PrudĂȘncia Ă© nĂŁo querer o que nĂŁo se pode ter.
Passagens sobre PrudĂȘncia
123 resultadosO Encanto da Vida
Todas as noites acordado atĂ© desoras, Ă espera da Ășltima cena de pancadaria num jogo de futebol, do Ășltimo insulto num debate parlamentar, do Ășltimo discurso demagĂłgico num comĂcio eleitoral, da Ășltima pirueta dum cabotino entrevistado, da Ășltima farsa no palco internacional. CrucificaçÔes masoquistas, que a prudĂȘncia desaconselha e a imprudĂȘncia impĂ”e. Vou deste mundo farto de o conhecer e faminto de o descobrir.
Mas nĂŁo hĂĄ perspicĂĄcia, nem constĂąncia de atenção capazes de lhe prefigurar os imprevistos. O que acontece hoje excede sempre o que sucedeu ontem. A violĂȘncia, o facciosismo, a ambição de poder, a crueldade e o exibicionismo nĂŁo tĂȘm limites. Felizmente que a abnegação, a generosidade e o altruĂsmo tambĂ©m nĂŁo. E o encanto da vida Ă© precisamente esse: nenhum excesso nela ser previsĂvel. Nem no mal nem no bem. E nĂŁo me canso de o verificar, de surpresa em surpresa, Ă luz dos acontecimentos.
Quando julgo que estou devidamente informado sobre o amor, sobre o Ăłdio, sobre a santidade, sobre a perfĂdia, sobre as virtudes e os defeitos humanos, acabo por concluir que soletro ainda o ĂĄ-bĂȘ-cĂȘ da realidade. Cabeçudo como sou, teimo na aprendizagem. Hoje fizeram-me a revelação surpreendente de que um avarento meu conhecido,
A LusitĂąnia
A terra mais ocidental de todas é a Lusitùnia. E porque se chama Ocidente aquela parte do mundo? Porventura porque vivem ali menos, ou morrem mais os homens? Não; senão porque ali vão morrer, ali acabam, ali se sepultam e se escondem todas as luzes do firmamento. Sai no Oriente o Sol com o dia coroado de raios, como Rei e fonte da Luz: sai a Lua e as Estrelas com a noite, como tochas acesas e cintilantes contra a escuridade das trevas, sobem por sua ordem ao Zénite, dão volta ao globo do mundo resplandecendo sempre e alumiando terras e mares; mas em chegando aos Horizontes da Lusitùnia, ali se afogam os raios, ali se sepultam os resplendores, ali desaparece e perece toda aquela pompa de luzes.
E se isto sucede aos lumes celestes e imortais; que nos lastimamos, Senhores, de ler os mesmos exemplos nas nossas HistĂłrias? Que foi um Afonso de Albuquerque no Oriente? Que foi um Duarte Pacheco? Que foi um D. JoĂŁo de Castro? Que foi um Nuno da Cunha, e tantos outros HerĂłis famosos, senĂŁo uns Astros e Planetas lucidĂssimos, que assim como alumiaram com estupendo resplendor aquele glorioso sĂ©culo, assim escurecerĂŁo todos os passados?
Os sĂĄbios aproveitam-se dos tolos mais do que os tolos se aproveitam dos sĂĄbios, uma vez que os sĂĄbios evitam os erros dos tolos, enquanto estes Ășltimos nĂŁo imitam a prudĂȘncia dos sĂĄbios.
A actividade faz mais fortuna do que a prudĂȘncia.
Os vĂcios entram na composição da virtude assim como os venenos entram na composição dos remĂ©dios. A prudĂȘncia mistura-os e atenua-os, e deles se serve utilmente conta os males da vida.
A coragem Ă© filha da prudĂȘncia, nĂŁo da temeridade.
Che Guevara
Contra ti se ergueu a prudĂȘncia dos inteligentes e o arrojo
[dos patetas
A indecisĂŁo dos complicados e o primarismo
Daqueles que confundem revolução com desforraDe poster em poster a tua imagem paira na sociedade de
[consumo
Como o Cristo em sangue paira no alheamento ordenado das
[igrejasPorém
Em frente do teu rosto
Medita o adolescente Ă noite no seu quarto
Quando procura emergir de um mundo que apodrece
A prudĂȘncia, nunca erra.
As pessoas precisam de trĂȘs coisas: prudĂȘncia no Ăąnimo, silĂȘncio na lĂngua e vergonha na cara.
A Confiança é o Elo entre a Sociedade e a Amizade
Ainda que a sinceridade e a confiança estejam relacionadas, sĂŁo, no entanto, diferentes: a sinceridade consiste em abrir o coração e em mostrarmo-nos tal como somos por amor da verdade. Odeia o disfarce e quer reparar as suas faltas, mesmo que para isso seja preciso diminui-las pelo valor da confissĂŁo. Quanto Ă confiança, esta nĂŁo nos concede o mesmo grau de liberdade, as suas regras sĂŁo mais rigorosas, requer mais prudĂȘncia e moderação. Ora, nem sempre estamos livres para obedecer a estes requisitos. NĂŁo somos sĂł nĂłs, no que a ela diz respeito, que estamos envolvidos, porque os nossos interesses misturam-se quase sempre com os dos outros. Requer uma enorme justeza para nĂŁo levar os nossos amigos a entregarem-se, pelo facto de nĂłs nos termos entregado, como para lhes oferecer um presente, com a Ășnica intenção de aumentar o preço do que nĂłs damos.
