirmos, queremos progredir, ocupamo-nos com os meios para nos aperfeiçoarmos e para assegurar a nossa boa sorte. Procuramos a protecção dos ministros, mostrando-nos solícitos e não aguentamos que outrem queira o mesmo que temos em vista. Este estímulo cumula-nos de mil trabalhos e esforços que logo se apagam quando alcançamos o desejado. Todas as nossas paixões ficam então satisfeitas e nem por sombras podemos imaginar que a nossa felicidade tenha fim.
No entanto, esta felicidade raramente dura muito e fatiga-se da graça da novidade. Para possuirmos o que desejámos não paramos de desejar mais e mais. Habituamo-nos ao que temos, mas os mesmos haveres não conservam o seu preço, como nem sempre nos tocam do mesmo modo. Mudamos imperceptivelmente sem disso nos apercebermos. O que já adquirimos torna-se parte de nós mesmos e sofreríamos muito com a sua perda,