Passagens sobre Maturidade

45 resultados
Frases sobre maturidade, poemas sobre maturidade e outras passagens sobre maturidade para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Défice de Maturidade

«A maturidade é uma ave que levanta voo ao cair da tarde». Foi Platão que o disse, poeticamente. E, realmente, os nossos «homenzinhos» feitos à pressa e cheios de opiniões, tal como os fabricam as nossas sociedades de aceleração e abundância, são tão infantis afectivamente!… O problema é ainda mais grave numa sociedade que não respeita os velhos.

(

Ser Feliz

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se autor da sua própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus em cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. E ter a coragem de ouvir um «não». É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. É beijar os filhos, ter prazer com os pais e ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem.

Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para dizer «eu errei». É ter ousadia para dizer «perdoa-me». É ter sensibilidade para expressar «eu preciso de ti». E ter capacidade de dizer «eu amo-te».

Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades que lhe permita ser feliz…

Continue lendo…

Seguro Emocional

Com frequência, comento com os meus alunos da licenciatura em psicanálise e psicologia multifocal que uma das tarefas mais nobres e relevantes do Eu é mapear, esquadrinhar os nossos fantasmas e reeditar as nossas janelas traumáticas. De outro modo, podemos fazer parte do rol dos que falam sobre maturidade mas são verdadeiras crianças no território da emoção, pois não sabem ser minimamente criticados, contrariados e, além disso, têm a necessidade neurótica de poder e de que o mundo gravite na sua órbita.

Certa vez, perguntei a executivos das cinquenta empresas psicologicamente mais saudáveis do país: «Quem tem algum tipo de seguro?» Todos responderam que tinham. Em seguida, indaguei: «Quem tem um seguro emocional?» Ninguém arriscou levantar a mão. Foram sinceros. Como podemos falar de empresas saudáveis sem mencionar os mecanismos básicos para proteger a emoção? Só fazemos um seguro daquilo que nos é caro. Mas, infelizmente, a mais importante propriedade tem tido um valor irrelevante.

Em geral, estes profissionais são ótimos para a empresa, mas carrascos de si mesmos. Acertam no trivial, mas erram muito no essencial. E eu? E o leitor? Ainda que possamos dizer que a mente humana é a mais complexa de todas as «empresas»,

Continue lendo…

A Reliogisidade como Infância da Maturidade

A religião, quando tentamos determinar o seu lugar na história da evolução humana, não nos surge como uma aquisição duradoura, mas como a vertente da neurose pela qual o homem tem inevitavelmente de passar ao longo do caminho que o conduz da infância à maturidade.
(…) No que diz respeito à protecção prometida pela religião aos seus adeptos, penso que nenhum de vós consentiria em subir para um automóvel cujo condutor declarasse não querer incomodar-se com as determinações que regulamentam a circulação para obedecer apenas aos ímpetos exaltantes da sua própria fantasia.

Uma pessoa pode ter uma infância triste e mesmo assim chegar a ser muito feliz na maturidade. Da mesma forma, pode nascer num berço de ouro e sentir-se enjaulada pelo resto da vida.

As Mulheres São Admiravelmente Complexas

Os homens inteligentes sabem que as mulheres são admiravelmente complexas, um mundo a ser explorado, um tesouro a ser descoberto. Elas são tão fascinantes que no dia em que eles acharem que conhecem uma mente feminina, deveriam saber que erraram o diagnóstico.

Os homens inteligentes têm consciência de que o mais calmo ser humano tem os seus momentos de stresse, o mais ponderado tem reações incoerentes, o mais generoso tem os seus momentos de egoísmo e, portanto, deveriam saber que quem não reconhece os seus erros nem pede desculpas, especialmente ã mulher que ama e aos seus filhos, jamais alcançará a maturidade psíquica ou construirá relações saudáveis.

