Sejamos Alegres
Denuncio nossa fraqueza, denuncio o horror alucinante de morrer — e respondo a toda essa infâmia com — exatamente isto que vai agora ficar escrito — e respondo a toda essa infâmia com a alegria. Puríssima e levíssima alegria. A minha única salvação é a alegria. Uma alegria atonal dentro do it essencial. Não faz sentido? Pois tem que fazer. Porque é cruel demais saber que a vida é única e que não temos como garantia senão a fé em trevas — porque é cruel demais, então respondo com a pureza de uma alegria indomável. Recuso-me a ficar triste. Sejamos alegres. Quem não tiver medo de ficar alegre e experimentar uma só vez sequer a alegria doida e profunda terá o melhor de nossa verdade. Eu estou — apesar de tudo oh apesar de tudo — estou sendo alegre neste instante-já que passa se eu não fixá-lo com palavras. Estou sendo alegre neste mesmo instante porque me recuso a ser vencida: então eu amo. Como resposta. Amor impessoal, amor it, é alegria: mesmo o amor que não dá certo, mesmo o amor que termina. E a minha própria morte e a dos que amamos tem que ser alegre, não sei ainda como,
Textos sobre Palavras
499 resultadosPai
Pai. A tarde dissolve-se sobre a terra, sobre a nossa casa. O céu desfia um sopro quieto nos rostos. Acende-se a lua. Translúcida, adormece um sono cálido nos olhares. Anoitece devagar. Dizia nunca esquecerei, e lembro-me. Anoitecia devagar e, a esta hora, nesta altura do ano, desenrolavas a mangueira com todos os preceitos e, seguindo regras certas, regavas as árvores e as flores do quintal; e tudo isso me ensinavas, tudo isso me explicavas. Anda cá ver, rapaz. E mostravas-me. Pai. Deixaste-te ficar em tudo. Sobrepostos na mágoa indiferente deste mundo que finge continuar, os teus movimentos, o eclipse dos teus gestos. E tudo isto é agora pouco para te conter. Agora, és o rio e as margens e a nascente; és o dia, e a tarde dentro do dia, e o sol dentro da tarde; és o mundo todo por seres a sua pele. Pai. Nunca envelheceste, e eu queria ver-te velho, velhinho aqui no nosso quintal, a regar as árvores, a regar as flores. Sinto tanta falta das tuas palavras. Orienta-te, rapaz. Sim. Eu oriento-me, pai. E fico. Estou. O entardecer, em vagas de luz, espraia-se na terra que te acolheu e conserva. Chora chove brilho alvura sobre mim.
As palavras amáveis são favo de mel: doce na garganta e força para os ossos
As palavras amáveis são favo de mel: doce na garganta e força para os ossos.
O Efeito Nefasto da Afirmação e Repetição
A afirmação e a repetição são agentes muito poderosos pelos quais são criadas e propagadas as opiniões. A educação é, em parte, baseada neles. Os políticos e os agitadores de toda a natureza fazem disso um uso quotidiano. Afirmar, depois repetir, representa mesmo o fundo principal dos seus discursos.
A afirmação não precisa de se apoiar numa prova racional qualquer: deve, simplesmente, ser curta e enérgica, e cumpre que impressione. Pode-se considerar como tipo dessas três qualidades o manifesto seguinte, recentemente reproduzido em vários jornais:Quem produziu o trigo, isto é, o pão para todos? O camponês!
Quem faz brotar a aveia, a cevada, todos os cereais? O camponês!
Quem cria o gado para dar a carne? O camponês!
Quem cria o carneiro para proporcionar a lã? O camponês!
Quem produz o vinho, a cidra, etc.? O camponês!
Quem nutre a caça? O camponês!
E, entretanto, quem come o melhor pão, a melhor carne?
Quem usa as mais belas roupas?
Quem bebe o bordeaux e o champagne?
Quem se aproveita da caça?
O burguês!!
Quem se diverte e repousa à vontade?