Fica-se sempre satisfeito com o facto de os outros depositarem confiança em nĂłs porque Ă© um tributo que oferecemos ao nosso mĂ©rito, Ă© um depĂłsito que fazemos Ă nossa confiança, sĂŁo, enfim, fianças que lhes dĂŁo algum direito sobre nĂłs, isto Ă©, aceitamos uma certa dependĂȘncia Ă qual nos sujeitamos voluntariamente. NĂŁo, nĂŁo Ă© minha intenção destruir com as minhas palavras a confiança,
O Comportamento que Gera InfluĂȘncia
Um homem sincero e verdadeiro nas suas palavras, prudente e circunspecto nas suas acçÔes, terĂĄ influĂȘncia, mesmo entre os bĂĄrbaros de centro e do norte. Um homem que nĂŁo Ă© nem sincero, nem verdadeiro nas suas palavras, nem prudente e circunspecto nas suas acçÔes, terĂĄ alguma influĂȘncia, mesmo numa cidade ou numa aldeia? Quando estiverdes em pĂ©, imaginai essas quatro virtudes (a sinceridade, a veracidade, a prudĂȘncia e a circunspecção) conservando-se perto de vĂłs, diante dos vossos olhos. Quando estiverdes num carro, contemplai-as sentadas ao vosso lado. Desse modo, adquirireis influĂȘncia.
Felicidade e Prazer
Devemos estudar os meios de alcançar a felicidade, pois, quando a temos, possuĂmos tudo e, quando nĂŁo a temos, fazemos tudo por alcançå-la. Respeita, portanto, e aplica os princĂpios que continuadamente te inculquei, convencendo-te de que eles sĂŁo os elementos necessĂĄrios para bem viver. Pensa primeiro que o deus Ă© um ser imortal e feliz, como o indica a noção comum de divindade, e nĂŁo lhe atribuas jamais carĂĄcter algum oposto Ă sua imortalidade e Ă sua beatitude. Habitua-te, em segundo lugar, a pensar que a morte nada Ă©, pois o bem e o mal sĂł existem na sensação. De onde se segue que um conhecimento exacto do facto de a morte nada ser nos permite fruir esta vida mortal, poupando-nos o acrĂ©scimo de uma ideia de duração eterna e a pena da imortalidade. Porque nĂŁo teme a vida quem compreende que nĂŁo hĂĄ nada de temĂvel no facto de se nĂŁo viver mais. Ă, portanto, tolo quem declara ter medo da morte, nĂŁo porque seja temĂvel quando chega, mas porque Ă© temĂvel esperar por ela.
Ă tolice afligirmo-nos com a espera da morte, visto ser ela uma coisa que nĂŁo faz mal, uma vez chegada. Por conseguinte, o mais pavoroso de todos os males,
A prudĂȘncia persiste em saber reconhecer a natureza dos inconvenientes, aceitando como bom o menos mal.
Feliz o homem que alcançou a prudĂȘncia
Feliz o homem que alcançou a prudĂȘncia.
Os velhos tornam-se nulos e inĂșteis Ă força de prudĂȘncia e circunspecção.
Imitadores
Os homens nĂŁo descendem dos macacos, mas desenvolvem todos os esforços para o fazer crer. O pecado original aproximou-nos dos animais e toda a alma Ă©, de uma maneira ou de outra, uma crestomia zoolĂłgica. O que Dante diz das ovelhas – «e o que uma faz primeiro as outras imitam» – poder-se-ia aplicar a quase todos nĂłs.
Desde que AdĂŁo resolveu imitar Eva e mordeu o fruto, somos, a despeito da nossa ilusĂŁo em contrĂĄrio, uma sucessĂŁo infinita de cĂłpias. Um Ășnico cunho – em regra, chamado gĂ©nio – basta para imprimir milhares e milhares daquelas moedas vulgares que circulam pela Terra. E o gĂ©nio nem sempre se liberta da servidĂŁo universal da imitação. Toda a vida Ă© um mosaico de plĂĄgios.
A maioria imita por preguiça, para se poupar o trabalho de procurar e inventar, ou por prudĂȘncia, que aconselha os caminhos percorridos e as experiĂȘncias coroadas de ĂȘxito. Compreende-se que a humildade, embora rara, leve naturalmente quem a possui a imitar aqueles que reconhece superiores, mas a prĂłpria soberba, que deveria afastar da repetição, torna-nos macacos. Se viver Ă© distinguir-se, o orgulhoso deveria providenciar para nĂŁo se parecer com ninguĂ©m. Mas a inveja, sob a sonante designação da emulação,
NĂŁo hĂĄ sorte nem desgraça; o que hĂĄ Ă© prudĂȘncia e imprudĂȘncia.
A fortuna Ă© madrasta da prudĂȘncia.
A atividade enriquece mais do que a prudĂȘncia.