O Mais Infalível Veneno é o Tempo

Tabaco, café, álcool, ácido prússico, estricnina — todos não passam de poções diluídas: o mais infalível veneno é o tempo. Essa taça, que a natureza nos põe nos lábios, possui uma propriedade maravilhosa que supera qualquer outra bebida. Ela abre os sentidos, adiciona poder e povoa-nos de sonhos exaltados, a que chamamos esperança, amor, ambição, ciência. Em particular, ela desperta o desejo por maiores doses de si. Mas aqueles que tomam as maiores doses ficam embriagados, perdem estatura, força, beleza e sentidos, e terminam em fantasia e delírio. Nós adiamos o nosso trabalho literário até que tenhamos maturidade e técnica para escrever, mas um dia descobrimos que o nosso talento literário não passava de uma efervescência juvenil que perdemos.

O Rápido Passar do Tempo é Sinal de Inactividade

O ócio torna lentas as horas e velozes os anos. A actividade torna rápida as horas e lentos os anos. A infância é a actividade máxima, porque ocupada em descobrir o mundo na sua diversidade.
Os anos tornam-se longos na recordação se, ao repensá-los, encontramos numerosos factos a desenvolver pela fantasia. Por isso, a infância parece longuíssima. Provavelmente, cada época da vida é multiplicada pelas sucessivas reflexões das que se lhe seguem: a mais curta é a velhice, porque nunca será repensada.
Cada coisa que nos aconteceu é uma riqueza inesgotável: todo o regresso a ela a aumenta e acresce, dota de relações e aprofunda. A infãncia não é apenas a infância vivida, mas a ideia que fazemos dela na juventude, na maturidade, etc. Por isso, parece a época mais importante, visto ser a mais enriquecida por considerações sucessivas.
Os anos são uma unidade da recordação; as horas e os dias, uma unidade da experiência.

Para Que Serve a Filosofia?

O leitor ocupado perguntará para que serve a filosofia. Pergunta vergonhosa, que não fazemos à poética, essa outra construção imaginativa de um mundo mal conhecido. Se a poesia nos revela a beleza que os nossos olhos ineducados não vêem, e se a filosofia nos dá os meios de compreender e perdoar, não lhes peçamos mais – isso vale todas as riquezas da Terra. A filosofia não enche a nossa carteira, não nos ergue às dignidades do Estado; é até bastante descuidosa destas coisas. Mas de que vale engordar a carteira, subir a altos postos e permanecer na ignorância ingénua, desapetrechado de espírito, brutal na conduta, instável no carácter, caótico nos desejos e cegamente infeliz?
A maturidade é tudo. Talvez que a filosofia nos dê, se lhe formos fiéis, uma sadia unidade de alma. Somos negligentes e contraditórios no nosso pensar; talvez ela possa classificar-nos, dar-nos coerência, libertar-nos da fé e dos desejos contraditórios.
Da unidade de espírito pode vir essa unidade de carácter e propósitos que faz a personalidade e dá ordem e dignidade à vida. Filosofia é conhecimento harmónico, criador da vida harmónica; é disciplina que nos leva à serenidade e à liberdade. Saber é poder, mas só a sabedoria é liberdade.

Continue lendo…

Daqui a Vinte e Cinco Anos

Perguntaram-me uma vez se eu saberia calcular o Brasil daqui a vinte e cinco anos. Nem daqui a vinte e cinco minutos, quanto mais vinte e cinco anos. Mas a impressão-desejo é a de que num futuro não muito remoto talvez compreendamos que os movimentos caóticos atuais já eram os primeiros passos afinando-se e orquestrando-se para uma situação económica mais digna de um homem, de uma mulher, de uma criança. E isso porque o povo já tem dado mostras de ter maior maturidade política do que a grande maioria dos políticos, e é quem um dia terminará liderando os líderes. Daqui a vinte e cinco anos o povo terá falado muito mais.
Mas se não sei prever, posso pelo menos desejar. Posso intensamente desejar que o problema mais urgente se resolva: o da fome. Muitíssimo mais depressa, porém, do que em vinte e cinco anos, porque não há mais tempo de esperar: milhares de homens, mulheres e crianças são verdadeiros moribundos ambulantes que tecnicamente deviam estar internados em hospitais para subnutridos. Tal é a miséria, que se justificaria ser decretado estado de prontidão, como diante de calamidade pública. Só que é pior: a fome é a nossa endemia, já está fazendo parte orgânica do corpo e da alma.

