Passagens sobre Bem

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Um bem pequeno grau de esperança é suficiente para causar o nascimento do amor.

Posses e Capacidade atrapalham a Felicidade

Foi observado em todas as épocas que as vantagens da natureza, ou da fortuna, contribuíram muito pouco para a promoção da felicidade; e que aqueles a quem o esplendor da sua classe social, ou a extensão das suas capacidades, colocou no topo da vida humana não deram muitas vezes ocasião justa de inveja por parte dos que olham para eles de uma condição mais baixa; quer seja que a aparente superioridade incite a grandes desígnios e os grandes desígnios corram naturalmente o risco de insucessos fatais; ou que o destino da humanidade seja a miséria, os infortúnios daqueles cuja eminência atraiu sobre eles a atenção universal foram mais cuidadosamente registados, porque, em geral, eram mais bem observados e foram, na realidade, mais conspícuos do que outros, mas não com maior frequência nem severidade.

Todos Pensam de Forma Diferente, e Muitas Vezes Efémera

Cada indivíduo vê o mundo – e o que este tem de acabado, de regular, de complexo e de perfeito – como se se tratasse apenas de um elemento da Natureza a partir do qual tivesse que constituir um outro mundo, particular, adaptado às suas necessidades. Os homens mais capazes tomam-no sem hesitações e procuram na medida do possível comportar-se de acordo com ele. Há outros que não se conseguem decidir e que ficam parados a olhar para ele. E há ainda os que chegam ao ponto de duvidar da existência do mundo.
Se alguém se sentisse tocado por esta verdade fundamental, nunca mais entraria em disputas e passaria a considerar, quer as representações que os outros possam fazer das coisas, quer a sua, como meros fenómenos. Porque de facto verificamos quase todos os dias que aquilo que um indivíduo consegue pensar com toda a facilidade pode ser impossível de pensar para um outro. E não apenas em relação a questões que tivessem uma qualquer influência no bem estar ou no sofrimento das pessoas, mas também a propósito de assuntos que nos são totalmente indiferentes.

Um homem pode muito bem levar um cavalo até a água, mas ele não pode obrigá-lo a bebê-la.

Velhinha

Se os que me viram já cheia de graça
Olharem bem de frente em mim,
Talvez, cheios de dor, digam assim:
“Já ela é velha! Como o tempo passa! …”

Não sei rir e cantar por mais que faça!
Ó minhas mãos talhadas em marfim,
Deixem esse fio de oiro que esvoaça!
Deixem correr a vida até o fim!

Tenho vinte e três anos! Sou velhinha!
Tenho cabelos brancos e sou crente …
Já murmuro orações … falo sozinha …

E o bando cor-de-rosa dos carinhos
Que tu me fazes, olho-os indulgente,
Como se fosse um bando de netinhos …

A Audácia é Má no Conselho e boa na Execução

A audácia é filha da ignorância e da rudeza, e muito inferior a todos os outros dons. Ela fascina, porém, atando-lhes os pés e as mãos, aos que são débeis de entendimento e falhos de coragem que formam a maioria; e prevalece até sobre os homens sábios nas horas da fraqueza. Por isso vemos que ela fez maravilhas nos Estados populares, menos do que nos governados por Senados ou por Príncipes; e muito mais ao primeiro arranco das pessoas audaciosas, do que depois, porque a audácia é má cumpridora de promessas.
(…) Certamente aos homens de grande entendimento, os audacciosos dão um espectáculo de muito gozo; e até mesmo para o vulgo, a audácia não deixa de ser ridícula. Porque se o absurdo é o fundamento do riso não duvideis de que uma grande audácia raramente existe sem absurdo.
(…) Deve ser bem considerado que a audácia é sempre cega, para não ver os perigos e as inconveniências. Por isso ela é má no conselho e boa na execução; para bem aproveitar e utilizar as pessoas audacciosas é preciso que elas nunca estejam na chefia do comando, mas em segundo lugar, sob a direcção de outros. Porque no conselho é bom ver os perigos,

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O sossego interior, se queres atingi-lo, Não deixes coisa alguma incompleta ou adiada. Não há nada que dê um sono mais tranquilo Que uma vingança bem executada…

A vida é uma estranha hospedaria
d’onde se parte geralmente às tontas
e as nossas malas nunca estão bem prontas
e nossas contas nunca estão em dia…

Na verdadeira amizade, em que sou experimentado, dou-me mais ao meu amigo que o puxo para mim. Não só prefiro fazer-lhe bem a que ele mo faça mas ainda que ele o faça a si próprio a que mo faça.

