César disse ajuizadamente: «Com dinheiro tem-se soldados e com soldados rouba-se dinheiro».
Passagens sobre Dinheiro
634 resultadosO dinheiro não cria o sucesso, mas sim a liberdade de criar o sucesso.
Tudo o que fazemos é ligado ao dinheiro. Eu sou uma mercadoria e tenho plena consciência disso.
A política, a guerra, o casamento, o crime, o adultério. Tudo o que existe no mundo tem algo a ver com dinheiro.
Balada para um Homem na Multidão
Este homem que entre a multidão
enternece por vezes destacar
é sempre o mesmo aqui ou no japão
a diferença é ele ignorar.Muitos mortos foram necessários
para formar seus dentes um cabelo
vai movido por pés involuntários
e endoidece ser eu a percebê-lo.Sentam-no à mesa de um café
num andaime ou sob um pinheiro
tanto faz desde que se esqueça
que é homem à espera que cresça
a árvore que dá dinheiro.Alimentam-no do ar proibido
de um sonho que não é dele
não tem mais que esse frasco de vidro
para fechar a estrela do norte.
E só o seu corpo abolido
lhe pertence na hora da morte.
A Cidade de Palaguin
Na cidade de Palaguin
o dinheiro corrente era olhos de crianças.
Em todas as ruas havia um bordel
e uma multidão de prostitutas
frequentava aos grupos casas de chá.
Havia dramas e histórias de era uma vez
havia hospitais repletos:
o pus escorria da porta para as valetas.
Havia janelas nunca abertas
e prisões descomunais sem portas.
Havia gente de bem a vagabundear
com a barba crescida.
Havia cães enormes e famélicos
a devorar mortos insepultos e voantes.
Havia três agências funerárias
em todos os locais de turismo da cidade.
Havia gente a beber sofregamente
a água dos esgotos e das poças.
Havia um corpo de bombeiros
que lançava nas chamas gasolina.Na cidade de Palaguin
havia crianças sem braços e desnudas
brincando em parques de pântanos e abismos.
Havia ardinas a anunciar
a falência do jornal que vendiam;
havia cinemas: o preço de entrada
era o sexo dum adolescente
(as mães cortavam o sexo dos filhos
para verem cinema).
Havia um trust bem organizado
para a exploração do homossexualismo.
No terreno do dinheiro vence sempre quem tem mais dinheiro.
O Dinheiro não Compra a Felicidade
O dinheiro não compra a felicidade, mas alivia a infelicidade. O dinheiro não compra a felicidade, mas torna a infelicidade mais pura, livrando-a das distracções desconfortáveis, provocadas pela falta de dinheiro, que concorrem com ela, disputando prioridades.
A felicidade está para o dinheiro como o riso para o meio de transporte. Há uma relação – mas estão apenas vagamente relacionados. Dito doutra maneira, é mais fácil estar-se triste quando não se tem dinheiro. A frase propagandística tem de ter alguma verdade para funcionar. Sim, o dinheiro não compra a felicidade – mas isso é uma frouxa máxima para quem tem dinheiro e, por causa disso, pensa que pode ser feliz.
O que o dinheiro faz por nós não é nada em comparação com o que a gente faz por ele
Não há nada mais pérfido do que dinheiro fácil. Dinheiro fácil é difícil de engolir. O dinheiro é para ser difícil, é para custar a ganhar. É para obrigar a suar, a correr, a saltar – até a ganir se for preciso. O dinheiro é difícil para que tudo o resto – o que está para além do dinheiro (inclusivamente aquilo que o dinheiro é capaz de comprar) – seja mais fácil.
Há pessoas tão pobres que só têm dinheiro. Há pessoas tão incultas que só têm cultura acadêmica.
O dinheiro não modifica o homem, apenas o desmascara.
Para se desprezar o dinheiro é preciso justamente tê-lo, e muito.
O Tempo Vale Muito Mais do que o Dinheiro
Perder tempo não é como gastar dinheiro. Se o tempo fosse dinheiro, o dinheiro seria tempo.
Não é. O tempo vale muito mais do que o dinheiro. Quando morremos, acaba-se o tempo que tivemos. Quando morremos, o que mais subsiste e insiste é a quantidade de coisas que continuam a existir, apesar de nós.
O nosso tempo de vida é a nossa única fortuna. Temos o tempo que temos. Depois de ter acabado o nosso tempo, não conseguimos comprar mais. Quando morreu o meu pai, foi-se com ele todo o tempo que ele tinha para passar connosco. As coisas dele ficaram para trás. Sobreviveram. Eram objectos. Alguns tinham valor por fazer lembrar o tempo que passaram com ele – a régua de arquitecto naval, os relógios – quando ele tinha tempo.
As pessoas dizem «time is money» para apressar quem trabalha. A única maneira de comprar tempo é de precisar de menos dinheiro para viver, para poder passar menos tempo a ganhá-lo. E ficar com mais tempo para trabalhar no que dá mais gosto e para ter o luxo indispensável de poder perder tempo, a fazer ninharias e a ser-se indolente.
A ideologia dominante de aproveitar bem o tempo impede-nos de perder esses tempos.
Alguém consegue lembrar quando os tempos não eram difíceis e o dinheiro não era escasso?
Aquele que acreditar que o dinheiro fará tudo pode bem ser suspeito de fazer tudo por dinheiro.
O importante é não perder o estilo, e, se possível, não perder o dinheiro também. Porque o estilo sem dinheiro é uma infiltração do mau gosto.
Tenha cuidado ao emprestar dinheiro a amigos. Você pode perder as duas coisas.
Todos e tudo obedecem ao dinheiro.
A vida material é exactamente como o dinheiro, seu símbolo, que apenas é bom enquanto serve para que se não pense nele.