Continue lendo…

Como se passa da juventude à maturidade? Quando começamos a aceitar os nosso próprios limites. Tornamo-nos adultos quando nos relativizamos e tomamos consciência «daquilo que nos falta». Como é belo sermos homens e mulheres! Que preciosa é a nossa existência! No entanto, há uma verdade que na história dos últimos séculos o homem muitas vezes rejeitou, com trágicas consequências: a verdade dos seus limites.

A superioridade espiritual, mesmo a maior, fará valer a sua preponderância decisiva na conversação só após os quarenta anos de idade. Pois a maturidade dos anos e os frutos da experiência podem ser superados em muitos sentidos, mas nunca substituídos pela superioridade espiritual.

A amizade apenas encontra a sua plena irradiação na maturidade da idade e do espírito.

Entre o frívolo e o trágico: a amargura do pioneiro. Depois de ter sofrido tantas humilhações por ser de vanguarda, quando chega à maturidade, o pioneiro vê os que vieram depois usufruir do que ele descobriu, ignorando-o. A consciência do real é um inútil oxímoro que morde.

O Prolongamento da Adolescência

No dia a seguir ao casamento os noivos estão mais velhos cinco anos. Biológicamente, a idade madura começa com o casamento, porque o descuidoso brincar de até ali substitui-se pelo trabalho e pela responsabilidade, a paixão cede diante das limitações da ordem social – a poesia passa a prosa. Esta mudança varia com os costumes e o clima; o casamento vem mui tardiamente nas cidades modernas, facto que prolonga a adolescência; mas entre os povos do Sul e do Oriente realiza-se em idade bem verde. Os rapazes orientais, diz Stanley Hall, começam a exercer as funções de marido aos treze anos, e aos trinta, já gastos, recorrem a afrodisíacos… Aos trinta anos as mulheres dos climas quentes já estão velhas. Está verificado que o dilatar da adolescência prolonga a vida. Se pudéssemos retardar a nossa maturidade sexual de modo a coincidir com a nossa maturidade económica, prolongando assim a adolescência e a fase educativa, ergueríamos a civilização a nível jamais alcançado.

Da Duração das Obras

Algumas obras morrem porque nada valem; estas, por morrerem logo, são natimortas. Outras têm o dia breve que lhes confere a sua expressão de um estado de espírito passageiro ou de uma moda da sociedade; morrem na infância. Outras, de maior escopo, coexistem com uma época inteira do país, em cuja língua foram escritas, e, passada essa época, elas também passam; morrem na puberdade da fama e não alcançam mais do que a adolescência na vida perene da glória. Outras ainda, como exprimem coisas fundamentais da mentalidade do seu país, ou da civilização, a que ele pertence, duram tanto quanto dura aquela civilização; essas alcançam a idade adulta da glória universal. Mas outras duram além da civilização, cujos sentimentos expressam. Essas atingem aquela maturidade de vida que é tão mortal como os Deuses, que começam mas não acabam, como acontece com o Tempo; e estão sujeitas apenas ao mistério final que o Destino encobre para todo o sempre (…)

A Mocidade Propõe, a Maturidade Dispõe

É função da mocidade ser profundamente sensível às novas ideias como instrumentos rápidos para dominar o meio; e é função da idade madura opor-se tenazmente a essas ideias ; isso faz com que as inovações fiquem em experiência por algum tempo antes que a sociedade as ponha em prática. A maturidade atenua as ideias novas, redu-las de modo a caberem dentro da possibilidade ou a que só se realizem em parte. A mocidade propõe, a maturidade dispõe, a velhice opõe-se. A mocidade domina nos períodos revolucionários; a maturidade, nos períodos de reconstrução; a velhice, nos períodos de estagnação. «Dá-se com os homens», diz Nietzsche, «o mesmo que com as carvoarias na floresta. Só depois que a mocidade se carboniza é que se torna utilizável. Enquanto está a arder será muito interessante, mas incómoda e inútil.»