É Virtude Dissimular a Virtude
– Vede, caro Roberto, o senhor de Salazar não diz que o sensato deve simular. Sugere-vos, se bem entendi, que deve aprender a dissimular. Simula-se o que não se é, dissimula-se o que se é. Se vos gabardes do que não fizestes, sois um simulador. Mas se evitardes, sem fazê-lo notar, mostrar em pleno o que fizestes, então dissimulais. É virtude acima de todas as virtudes dissimular a virtude. O senhor de Salazar está a ensinar-vos um modo prudente de ser virtuoso, ou de ser virtuoso de acordo com a prudência. Desde que o primeiro homem abriu os olhos e soube que estava nu, procurou cobrir-se até à vista do seu Fazedor: assim a diligência no esconder quase nasceu com o próprio mundo. Dissimular é estender um véu composto de trevas honestas, do qual não se forma o falso mas sim dá algum repouso ao verdadeiro.
A rosa parece bela porque à primeira vista dissimula ser coisa tão caduca, e embora da beleza mortal costume dizer-se que não parece coisa terrena, ela não é mais do que um cadáver dissimulado pelo favor da idade. Nesta vida nem sempre se deve ser de coração aberto, e as verdades que mais nos importam dizem-se sempre até meio.
A Amizade é Indispensável ao Nosso Ser
A amizade é a unica coisa cuja utilidade é unanimemente reconhecida. A própria virtude tem muitos detratores, que a acusam de ostentação e charlatanismo. Muitos desprezam as riquezas e, contentes de pouco, agradam-se da mediocridade. As honras, à procura da qual se matam tanto as pessoas, quantos outros as desdenham até olhá-las como o que há de mais fútil e de mais frívolo? E, assim, quanto ao mais! O que a uns parece admirável, ao juízo doutros nada é. Mas quanto à amizade, toda a gente está de acordo: os que se ocupam dos negócios públicos, os que se apaixonaram pelo estudo e pelas indagações sapientes, e os que, longe do bulício, limitam os seus cuidados aos seus interesses privados: todos enfim, aqueles mesmos que se entregaram todos inteiros aos prazeres, declaram que a vida nada é sem a amizade, por pouco que queiram reservar a sua para algum sentimento honorável.
Ela se insinua, com efeito, não sei como, no coração de todos os homens e não se admite que, sem ela, possa passar nenhuma condição da vida. Bem mais, se é um homem de natureza selvagem, muito feroz para odiar seus semelhantes e fugir do seu contacto, como fazia,
Meditação e Opinião
Em matéria de arte, de amor ou de ideias creio serem pouco eficazes anúncios e programas. Pelo que toca às ideias, a razão de uma tal incredulidade é a seguinte: a meditação sobre qualquer tema, quando é positiva e autêntica, afasta inevitavelmente o meditador da opinião recebida ou já aí existente, do que com mais graves razões que quanto agora suponham, merece chamar-se «opinião pública» ou «vulgaridade». Todo o esforço intelectual que com rigor o seja afasta-nos solitários da praia comum, e, por rotas recônditas que precisamente o nosso esforço descobre, conduz-nos a lugares retirados, situa-nos sobre pensamentos insólitos. São estes o resultado da nossa meditação. Pois bem: o anúncio ou programa reduz-se a antecipar esses resultados, deles arrancando previamente a via ao cabo da qual foram descobertos. (…) Um pensamento separado da rota mental que a ele conduz, insulano e escarpado, é uma abstracção no pior sentido da palavra, e, por esse motivo, é ininteligível.
Matéria e Espírito
Nós hoje estamos ao mesmo tempo na melhor época da humanidade e na pior. Tão depressa sentimos que tudo em nós e em redor marcha uníssono em frente, como subitamente um grande atrito emperra as nossas próprias articulações. Há ao mesmo tempo qualquer coisa que nos desacompanha e qualquer coisa que nos anima. Há caminhos inteiros que terminam súbito e não há caminho inteiro e vitalício. E nós desejamos francamente acertar com a direcção única e onde o único obstáculo seja de verdade o mistério do futuro.
