A fé não se pode comprar, mas sim pedir e receber como dom. «Senhor, concede-me o dom da fé»; é uma bela oração! «Que eu tenha fé»; é uma bela oração.
Passagens sobre Dom
177 resultadosO dom da piedade. Este dom não se identifica com ter compaixão por alguém ou com piedade pelo próximo, mas indica a nossa pertença a Deus e o nosso vínculo profundo com Ele, uma ligação que dá sentido a toda a nossa vida e que nos mantém firmes, em comunhão com Ele, mesmo nos momentos mais difíceis e trabalhosos.
«O Senhor deu-me conselho, até de noite o meu coração instrui» (Salmos 16:7). O terceiro dom do Espírito é o conselho. Sabemos quão importante é, nos momentos mais melindrosos, poder contar com as sugestões de pessoas sábias e que nos querem bem. Ora, através do dom do conselho é o próprio Deus a iluminar o nosso coração, fazendo-nos assim compreender a maneira certa de nos comportarmos e o caminho a seguir.
A mais bela das experiências é descobrir de quantos carismas diferentes e de quantos dons do seu Espírito o Pai colma a Sua Igreja! Isto não deve ser visto como um motivo de confusão, de mal-estar; são tudo dádivas que Deus concede à comunidade cristã, para que possa crescer em harmonia, na fé e no Seu amor, como um só corpo, o corpo de Cristo.
O dom do temor de Deus conclui a série dos sete dons do Espírito Santo. Não significa ter medo de Deus: saibamos bem que Deus é Pai e que nos ama e quer a nossa salvação e perdoa sempre, sempre; por isso não há razões para ter medo d’Ele! O temor de Deus é o dom que nos recorda de como somos pequenos diante de Deus e do Seu amor e que o nosso bem está em abandonar-nos a Ele com humildade.
Recebemos tantos dons diferentes porque somos todos filhos de Deus e todos somos amados de um modo único. Ai de nós se tais dons se tornarem motivo de inveja, de divisão, de ciúmes! Como recorda o apóstolo Paulo no capitulo 12 da sua primeira Carta aos Coríntios, todos os carismas são importantes aos olhos de Deus e, ao mesmo tempo, ninguém é insubstituível.
O segundo dom do Espírito Santo é a inteligência. Nãos se trata aqui da inteligência humana, da capacidade intelectual de que possamos ser mais ou menos dotados. É, pelo contrário, uma graça que só o Espírito Santo pode infundir e que suscita a capacidade de ir além do aspeto externo da realidade e de sondar a profundidade do pensamento de Deus.
Pensemos hoje naquilo que faz o Senhor: Ele vem sempre apoiar-nos na nossa fraqueza e faz isto com um dom especial – o dom da fortaleza. O apóstolo Paulo disse uma frase que ajuda: «Tudo posso naquele que me dá força» (Carta aos Filipenses 4:13).
Na linguagem comum, quando falamos de «carisma» queremos muitas vezes dizer um talento, uma habilidade natural. Na perspetiva cristã, porém, o carisma é bem mais do que uma qualidade pessoal: é uma graça, um dom dispensado por Deus Pai que é dado a alguém não porque seja melhor do que os outros, mas para que o ponha ao serviço de toda a comunidade, para bem de todos.
Recebemos este dom como destino: a amizade do Senhor. É essa a nossa vocação: viver amigos do Senhor para sempre.
Irmão
Eu não fiz uma revolução.
Mas me fiz irmão de todas as revoluções.
Eu fiquei irmão de muitas coisas no mundo.
Irmão de uma certa camisa.
Uma certa camisa que era de um gesto de céu
e com certo carinho me vestia, como se me
vestisse de árvore e de nuvens.
Eu fiquei irmão de uma vaca, como se ela
também sonhasse. Fiquei irmão de um vira-lata
com o brio com que ele também me abraçava.
Fiquei irmão de um riacho, que é nome
de rio pequeno, um pequeno que cabe
todo dentro de mim, me falando,
me beijando, me lambendo, me lembrando.
Brincava e me envolvia, certos dias eu
girava em torno do redemoinho do cachorro
e do riacho e da vaca, sem às vezes saber
se estava beijando o riacho, o cachorro
ou a vaca, com um grande céu
me entornando, com um grande céu
com a vaca no lombo e com o cão,
com o riacho rindo de nós todos.
Eu fiquei irmão de livros, de gentes.
Eu fiquei irmão de uma certa montanha.
Você é quem decide o que vai ser eterno em você, no seu coração. Deus nos dá o dom de eternizar em nós o que vale a pena, e esquecer definitivamente aquilo que não vale.