A Adopção de Novas Ideias

Que um ou vários homens inventem uma nova ideia ou um novo sentimento não faz alterar o cariz da história, o tom dos tempos, como a cor do Atlântico não muda porque um pintor de marinhas limpa nele o seu pincel carregado de vermelhão. Mas se, de súbito, uma massa ingente de homens adopta aquela ideia e vibra com aquele sentimento, então a ária da história, a face dos tempos tinge-se de um novo colorido. Pois bem: as massas ingentes de homens não adoptam uma ideia nova, não vibram com o seu peculiar sentimento simplesmente porque se lhes faça prédicas. É preciso que essa ideia e esse sentimento se achem neles pré-formados, inatos, prontos. Sem essa predisposição radical, espontânea da massa, todo o pregador seria um pregador no deserto.
Daqui que as mudanças históricas supõem o nascimento de um tipo de homem diferente em mais ou menos do que antes havia; isto é, supõem a mudança de gerações.

O Pessimismo é Excelente para os Inertes

O Pessimismo é uma teoria bem consoladora para os que sofrem, porque desindividualiza o sofrimento, alarga-o até o tornar uma lei universal, a lei própria da Vida; portanto lhe tira o carácter pungente de uma injustiça especial, cometida contra o sofredor por um Destino inimigo e faccioso! Realmente o nosso mal sobretudo nos amarga quando contemplamos ou imaginamos o bem do nosso vizinho – porque nos sentimos escolhidos e destacados para a Infelicidade, podendo, como ele, ter nascido para a Fortuna. Quem se queixaria de ser coxo – se toda a humanidade coxeasse? E quais não seriam os urros, e a furiosa revolta do homem envolto na neve e friagem e borrasca de um Inverno especial, organizado nos céus para o envolver a ele unicamente – enquanto em redor toda a humanidade se movesse na benignidade de uma Primavera? (…) O Pessimismo é excelente para os Inertes, porque lhes atenua o desgracioso delito da Inércia.

De Tão Divino Acento E Voz Humana

De tão divino acento e voz humana,
de tão doces palavras peregrinas,
bem sei que minhas obras não são dinas,
que o rudo engenho meu me desengana.

Mas de vossos escritos corre e mana
licor que vence as águas cabalinas;
e convosco do Tejo as flores finas
farão enveja à cópia mantuana.

E pois, a vós de si não sendo avaras,
as filhas de Mnemósine fermosa
partes dadas vos tem, ao mundo caras,

a minha Musa e a vossa tão famosa,
ambas posso chamar ao mundo raras:
a vossa d’alta, a minha d’envejosa.

É este o choque: todos os clichês são verdadeiros. Os anos passam realmente a correr. A vida é realmente tão curta como nos dizem que é. E existe realmente um Deus – devo comprar este? Se todos os clichês são verdadeiros… bem, não me apresentem este.

Os Eternos Descontentes

‘Para que serve viver? Tudo é vão! Viver é trilhar palha. Viver, é consumir-se sem se aquecer.’
Estas cantilenas gastas passam ainda por sabedoria; quanto mais velha mais cheira a bafio, mais honrada é. A podridão é também um título de nobreza.
Para as crianças é que é bom falar assim! Receiam o lume porque nele se queimaram. Há muita infantilidade nos antigos livros da sabedoria!
E o que trilha eternamentente palha, com que direito troça de quantos manejam o mangal? Seria preciso amordaçar tais loucos, – os que se sentam à mesa sem levar nada, nem sequer um bom apetite, e que blasfemam em seguida: ‘Tudo é vão’.
Mas comer bem e beber bem, ó meus irmãos, é uma arte que não tem nada de vão.

(…)e por minha parte tento convencer os outros de que, para alcançar o bem, a natureza humana não encontrará facilmente melhor auxiliar que Eros.