Canto dos EspĂritos sobre as Ăguas
A alma do homem
Ă como a ĂĄgua:
Do céu vem,
Ao céu sobe,
E de novo tem
Que descer Ă terra,
Em mudança eterna.Corre do alto
Rochedo a pino
O veio puro,
EntĂŁo em belo
Pó de ondas de névoa
Desce Ă rocha liza,
E acolhido de manso
Vai, tudo velando,
Em baixo murmĂșrio,
LĂĄ para as profundas.Erguem-se penhascos
De encontro Ă queda,
â Vai, ‘spĂșmando em raiva,
Degrau em degrau
Para o abismo.No leito baixo
Desliza ao longo do vale relvado,
E no lago manso
Pascem seu rosto
Os astros todos.Vento Ă© da vaga
O belo amante;
Vento mistura do fundo ao cimo
Ondas ‘spumantes.Alma do Homem,
Ăs bem como a ĂĄgua!
Destino do homem,
Ăs bem como o vento!Tradução de Paulo Quintela