Não Há Amor como o Primeiro
Não há amor como o primeiro. Mais tarde, quando se deixa de crescer, há o equivalente adulto ao primeiro amor — é o primeiro casamento; mas não é igual. O primeiro amor é uma chapada, um sacudir das raízes adormecidas dos cabelos, uma voragem que nos come as entranhas e não nos explica. Electrifica-nos a capacidade de poder amar. Ardem-nos as órbitas dos olhos, do impensável calor de podermos ser amados. Atiramo-nos ao nosso primeiro amor sem pensar onde vamos cair ou de onde saltámos. Saltamos e caímos. Enchemos o peito de ar, seguramos as narinas com os dedos a fazer de mola de roupa, juramos fazer três ou quatro mortais de costas, e estatelamo-nos na água ou no chão, como patos disparados de um obus, com penas a esvoaçar por toda a parte.
Há amores melhores, mas são amores cansados, amores que já levaram na cabeça, amores que sabem dizer “Alto-e-pára-o-baile”, amores que já dão o desconto, amores que já têm medo de se magoarem, amores democráticos, que se discutem e debatem. E todos os amores dão maior prazer que o primeiro. O primeiro amor está para além das categorias normais da dor e do prazer. Não faz sentido sequer.
Passagens sobre Melhor
2164 resultadosA maioria dos homens gasta a melhor parte da vida a tornar a outra miserável.
Chamar a Si Todo o Céu com um Sorriso
que o meu coração esteja sempre aberto às pequenas
aves que são os segredos da vida
o que quer que cantem é melhor do que conhecer
e se os homens não as ouvem estão velhosque o meu pensamento caminhe pelo faminto
e destemido e sedento e servil
e mesmo que seja domingo que eu me engane
pois sempre que os homens têm razão não são jovense que eu não faça nada de útil
e te ame muito mais do que verdadeiramente
nunca houve ninguém tão louco que não conseguisse
chamar a si todo o céu com um sorrisoTradução de Cecília Rego Pinheiro
Poderá ter o melhor parceiro ao seu lado, mas continuará infeliz se não tiver um romance com a própria vida.
É comum perder-se o bom por querer o melhor.
A broa e a roupa, uma semana melhor que a outra.
A Vida deve Ser um Sonho que se Recusa a Confrontos
Tudo quanto de desagradável nos sucede na vida – figuras ridículas que fazemos, maus gestos que temos, lapsos em que caímos de qualquer das virtudes – deve ser considerado como meros acidentes externos, impotentes para atingir a substância da alma. Tenhamo-los como dores de dentes, ou calos, da vida, coisas que nos incomodam mas são externas ainda que nossas, ou que só tem que supor a nossa existência orgânica ou que preocupar-se o que há de vital em nós.
Quando atingimos esta atitude, que é, em outro modo, a dos místicos, estamos defendidos não só do mundo mas de nós mesmos, pois vencemos oq ue em nós é externo, é outrem, é o contrário de nós e por isso o nosso inimigo.
Disse Horácio, falando do varão justo, que ficaria impávido ainda que em torno dele ruísse o mundo. A imagem é absurda, justo o seu sentido. Ainda que em torno de nós rua o que fingimos que somos, porque coexistimos, devemos ficar impávidos – não porque sejamos justos, mas porque somos nós, e sermos nós é nada ter que ver com essas coisas externas que ruem, ainda que ruam sobre o que para elas somos.
A vida deve ser,
Não se reconhece tanto a ignorância dos homens no que confessam ignorar, como no que blasonam de saber melhor.
Não dês fé unicamente aos olhos do teu corpo. Melhor se vê o que é invisível
Não dês fé unicamente aos olhos do teu corpo. Melhor se vê o que é invisível.
Quando somos bons para os outros, somos ainda melhores para nós.
