O Medo Da Nossa Condição Humana
Quando me ponho Ă s vezes a considerar as diversas agitaçÔes dos homens, e os perigos e trabalhos a que eles se expĂ”em, na corte, na guerra, donde nascem tantas querelas, paixĂ”es, cometimentos ousados e muitas vezes nocivos, etc., descubro que toda a misĂ©ria dos homens vem duma sĂł coisa, que Ă© nĂŁo saberem permanecer em repouso, num quarto. Um homem que tenha o bastante para viver, se fosse capaz de ficar em sua casa com prazer nĂŁo sairia para ir viajar por mar ou pĂŽr cerco a uma praça-forte. NinguĂ©m compraria tĂŁo caro um posto no exĂ©rcito se nĂŁo achasse insuportĂĄvel deixar-se estar quieto na cidade; e quem procura a convivĂȘncia e a diversĂŁo dos jogos Ă© porque Ă© incapaz de ficar, em casa, com prazer.
Mas quando pensei melhor, e que, depois de ter encontrado a causa de todos os nossos males, quis descobrir a razão desta, achei que hå uma bem efectiva, que consiste na natural infelicidade da nossa condição frågil e mortal, e tão miseråvel que nada nos pode consolar quando nela pensamos a fundo.
Passagens sobre Ninguém
1737 resultadosO silĂȘncio foi a primeira coisa que existiu; um silĂȘncio que ninguĂ©m ouviu.
Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carĂȘncia. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessĂĄrio, nĂŁo havia pobreza no mundo e ninguĂ©m morreria de fome.
Ninguém faz mal a um homem no mesmo instante em que vai pedir-lhe um favor.
Nunca falta a ninguém uma boa razão para suicidar-se.
Ninguém foge à sua sorte.
A ExistĂȘncia Baseada Em JustificaçÔes
NinguĂ©m aqui gera mais do que a sua possibilidade espiritual de viver; pouco importa que dĂȘ a aparĂȘncia de trabalhar para se alimentar, para se vestir, etc.; com cada bocada visĂvel uma invisĂvel lhe Ă© estendida, com cada vestimenta visĂvel uma invisĂvel vestimenta. EstĂĄ nisso a justificação de cada homem. Parece fundamentar a sua existĂȘncia com justificaçÔes ulteriores, mas essa Ă© apenas a imagem invertida que oferece o espelho da psicologia, de facto erege a sua vida sobre as suas justificaçÔes. Ă verdade que cada homem deve poder justificar a sua vida (ou a sua morte, o que vem dar no mesmo), nĂŁo pode furtar-se a essa tarefa.
Não perguntes a ninguém se tem certezas. Pergunta-lhe apenas pelo seu boletim médico.
PrudĂȘncia e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguĂ©m.
A dor que não ajuda ninguém é absurda.
E, como levava uma existĂȘncia divina, Deus o tomou para Si; ninguĂ©m o viu mais.
A Ășnica companhia que terĂĄs desde o teu primeiro segundo atĂ© ao teu Ășltimo esgar de vida Ă©s tu, como tal, de nada nem ninguĂ©m podes depender a nĂŁo ser de ti. Tudo passa, tu ficas.
O essencial na vida nĂŁo Ă© convencer ninguĂ©m, nem talvez isso seja possĂvel; o que Ă© preciso Ă© que eles sejam nossos amigos; para tal, seremos nĂłs amigos deles; que forças hĂŁo de trabalhar o mundo se pusermos de parte a amizade?
AniversĂĄrio
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de hå séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religiĂŁo qualquer.No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saĂșde de nĂŁo perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a famĂlia,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, jå não sabia ter esperanças.
Quando vim a.olhar para a vida, perdera o sentido da vida.Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serĂ”es de meia-provĂncia,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui â ai, meu Deus!, o que sĂł hoje sei que fui…
A que distĂąncia!…
(Nem o acho… )
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!O que eu sou hoje Ă© como a umidade no corredor do fim da casa,
As lågrimas cuja amargura é pura, são as que não caem no seio de ninguém e que ninguém consola.
Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém.
NĂŁo se encontra ninguĂ©m que se queira dividir sua riqueza, mas a vida Ă© distribuĂda entre muitos! Alguns sĂŁo econĂŽmicos na preservação de seu patrimĂŽnio, mas desperdiçam o tempo, a Ășnica coisa que justificaria a avareza.
Ninguém vence sozinho, nem no campo da vida!
A alegria do Evangelho é para todo o povo, não se pode excluir ninguém; assim foi anunciada pelo anjo aos pastores de Belém: «Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o serå para todo o povo» (Lucas 2:10).
A Virgem é quem, mais do que ninguém, contemplou Deus no rosto humano de Jesus. Ajudada por S. José, envolveu-O em panos e aconchegou-O na manjedoura.