Todo aquele que se lance mais animado pela palavra espírito, não creia que faz mais do que estar sujeito a uma determinante actual. A consciência material, como acontece hoje, dá entrada natural para o campo do espírito. Assim também o espírito tem existência vital segundo a qualidade de consciência da matéria. O espírito apartando da matéria não é deste mundo. Espírito e matéria confundem-se em vida.
Acontece, porém, que os fugitivos da matéria transformam em si esse unilateralismo ao ingressar no espírito, e ficam outra vez de banda, inversamente agora, mas como antes. Ora o espírito não tem mais dimensões do que a matéria; são outras, mas idênticas, que se justapõem,
O Nosso Desejo Aumenta com a Dificuldade
Não há argumento que não tenha um contrário, diz o mais sábio partido dos filósofos. Há pouco estava a remoer estas belas palavras que um antigo menciona sobre o menosprezo à vida: “O único bem que nos pode trazer prazer é aquele para cuja perda estamos preparados”. O sofrimento pela perda de uma coisa e pelo temor de perdê-la é o mesmo (Séneca); querendo estabelecer com isso que a fruição da vida não nos pode ser realmente agradável se estivermos a temer perdê-la. Entretanto se poderia dizer, pelo contrário, que seguramos e abraçamos esse bem tanto mais estreitamente e com mais afeição quanto menos seguro o vemos ser-nos e quanto mais tememos que nos seja tirado. Pois sentimos com clareza, assim como o fogo se atiça em presença do frio, que a nossa vontade também se aguça com a oposição: Se Dânae não estivesse estado presa numa torre de bronze, Júpiter nunca a teria feito mãe (Ovídio), e que não há nada naturalmente tão contrário ao nosso gosto do que a saciedade que vem da facilidade, e tampouco nada que o aguce tanto como a raridade e a dificuldade. Em todas as coisas o prazer aumenta com o perigo que nos deveria afastar delas (Séneca).
Como Amo
Como? Mas como é que eu escrevi nove livros e em nenhum deles eu vos disse: Eu vos amo? Eu amo quem tem paciência de esperar por mim e pela minha voz que sai através da palavra escrita. Sinto-me de repente tão responsável. Porque se sempre eu soube usar a palavra — embora às vezes gaguejando — então sou uma criminosa se não disser, mesmo de um modo sem jeito, o que quereis ouvir de mim. O que será que querem ouvir de mim? Tenho o instrumento na mão e não sei tocá-lo, eis a questão. Que nunca será resolvida. Por falta de coragem? Devo por contenção ao meu amor, devo fingir que não sinto o que sinto: amor pelos outros?
Para salvar esta madrugada de lua cheia eu vos digo: eu vos amo.
Não dou pão a ninguém, só sei dar umas palavras. E dói ser tão pobre. Estava no meio da noite sentada na sala de minha casa, fui ao terraço e vi a lua cheia — sou muito mais lunar que solar. É uma solidão tão maior que o ser humano pode suportar, esta solidão me toma se eu não escrever: eu vos amo. Como explicar que me sinto mãe do mundo?
Desigualdade Natural e Desigualdade Institucional
É fácil de ver que, entre as diferenças que distinguem os homens, muitas passam por naturais, quando são unicamente a obra do hábito e dos diversos géneros de vida adoptados pelos homens na sociedade. Assim, num temperamento robusto ou delicado, a força ou a fraqueza que disso dependem, vêm muitas vezes mais da maneira dura ou efeminada pela qual foi educado do que da constituição primitiva dos corpos. Acontece o mesmo com as forças do espírito, e a educação não só estabelece a diferença entre os espíritos cultivados e os que não o são, como aumenta a que se acha entre os primeiros à proporção da cultura; com efeito, quando um gigante e um anão marcham na mesma estrada, cada passo representa uma nova vantagem para o gigante. Ora, se se comparar a diversidade prodigiosa do estado civil com a simplicidade e a uniformidade da vida animal e selvagem, em que todos se nutrem dos mesmos alimentos, vivem da mesma maneira e fazem exactamente as mesmas coisas, compreender-se-á quanto a diferença de homem para homem deve ser menor no estado de natureza do que no de sociedade; e quanto a desigualdade natural deve aumentar na espécie humana pela desigualdade de instituição.