Uma vida é só uma vida só uma vida é vivida melhor se for dividida e tudo mais é só e tudo mais é e tudo mais e tudo e
Escolher Melhor
Todos os dias somos convidados ou forçados a escolher, ou seja, o poder da escolha é algo inerente e insubstituível ao formato da nossa vida. Não há um caminho sem escolhas e não há passos dados sem que escolhamos avançar. Naturalmente que nem todas as escolhas que fazemos são as mais corretas, algumas tornam-se irreparáveis até, mas a verdade é que todas nos levam a algum lado e em todas se esconde algo maior por aprender ou simplesmente algo precioso que reforce uma qualquer convicção nossa. Assim é connosco, assim foi e é com os nossos pais, com todos os restantes elementos da nossa família e com todos aqueles que nos rodeiam. Esta tomada de consciência a nosso respeito e a respeito dos outros é um passo de mestre na nossa vida. Aprendemos a tolerar, a aceitar e sobretudo a perdoar. Só quando assumimos as nossas escolhas, tenham elas sido feitas cá ou lá, é que percebemos que a qualquer momento podemos escolher outra vez e escolher melhor.
À pergunta habitual: ”Por que é que escreve ?”, a resposta do poeta será sempre a mais curta:”Para viver melhor.”.
Moral para Psicólogos
Não cultivar uma psicologia de bisbilhoteiro! Nunca observar só por observar! Isso provoca uma óptica falsa, uma perspectiva vesga, algo que resulta forçado e que exagera as coisas. O ter experiências, quando é um querer-ter-experiências, — não resulta bem. Na experiência não é lícito olhar para si mesmo, todo o olhar se converte então num «mau-olhado». Um psicólogo nato guarda-se, por instinto, de ver por ver; o mesmo se pode dizer do pintor nato. Este não trabalha jamais «segundo a natureza», encomenda ao seu instinto, à sua câmara escura o crivar e exprimir o «caso», a «natureza», o «vivido»… Até à sua consciência chega só o universal, a conclusão, o resultado: não conhece esse arbitrário abstrair do caso individual. — Que é que resulta quando se procede de outro modo? Quando se cultiva, por exemplo, uma psicologia de bisbilhoteiro, à maneira dos romanciers parisienses, grandes e pequenos? Essa gente anda, por assim dizê-lo, à espreita da realidade, essa gente leva para casa cada noite um punhado de curiosidades… Porém veja-se o que acaba por sair daí — um montão de borrões, um mosaico no melhor dos casos, e de qualquer forma algo que é o resultado da soma de várias coisas,
Prejudicar com o que se tem de Melhor
As nossas forças levam-nos por vezes tão longe que não podemos continuar a suportar as nossas fraquezas e disso perecemos: bem nos sucede prever esse resultado, mas não lhe podemos introduzir nenhuma modificação. Usamos então a dureza contra o que seria necessário poupar em nós memos, e a nossa grandeza faz a nossa barbárie.
Esta experiência, que acabamos por pagar com a vida, simboliza a acção dos grandes homens nos outros e no seu tempo: é com aquilo que têm de melhor, com aquilo que são os únicos a poder fazer, que arruinam grande número de seres fracos, incertos, sem vontade própria, ainda em mudança, é com aquilo que têm de melhor em si próprios que se tornam nocivos. Pode até acontecer que só prejudiquem porque aquilo que há de melhor nele só pode ser absorvido, esvaziado de um trago, de qualquer maneira, por seres que ali afogam a sua razão e a sua individualidade, como se fosse num licor excessivamente forte: estão de tal modo embriagados que não poderão deixar de partir os membros em todos os caminhos em que a sua embriaguez os fulminará.
É melhor ir dormir sem jantar do que se levantar com dívidas.
Não há nada melhor para uma alma do que tornar menos triste outra alma.
… teorias por melhores que sejam, quase sempre são inaplicáveis e, por esta razão, até mesmo, em nome da razão, devem ser, simplesmente, colocadas sob a prateleira do ESQUECIMENTO.
A pior verdade custa apenas um grande desgosto. A melhor mentira custa muitos pequenos desgostos e, no fim, um desgosto grande.
Investir em conhecimento rende sempre os melhores juros.