Espírito é o dom de penetrar as coisas sem se enredar nelas.
O Dom Milagroso de um Grande Amor
Na vida de toda a gente há braçados floridos dessas tolices sem importância. Só a raros eleitos é dado o milagroso dom de um grande amor. Eu teria muita pena que o destino não me trouxesse esse grande amor que foi o meu grande sonho pela vida fora. Devo agradecer ao destino o favor de ter ouvido a minha voz. Pôr finalmente, no meu caminho, a linda alma nova, ardente e carinhosa que é todo o meu amparo, toda a minha riqueza, toda a minha felicidade neste mundo. A morte pode vir quando quiser: trago as mãos cheias de rosas e o coração em festa: posso partir contente.
Inteligência e Conhecimento não Definem o Homem
Não se pode definir o homem pelos dotes ou meios com que conta, já que não está dito que esses dotes, esses meios, logrem o que os seus nomes pretendem, ou melhor, que sejam adequados à pavorosa lide em que, queira ou não, está. Dito de outro modo: o homem não se ocupa em conhecer, em saber, simplesmente porque tenha dons cognoscitivos, inteligência, etc. – mas ao contrário porque não tem outro remédio que intentar conhecer, saber, mobilizando os meios de que dispõe, embora estes sirvam muito mal para aquele mister. Se a inteligência humana fosse de verdade o que a palavra indica – capacidade de entender – o homem teria imediatamente entendido tudo e estaria sem nenhum problema, sem lide penosa pela frente.
Não está, pois, dito que a inteligência do homem seja, com efeito, inteligência; em troca, a lide em que o homem anda irremediavelmente metido, isso sim é que é indubitável – e, portanto, isso sim é o que o define! Essa lide – segundo dissemos – chama-se «viver» e o viver consiste em que o homem está sempre em alguma circunstância, onde se acha de imediato e sem saber como, submerso, projectado num orbe ou contorno insubstituível,
Não Pode Existir Amor Sem Verdadeira Troca
Não te lembras de ter encontrado na vida aquela que se considera um ídolo? Que havia ela de receber do amor? Tudo, até a tua alegria de a encontrares, se torna homenagem para ela. Mas, quanto mais a homenagem custa, mais vale: ela saborearia melhor o teu desespero.
Ela devora sem se alimentar. Ela apodera-se de ti para te queimar à sua honra. Ela é semelhante a um forno crematório. Ela, na sua avareza, enriquece-se de várias capturas, julgando encontrar a alegria nessa acumulação. E não acumula mais do que cinzas. Porque o verdadeiro uso dos teus dons era caminho de um para o outro, e não captura.
Ela verá penhores nos teus dons e abster-se-á de tos conceder em paga. Na falta de arrebatamentos que te satisfariam, a falsa reserva dela far-te-á ver que a comunhão dispensa sinais. É marca da impotência para amar, não elevação do amor. Se o escultor despreza a argila, terá de modelar o vento. Se o teu amor despreza os sinais do amor a pretexto de atingir a essência, o teu amor não passa de um palavreado. Não descuides as felicitações, nem os presentes, nem os testemunhos.Serias capaz de amar a propriedade,
Deus concedeu-nos o dom de viver; compete-nos a nós viver bem.
A beleza é dom de Deus.
Deus lhe deu inúmeros pequenos dons que ele não usou nem desenvolveu por receio de ser um homem completo e sem pudor.
O Amor não Existe sem Ciúme
Se o ciúme nasce do intenso amor, quem não sente ciúmes pela amada não é amante, ou ama de coração ligeiro, de modo que se sabe de amantes os quais, temendo que o seu amor se atenue, o alimentam procurando a todo o custo razões de ciúme.
Portanto o ciumento (que porém quer ou queria a amada casta e fiel) não quer nem pode pensá-la senão como digna de ciúme, e portanto culpada de traição, atiçando assim no sofrimento presente o prazer do amor ausente. Até porque pensar em nós que possuímos a amada longe – bem sabendo que não é verdade – não nos pode tornar tão vico o pensamento dela, do seu calor, dos seus rubores, do seu perfume, como o pensar que desses mesmos dons esteja afinal a gozar um Outro: enquanto da nossa ausência estamos seguros, da presença daquele inimigo estamos, se não certos, pelo menos não necessariamente inseguros. O contacto amoroso, que o ciumento imagina, é o único modo em que pode representar-se com verosimilhança um conúbio de outrem que, se não indubitável, é pelo menos possível, enquanto o seu próprio é impossível.
Assim o ciumento não é capaz, nem tem vontade, de imaginar o oposto do que teme,