O Significado do Progresso
Que devemos entender por essa palavra? Se a definirmos como bons gramáticos, diremos que é um acréscimo de bem ou de mal, na medida em que possamos discernir entre o bem e o mal; e estaremos assim a representar o próprio avanço da humanidade. Mas se, como se faz nesta época em que não se sabe mais pensar nem falar, dissermos que o progresso é o movimento da humanidade que se aperfeiçoa sem cessar, estaremos a dizer uma coisa que não corresponde à realidade. Esse movimento não se observa na História, a qual só nos apresenta uma sucessão de catástrofes e de avanços seguidos de retrocessos.
Há lá Coisa Melhor?
Há lá coisa melhor do que duas mãos que se beijam?
A mão dela tinha Deus dentro. Apertava-a, beijava-a com a minha mão apressada, com a minha mão urgente, a minha mão como se numa ambulância, e percorríamos as ruas mesmo que fossem as ruas que nos percorressem a nós, simples corpos sorridentes
Há lá coisa melhor do que dois corpos que se sorriem?
Sabia, com cada um dos meus dedos, com cada uma das minhas mãos, todos os riscos e ranhuras da mão dela; era ali, no por dentro das mãos que tocava, que ouvia as novidades, que lia os títulos das notícias, de todas as notícias que me importavam
Há lá coisa melhor do que ler as notícias na mão que se ama?
Não havia, nos passos que dávamos, qualquer distância andada, nem sequer um caminho a andar; éramos caminhantes de andar, viajantes do nosso tempo. E acreditávamos, todos os dias, em todas as respirações que respirávamos no espaço das nossas mãos, que o tempo era apenas o instante em que, juntos, parávamos o tempo
Há lá coisa melhor do que o instante em que se pára o tempo?
Ninguém se pode Encarar a si Próprio até ao Fundo
Ninguém pode com isto, ninguém pode encarar-se a si próprio e ver-se até ao fundo. A tua meticulosidade é de ferro, a tua meticulosidade está de tal maneira entranhada no teu ser que sem ela não existes. Pois até a tua meticulosidade se há-de dissolver! E tu sem o hábito não existes, nem tu sem o dever, nem tu sem a consciência. Sem estas palavras a vida não existe para ti, e sem escrúpulos que te resta? O que aí está é temeroso, seres estranhos, seres que, se dão mais um passo, nem eu nem tu podemos encarar com eles. Andam aqui interesses – e outra coisa. Com mil palavras diversas e ignóbeis, mil bocas que te empurram para a infâmia – outra coisa. Tens de confessá-lo. Não é a consciência – não é o remorso – não é o medo. É uma coisa inexplicável e imensa, profunda e imensa, que assiste a este espectáculo sem dizer palavra – e espera… És imundo, és a vida.
Amizade na Empatia Divergente
As pessoas que mais admiro são aquelas que melhor divergem da minha pessoa. Claro está, só se diverge de outrem dentro do que nos é comum. Porque há quem nada tenha de comum connosco, nem sequer a própria existência e a mesma humanidade. E não esqueçamos que o espaço e o tempo são aparências por nós fabricadas para dar passo ao espírito e não lenha para nos queimarmos. Ao mesmo tempo e no mesmo espaço podem juntar-se as pessoas mais alheias entre si e como não acontece na História em tempos e espaços diferentes. A universalidade humana é tão vária que pode um satisfazer inteiramente a sua e sem que lhe passe sequer pela cabeça a de outro que satisfaça também completamente a dele.
