Passagens sobre Pessoas

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A Ironia da Escolha

O prazer – um dos mais autênticos – de apreender que alguém está forçado a escolher, que não pode ter duas coisas ao mesmo tempo. É um sinal do carácter trágico da vida, que consiste no facto de um valor não se conciliar com outro. Consequência: renunciaste a muitas coisas para ter uma só – e agrada-te que os outros sintam também o império desta lei.
As pessoas que take for granted qualquer coisa entram em colisão contigo na medida justamente em que pretendem escapar a esse carácter trágico. As pessoas que gozam pagãmente qualquer coisa, idem, na medida também em que negam, por avidez, a incerteza e a contingência. Aspirar a qualquer coisa, pretendê-la, é em si mesmo agressivo na medida em que suprime a ironia da vida.
Odiamos os outros porque nos odiamos a nós próprios.
Tu, no entanto, take for granted o que não se deve take for granted. Aqui vem a propósito a pureza do coração, a humildade, a aceitação do mundo de Deus.

Há pessoas que, ainda que pretendam ocultá-lo, perseguem um fim distinto das outras. A sua atitude perante a vida denuncia-os.

As pessoas podem fazer o que quiserem, mas ninguém liga ao que elas fazem. Para os portugueses só interessa a cara que têm. Pode ser-se arquitecto mas se calha ter «cara de quem nunca fez um desenho na vida» está lixado. Pode nunca ter provado uma pinga de vinho na vida mas se alguém afirma que é alcoólico e há outro que diz «Tem cara disso…» pode considerar-se bêbado para todos os efeitos. Pode ser a pessoa mais amistosa e gregária do mundo, mas se tem «cara de pouco amigos» toda a gente foge dele.

Avaliações Precipitadas

Uma característica inata do homem e muito intimamente entrelaçada com a sua natureza reside no facto de a proximidade das coisas não lhe chegar para o conhecimento. E isso apesar de cada fenómeno de que nós próprios temos consciência ser nesse momento o que nos está mais próximo, podendo nós, portanto, se formos capazes de o penetrar com vigor, exigir-lhe que se explique a si mesmo.
Trata-se, contudo, de qualquer coisa que os homens não aprendem porque vai contra a sua natureza. É assim que mesmo as pessoas de cultura não podem deixar de relacionar uma dada verdade que acabam de constatar numa dada situação e lugar, não apenas com um fenómeno próximo, mas também com fenómenos muito mais amplos e extremamente distantes, do que resultam erros após erros. O fenómeno próximo só se relaciona com um fenómeno distante no sentido em que todas as coisas se regem por um conjunto muito restrito de grandes leis que se manifestam por toda a parte.

Ah! Não me diga que concorda comigo! Quando as pessoas concordam comigo, tenho sempre a impressão de que estou errado.

O pranto é o consumar de duas viagens: da lágrima à luz e do homem para uma maior humanidade. Afinal a pessoa não vem à luz logo em pranto? O choro não é a nossa primeira voz?

Você pode sonhar, projetar, criar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo. Mas precisará de pessoas para tornar o sonho realidade.

O mundo está cheio de pessoas com vontade; algumas com vontade de trabalhar e as outras com vontade de as deixar trabalhar.

Não é verdade que as pessoas param de perseguir os sonhos porque estão a ficar velhas, elas estão a ficar velhas porque pararam de perseguir os sonhos.

A Melhoria dos Povos Melhora os seus Deuses

À medida que os povos se tornam melhores, os Deuses melhoram também. Mas como não se lhes pode eliminar, imediatamente, as particularidades humanas que tempos mais grosseiros lhes atribuiram, as pessoas sensatas têm durante um certo tempo ainda, muitas coisas como incompreensíveis ou explicam-nas por meio de símbolos.

Faça todo o bem que você puder, com todos os recursos que você puder, por todos os meios que você puder, em todos os lugares que você puder, em todos os tempos que você puder, para todas as pessoas que você puder, sempre e quando você puder.

Quem se mata corre atrás de uma imagem que forjou de si próprio: as pessoas matam-se sempre para existir.

O Meu Amor

[Citações da entrevista do jornal Público a Miguel Esteves Cardoso (MEC) e Maria João Pinheiro (MJ), no dia 21 de Abril de 2013]

MEC – Ela é sempre maravilhosa. Vivia muito desconfiado nos, sei lá, nos primeiros meses e anos. Desconfiava de que ela tivesse uma Maria João verdadeira que não fosse assim mágica. Que fosse prática e muito diferente. Que houvesse – há sempre – uma pessoa escondida dentro dela. Mas não. Não há.
(…)
MJ – O Miguel é uma pessoa. Uma pessoa maravilhosa. Um tesouro.
(…)
MJ – Foi conhecer a pessoa mais generosa, perfeita, bondosa. A alma mais pura.
MEC – Devíamos dar mais entrevistas. Eu nunca ouço isto. Estou inchado. Se achavas isso antes, por que é que não disseste?
(…)
MEC – Sim. E fiquei como nunca fiquei antes. Fiquei assim toinggg. Parecia extremamente feliz. E eu: «Ah!!» E luminosa. Risonha. Como se fosse um prémio. Sabe?, um prémio. «Aqui está a tua sorte.» Senti uma ausência de dúvida. Eh pá. Só queria que fosse minha.
(…)
MEC – É a mulher mais bonita que alguma vez vi. Era linda de morrer e podia ser uma víbora.

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A ilusão é como um vulcão: se o encobrimos sem eliminar o fogo, ele irromperá noutra parte. Se a pessoa tratar da doença sem eliminar a ilusão mental, que é a causa principal, a doença reaparecerá noutra parte do corpo. Tal pessoa será um assíduo cliente dos médicos.

Um homem pode ser um herói se ele é um cientista, ou um soldado, ou um viciado em drogas, ou um locutor, ou um medíocre político mesquinho. Um homem pode ser um herói porque ele sofre e se desespera; ou porque ele pensa logicamente e analiticamente; ou porque ele é “sensível”; ou porque ele é cruel. Riqueza estabelece um homem como um herói, assim como a pobreza. Virtualmente qualquer circunstância na vida de um homem o tornará um herói para algum grupo de pessoas e tem uma versão mítica na cultura — na literatura, arte, teatro, ou nos jornais diários.