Como é que um homem sem as virtudes que lhe são próprias pode cultivar a música ?
Recentes
As pessoas têm realmente ficado mais confortáveis não apenas partilhando mais informação e outras coisas, mas de uma forma mais aberta e com mais pessoas – e a norma social é simplesmente algo que tem evoluído ao longo do tempo.
Fugir: trocar os perigos e inconveniências de uma residência fixa pela segurança e o conforto da viagem.
Está em meu poder servir a Deus ou não o servir. Servindo-o, acrescento ao meu próprio bem e ao bem de todo o universo. Não o servindo, abro mão do meu próprio bem e privo o mundo do bem que estava em meu poder criar.
A melhor maneira de manter os filhos dentro de casa é criar uma atmosfera doméstica agradável – e esvaziar os [[pneu[[s do carro.
Tem cuidado com os custos pequenos! Uma pequena fenda afunda grandes barcos.
Rico como um nababo.
Coisa deleitosa é ao bom obrar virtudes.
O ser humano é mentalmente tão evoluído e, ao mesmo tempo, tão complicado que quando não existem problemas trata de os criar.
As opiniões são como os pregos; quanto mais se martelam, mais se enterram.
Empenhar-se ativamente para alcançar determinado objetivo dá à vida significado e substância.
O mérito tem o seu pudor, como a castidade.
As Pessoas Riam-se de Mim
A minha susceptibilidade a certo tipo de sustos (medo) era grande. Na rua, um homem caminhando na minha direcção, isto é, na direcção contrária, tirou da algibeira um lenço à minha frente; comecei de imediato a pensar, inconscientemente, acho, que estava a tirar uma arma ou um revólver.
A minha vista curta — nem sempre, mas excessivamente no que respeita aos traços das pessoas, aos gestos — afectava o meu cérebro desequilibrado. A minha imaginação interpretava mal o carácter dos seus olhares. Distorcia, não sabia explicar porquê, a intenção e o significado dos seus gestos. O meu próprio sentido de audição era débil; aplicava a mim próprio, retorcendo-as, as palavras que captava. Via em cada palavra um termo destinado a ofender-me, em cada frase, mal apanhada, a sombra e o vislumbre de um insulto.
As pessoas na rua riam-se: riam-se de mim. A minha vista débil não me deixava destruir esta ilusão. Não me atrevia a pôr os óculos que tinha no bolso, pois temia que as minhas desconfianças se revelassem fundadas.
Ansiava por ter uma grande auto-estima, para que a minha pessoa me fizesse esquecer de mim próprio. Desejava, oh, como desejava! — o impulso de me dedicar aos outros para que eles me fizessem esquecer de mim.
Os instintos são formas típicas de comportamento, e todas as vezes que nos deparamos com formas de reação que se repetem de maneira uniforme e regular, trata-se de um instinto, quer esteja associado a um motivo consciente ou não.
O hábito é que me faz suportar a vida. Às vezes acordo com este grito: – A morte! A morte! – e debalde arredo o estúpido aguilhão. Choro sobre mim mesmo como sobre um sepulcro vazio. Oh! Como a vida pesa, como este único minuto com a morte pela eternidade pesa! Como a vida esplêndida é aborrecida e inútil! Não se passa nada, não se passa nada. Todos os dias dizemos as mesmas palavras, cumprimentamos com o mesmo sorriso e fazemos as mesmas mesuras. Petrificam-se os hábitos lentamente acumulados. O tempo mói: mói a ambição e o fel e torna as figuras grotescas.
Em público, gosto de roupa bem conservadora, alguma coisa que não seja espalhafatosa. Mas, no palco, gosto da rouba mais espalhafatosa que puder.
Amizade de um dia, recordação de um minuto.
Eu Perdi-me nela mesma
(Cantiga sua à senhora Maria Coresma)
Uns esperam a Coresma
para se nela salvar,
eu perdi-me nela mesma
para nunca me cobrar.Mas com esta perda tal
eu m’hei por mui bem ganhado,
porque o melhor de meu mal
está todo no cuidado.
Os que cuidam qu’a Coresma
não é para condenar,
se a virem ela mesma,
mal se poderão salvar.
Respeitar em cada homem o homem, se não for aquele que é, pelo menos o que ele poderia ser, que ele deveria ser.
Confrontem-se com um cadáver pelo menos uma vez. A ausência absoluta de vida é o confronto mais perturbador e desafiante que alguma vez irão ter.