O tempo de cada qual é o justo para si. Não é dado a ninguém a ocasião da polícia do tempo de outrem. De modo que à porta da nossa intimidade havemos de pôr a admiração por aquele que vai entrar, tanto em quanto diverge como em quanto coincide connosco. Por outras palavras: não vale mais o nosso mistério do que o de outro qualquer. Só o mistério chega inteiro ao fim.
A Verdadeira Confiança
A verdadeira confiança é transmitida pelo que a pessoa é no seu íntimo e nunca pelo que ela tem ou faz, o mesmo é dizer que o ego não é para aqui chamado, pois ele apesar de aparentar esse estatuto, na realidade não vale nada, é fraquinho que dói e ao mínimo deslize da sua zona de conforto resvala para a fuga, para o ataque ou para a agressividade. Esta separação de conceitos e estirpes logo no início do livro é fundamental para que nos possamos aperceber não só da mensagem que podemos estar a passar perante os outros, e convém relembrar que apesar da maioria ainda andar adormecida já vão existindo muitas pessoas que detetam a léguas de distância quem somos e quais os padrões de comportamento que adotamos no nosso dia a dia, como também do comportamento, muitas vezes extravagante, das tais pessoas que nos rodeiam, pois o que não falta à nossa volta são falsos confiantes, predadores disfarçados, gente que tudo faz e ostenta para garantir o que precisamente não são, o alimento do ego e o reforço da ilusão em que vivem. Portanto, sempre que leres a palavra «confiança» neste livro atribui a mesma ao ser confiante,
Uma Palavra Imprópria
Numa peça teatral ou romance, uma palavra imprópria é apenas uma palavra: e a impropriedade, seja ou não percebida, não acarreta consequência alguma. Num código legal — especialmente composto de leis tidas como constitucionais e fundamentais — uma palavra imprópria pode ser uma calamidade nacional: e a guerra civil, a consequência disso. De uma palavra tola podem irromper mil punhais.
(…) E se o significado de todas as palavras, especialmente de todas as palavras pertencentes ao campo da ética, [… ] algum dia vier a ser fixado?
Um Autor Deve Intervir o Menos Possível na Elaboração da sua Obra
Penso que um autor deve intervir o menos possível na elaboração da sua obra. Deve procurar ser um amanuense do Espírito ou da Musa (ambas as palavras são sinónimas), e não das suas opiniões, que são o que de mais superficial nele existe. Assim o entendeu Rudyard Kipling, o mais ilustre dos escritores comprometidos. A um escritor, disse-nos, é-lhe dado inventar uma fábula, não a moralidade dessa fábula.
A Armadilha do Imediato
Como guia das nossas próprias aspirações não devemos tomar imagens da fantasia, mas conceitos. Geralmente ocorrer o inverso. Na juventude, em especial, a meta da nossa felicidade fixa-se na forma de algumas imagens que se implantam na nossa mente, frequentemente pela vida inteira ou por metade dela, mas na realidade não passam de fantasmas que zombam de nós: pois, no momento em que as alcançamos, desfazem-se no nada, e vemos que não cumprem nada daquilo que prometem.
Enquadram-se aqui determinadas cenas da vida doméstica, citadina, campestre, imagens da casa, do ambiente, etc. Chaque fou a sa marotte [cada louco com sua mania]. É comum também fazer parte disso a imagem da amada. É natural que seja assim: pois o que é evidente, justamente por ser imediato, também age sobre a nossa vontade de modo mais directo do que o conceito, o pensamento abstracto, que fornece somente o universal, não o detalhe, e tem uma relação apenas indirecta com a vontade. Em contrapartida, o conceito mantém a palavra. É ele que deve sempre guiar-nos e orientar-nos, embora seja certo que sempre necessitará da ilustração e da paráfrase por meio de imagens.
Em qualquer circunstância, o sábio não emprega palavras fúteis, nem se deixa levar pelo desejo; a dor e a alegria não o alteram.