Alguns desprezam a riqueza porque desprezam a ideia de enriquecer.
Recentes
SĂł o Amor me Interessa
Nesta fase em que sĂł o amor me interessa
o amor de quem quer que seja
do que quer que seja
o amor de um pequeno objecto
o amor dos teus olhos
o amor da liberdadeo estar Ă janela amando o trajecto voado
das pombas na tarde calmanesta fase em que o amor é a música de rádio
que atravessa os quintais
e a criança que corre para casa
com um pão debaixo do braçonesta fase em que o amor é não ler os jornais
podes vir podes vir em qualquer caravela
ou numa nuvem ou a pé pelas ruas
– aqui está uma janela acolá voam as pombas –podes vir e sentar-te a falar com as pálpebras
pĂ´r a mĂŁo sob o rosto e encher-te de luzporque o amor meu amor Ă© este equilĂbrio
esta serenidade de coração e árvores
A ideia complacente de que a vida não fosse algo que transcorre como o rio revolto de Heráclito, mas uma ocasião única de dar a volta na grelha e continuar assando-se do outro lado por noventa anos a mais.
Nunca casaria com uma rapariga com quem tivesse vivido na mesma cidade durante um ano.
Ser, ou não ser, eis a questão: será mais nobre
O anônimo tem possibilidades infinitas de ação — se os famosos o permitirem.
Seja no que for, temos de ter em conta a finalidade.
Aquele que não consegue perdoar aos outros, destrói a ponte por onde irá passar.
Para suportar as aflições dos outros, toda a gente tem coragem de sobra.
Ninguém sabe o que é ser rico até ser rico.
Os pés sustentam o corpo, mas ignoram o que ele faz ou deixa de fazer.
É melhor ser rei do teu silêncio do que escravo das tuas palavras.
Um dos méritos da poesia, que muita gente não percebe, é que ela diz mais que a prosa e em menos palavras que a prosa.
A alma move toda a matéria do mundo.
Sempre há outra chance, uma outra amizade, um outro amor. Para todo fim, um recomeço.
Os homens de extraordinários talentos sĂŁo ordinariamente os de menor juĂzo.
O que é velho está morto ainda que o novo não tenha nascido.
Meu silencio grita, meu olhar entrega, mas ninguém percebe.
Serenidade MĂope
Os homens comprazem-se com o brando som dos instrumentos musicais e com o canto dos pássaros; comprazem-se com o espectáculo dos animais a brincar e a divertirem-se, mas ficam aborrecidos se estes rosnam, bramem ou ficam irados. Mas quando vĂŞem que as suas prĂłprias vidas sĂŁo carrancudas, taciturnas, opressas, e perturbadas por paixões intĂ©rminas e altamente nocivas, por preocupações e aborrecimentos, nĂŁo encontram trĂ©gua nem alĂvio para si prĂłprios; como o poderiam? NĂŁo apenas isso, mas quando os outros os incitam a encontrá-los, nĂŁo dĂŁo atenção nenhuma ao argumento cuja aceitação os capacitaria a tolerar o presente sem recriminação, a recordar o passado com gratidĂŁo e a enfrentar o futuro sem apreensĂŁo nem receio, mas com gaia e luminosa esperança.
O Estado existe para realizar o que Ă© Ăştil. O indivĂduo para realizar o que Ă© belo.