Meu Deus, protegei-me de meus amigos! Dos meus inimigos eu me encarregarei.
Passagens sobre Inimigos
625 resultadosQuem Aprendeu a Morrer Desaprendeu de Servir
Os homens vão, vêm, andam, dançam, e nenhuma notícia de morte. Tudo isso é muito bonito. Mas, também quando ela chega, ou para eles, ou para as suas mulheres, filhos e amigos, surpreendendo-os imprevistamente e sem defesa, que tormentos, que gritos, que dor e que desespero os abatem! Já vistes algum dia algo tão rebaixado, tão mudado, tão confuso? É preciso preparar-se mais cedo para ela; e essa despreocupação de animal, caso pudesse instalar-se na cabeça de um homem inteligente, o que considero inteiramente impossível, vende-nos caro demais a sua mercadoria. Se fosse um inimigo que pudéssemos evitar, eu aconselharia a adoptar as armas da cobardia. Mas, como isso não é possível, como ele vos alcança fugitivo e poltrão tanto quanto corajoso, De facto ele persegue o cobarde que lhe foge, e não poupa os jarretes e o dorso poltrão de uma juventude sem coragem (Horácio), e que nenhuma ilusão de couraça vos encobre, Inútil esconder-se prudentemente sob o ferro e o bronze: a morte saberá fazer-se expôr à cabeça que se esconde (Propércio), aprendamos a enfrentá-lo de pé firme e a combatê-lo. E, para começar a roubar-lhe a sua maior vantagem contra nós, tomemos um caminho totalmente contrário ao habitual.
Sempre o vício teve defensor e a virtude inimigo.
A Inveja não tem Passado
Ainda não tendes advertido, que a inveja faz grande diferença dos mortos aos vivos, e dos presentes aos passados? Os olhos da inveja são como os do Sacerdote Heli, dos quais diz o Texto sagrado, que não podiam ver a luz do Templo, senão depois que se apagava: Oculi ejus caligaverant, nec poterat videre lucernam Dei, antequam extingueretur. Enquanto as luzes são vivas, cada reflexo delas é um raio, que cega os olhos da inveja: porém depois que elas se apagaram, e muito mais se se metem largos anos em meio, então abre a inveja, como ave nocturna, os olhos; então vê o que não podia ver: então venera e celebra essas mesmas luzes, e levanta sobre as Estrelas seus resplendores. Por isso disse com grande juízo S. Zeno Veronense, que todo o invejoso é inimigo dos presentes, e amigo dos passados: In omnibus se inimicum praesentium servat, amicum vero pereuntium. Os mesmos que agora amam, e veneram tanto a Santo António, se viveram em seu tempo, o haviam de aborrecer e perseguir; e as mesmas maravilhas, que tanto celebram e encarecem, se foram obradas na sua Pátria, as haviam de escurecer e aniquilar.
A boa sorte dos homens é muitas vezes o maior inimigo que possam ter, pois frequentemente os transforma em seres maus, levianos, insolentes. Porém, é mais difícil para um homem resistir a ela do que às adversidades.
As coisas mais desagradáveis que os nossos piores inimigos nos dizem pela frente, não se comparam com as que os nossos amigos dizem de nós pelas costas.
De inimigo reconciliado, nunca bom bocado.
Evolução
Fui rocha em tempo, e fui no mundo antigo
tronco ou ramo na incógnita floresta…
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo…Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
O, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paúl, glauco pascigo…Hoje sou homem, e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, da imensidade…Interrogo o infinito e às vezes choro…
Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.
Aquele que busca muitos amigos – encontra muitos inimigos.
Perdoa a teus inimigos, mas jamais esqueças seu nome.
Guarda-te uma vez dos inimigos e mil vezes dos amigos, porque um amigo poderá vir a ser teu inimigo e prejudicar-te com facilidade.
Um inimigo externo não tem como destruir a nossa tranqüilidade de espírito.
Os inimigos são muito poderosos, e estão por todas as partes em que existem mais de três homens vivendo. Estão no ar, estão no espírito.
Crescimento Cultural
Como indivíduos, verificamos que o nosso desenvolvimento depende das pessoas que conhecemos no curso da nossa vida (essas pessoas incluem os autores cujas obras lemos e as personagens, tanto da ficção como da história). O benefício desses encontros é devido tanto às diferenças como às semelhanças, tanto ao conflito como à simpatia entre pessoas. Feliz é o homem que, no momento oportuno, encontra o amigo adequado; feliz também o homem que, no momento adequado, encontra o inimigo adequado.
Não aprovo o extermínio do inimigo; a política de exterminar ou, como se diz barbaramente, liquidar o inimigo constitui um dos mais alarmantes desenvolvimentos da guerra moderna e, também, da paz moderna, do ponto de vista de quem deseja a sobrevivência da cultura. Precisamos do inimigo. Assim, dentro de certos limites, o atrito, não só entre indivíduos mas também entre grupos, parece-me necessário à civilização.
A universidade da irritação é a melhor garantia de paz. Um país dentro do qual as divisões tenham ido demasiado longe é um perigo para si próprio; um país demasiado unido – seja por natureza ou por intenção, por fins honestos ou por fraude e opressão – é uma ameaça para os outros.
O homem evita geralmente atribuir a outro inteligência—a não ser que se trate dum inimigo.
Perdoam os vossos inimigos, mas nunca se esqueçam dos seus nomes.
Quando O Sol Encoberto Vai Mostrando
Quando o Sol encoberto vai mostrando
ao mundo a luz quieta e duvidosa,
ao longo de üa praia deleitosa,
vou na minha inimiga imaginando.Aqui a vi, os cabelos concertando;
ali, co a mão na face tão fermosa;
aqui, falando alegre, ali cuidosa;
agora estando queda, agora andando.aqui esteve sentada, ali me viu,
erguendo aqueles olhos tão isentos;
aqui movida um pouco, ali segura;qui se entristeceu, ali se riu;
enfim, nestes cansados pensamentos
passo esta vida vã, que sempre dura.
Quem são os nossos inimigos? Quem são os nossos amigos? Essa é uma pergunta importantíssima Para a Revolução.
Os inimigos declarados são os menos perigosos.
O Amor não Existe sem Ciúme
Se o ciúme nasce do intenso amor, quem não sente ciúmes pela amada não é amante, ou ama de coração ligeiro, de modo que se sabe de amantes os quais, temendo que o seu amor se atenue, o alimentam procurando a todo o custo razões de ciúme.
Portanto o ciumento (que porém quer ou queria a amada casta e fiel) não quer nem pode pensá-la senão como digna de ciúme, e portanto culpada de traição, atiçando assim no sofrimento presente o prazer do amor ausente. Até porque pensar em nós que possuímos a amada longe – bem sabendo que não é verdade – não nos pode tornar tão vico o pensamento dela, do seu calor, dos seus rubores, do seu perfume, como o pensar que desses mesmos dons esteja afinal a gozar um Outro: enquanto da nossa ausência estamos seguros, da presença daquele inimigo estamos, se não certos, pelo menos não necessariamente inseguros. O contacto amoroso, que o ciumento imagina, é o único modo em que pode representar-se com verosimilhança um conúbio de outrem que, se não indubitável, é pelo menos possível, enquanto o seu próprio é impossível.
Assim o ciumento não é capaz, nem tem vontade, de imaginar o oposto do que teme,