A mais bela das experiências é descobrir de quantos carismas diferentes e de quantos dons do seu Espírito o Pai colma a Sua Igreja! Isto não deve ser visto como um motivo de confusão, de mal-estar; são tudo dádivas que Deus concede à comunidade cristã, para que possa crescer em harmonia, na fé e no Seu amor, como um só corpo, o corpo de Cristo.
Passagens sobre Pais
498 resultadosO dom do temor de Deus conclui a série dos sete dons do Espírito Santo. Não significa ter medo de Deus: saibamos bem que Deus é Pai e que nos ama e quer a nossa salvação e perdoa sempre, sempre; por isso não há razões para ter medo d’Ele! O temor de Deus é o dom que nos recorda de como somos pequenos diante de Deus e do Seu amor e que o nosso bem está em abandonar-nos a Ele com humildade.
O perdão e a misericórdia não têm muito espaço no mundo que vimos construindo, na vida de todos os dias, nas relações entre pessoas, entre famílias, entre comunidades e povos diferentes. O Cristo da Cruz mostra-nos o cume humano do perdão: «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem» (Lucas 23:34).
«Eu sou o Senhor teu Deus.» Há um possessivo; há uma relação: pertence-se-Lhe. Deus não é um estranho: é o teu Deus. Isto ilumina todo o Decálogo e desvela também o segredo de agir cristão, porque é a mesma atitude de Jesus, que diz: «Tal como o Pai me amou, também eu vos amei» (João 15:9).
Deus Pai cria por meio da Sua palavra, e o Seu Filho é a palavra feita carne. O amor nutre-se de palavras, como também a educação e a colaboração.
Agrada-me ver a santidade no paciente povo de Deus: nos pais que criam com tanto amor os filhos, nos homens e nas mulheres que trabalham para levar o pão para casa, nos doentes, nas religiosas idosas que continuam a sorrir. Nessa constância para andar em frente dia após dia vejo a santidade da Igreja. Esta é tantas vezes a santidade «da porta ao lado», daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus.
Na linguagem comum, quando falamos de «carisma» queremos muitas vezes dizer um talento, uma habilidade natural. Na perspetiva cristã, porém, o carisma é bem mais do que uma qualidade pessoal: é uma graça, um dom dispensado por Deus Pai que é dado a alguém não porque seja melhor do que os outros, mas para que o ponha ao serviço de toda a comunidade, para bem de todos.
É entre memória e esperança que podemos encontrar Jesus. Não devemos ser cristãos desmemoriados; devemos recordar-nos dos primeiros encontros com o Senhor, de quem nos transmitiu a fé – a começar pelos pais e avós – e a lei de Deus.
Não temas a santidade. Não te tirará a força, vida e alegria. Pelo contrário, porque chegarás a ser aquilo que o Pai pensou quando te criou e serás fiel ao teu próprio ser.
Qual é o perigo? É que presumamos ser justos e julguemos os outros. Até Deus julgamos, porque pensamos que deveria castigar os pecadores, condená-los à morte, em vez de perdoar. Então é que nos arriscamos a permanecer fora da casa do Pai!
A Moral não é um Assunto Divino
Dificilmente se encontrará um espírito científico, profundamente mergulhado na ciência, que não se caracterize por uma religiosidade invulgar. Essa religiosidade distingue-se, no entanto, da religiosidade do homem simples. Para este, Deus é um ser cuja solicitude se espera, cujo castigo se teme — um sentimento sublimado, como o que existe nas relações entre filho e pai — um ser, com o qual se mantém uma certa familiaridade, mesmo respeitosa que seja.
O investigador, contudo, está imbuído do sentimento da causalidade de tudo o que acontece. O futuro não é, para ele, menos necessário e determinado que o passado. A moral não é um assunto divino mas sim puramente humano. A sua religiosidade reside no êxtase perante a harmonia das leis que regem a natureza, na qual se manifesta uma razão tão superior que em comparação com ela todas as ideias criadoras do homem e as suas disposições, são apenas um lampejo insignificante. Este sentimento é o princípio condutor (Leitmotiv) da sua vida e dos seus esforços, adentro dos limites em que o homem pode elevar-se acima da escravidão imposta pelos seus desejos egoístas. E tal sentimento é, sem dúvida, muito próximo do que, através todos os tempos, animou os espíritos criadores no domínio da religião.
Hoje fala-se com disfarces e com palidez e as acções são o oposto das palavras e a sociedade é tão corrompida, que pais e maridos ofendidos passeiam de braço dado com os heróis de sala.
Mais vale ruim pai que bom padrasto.
Outro dia ouvi um pai dizer, radiante: — ‘Eu vi pílulas anticoncepcionais na bolsa da minha filha de doze anos!’. Estava satisfeito, com o olho rútilo. Veja você que paspalhão!
O Amor a Dois
O amor a dois só funciona se as individualidades se amarem a elas próprias em primeiro lugar.
E quem pensar o contrário ou é infeliz ou tem os dias contados para ser solteiro outra vez.
Existem três tipos de relacionamento a dois:
1 – Cada um dos dois vive primeiro para o outro e só depois para si mesmo, ou seja, o que interessa são as vontades do parceiro e nunca as suas, o que torna as coisas esquisitas, pois nenhum vive a sua verdade nem se respeita em momento algum, porque vivem ambos com medo de se perder. Deve ser enfadonho e, muitas vezes, confuso. É do género, eu quero uma coisa que não vou ter para dar ao outro, no entanto vou receber algo parecido com aquilo que queria mas não é bem a mesma coisa, o que é normal, pois mais ninguém além de nós sabe o que nos sabe melhor e quando nos sabe bem.
2 – As duas pessoas vivem em função da mesma. Pior ainda. É que se no exemplo acima ainda existe alguma energia, embora desfasada, a ser trocada de um para o outro, aqui nem isso.
A riqueza mais profunda e pessoal da segunda metade da sua vida são os seus filhos. Pode escrever sobre os seus pais quando estes tiverem falecido, mas os seus filhos continuarão a estar aí, e vai querer que eles o vão visitar quando estiver num lar.
A pai guardador, filho gastador.
Pais e filhos não foram feitos para ser amigos. Foram feitos para ser pais e filhos.
Pensando bem, a mais ténue fronteira entre a sanidade e a loucura não poderá traçar-se noutro lugar senão aí mesmo: na possibilidade de, para além de tudo o mais, um homem continuar a admirar o seu pai. Pobres daqueles que não o consigam nunca.
A ilusão desconhece o Pai. A carne desconhece Deus. Somente o filho conhece o Pai. O corpo carnal não é filho do Pai.