Os Escritores MedĂocres
Essas mentes medĂocres simplesmente nĂŁo se conseguem decidir a escrever como pensam, pois acham que depois o resultado poderia adquirir uma aparĂȘncia muito simplĂłria. […] Desse modo, apresentam o que tĂȘm a dizer com construçÔes forçadas e difĂceis, neologismos e perĂodos extensos, que circundam o pensamento e acabam por o ocultar. Oscilam entre o esforço de o comunicar e o esforço de o esconder. Querem guarnecer o texto de modo que ele adquira uma aparĂȘncia erudita ou profunda, para que as pessoas pensem que ele contĂ©m mais do que se consegue perceber no momento da leitura. Sendo assim, esboçam partes do seu pensamento em expressĂ”es curtas, ambĂguas e paradoxais, que parecem significar muito mais do que dizem; logo voltam a apresentar os seus pensamentos com uma torrente de palavras e uma verbosidade insuportĂĄvel, como se fossem necessĂĄrias sabe-se lĂĄ que medidas para tornar compreensĂvel o seu sentido profundo, enquanto, na verdade, se trata de uma ideia bastante simples, para nĂŁo dizer atĂ© trivial.