Passagens sobre Amar

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Frases sobre amar, poemas sobre amar e outras passagens sobre amar para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Conciliação

Se essa angústia de amar te crucifica,
Não és da dor um simples fugitivo:
Ela marcou-te com o sinete vivo
Da sua estranha majestade rica.

És sempre o Assinalado ideal que fica
Sorrindo e contemplando o céu altivo;
Dos Compassivos és o compassivo,
Na Transfiguração que glorifica.

Nunca mais de tremer terás direito…
Da Natureza todo o Amor perfeito
Adorarás, venerarás contrito.

Ah! Basta encher, eternamente basta
Encher, encher toda esta Esfera vasta
Da convulsão do teu soluço aflito!

Nós, as mulheres, o que nos faz amar um homem é aparentá-lo com tudo o que amamos – o tempo da crise, da puberdade, da gestação, do enigma; os primeiros rostos, as primeiras carícias, os primeiros medos.

No Lugar dos Palácios Desertos

No lugar dos palácios desertos e em ruínas
À beira do mar,
Leiamos, sorrindo, os segredos dos sinais
De quem sabe amar.

Qualquer que ele seja, o destino daqueles
Que o amor levou
Para a sombra, ou na luz se fez a sombra deles,
Qualquer fosse o vôo.

Por certo eles foram mais reais e felizes.

O homem de se próprio não pode amar pois o amor não pode ser dominado pelos mortais. Somente o Criador domina o amor. Por isso o mortal só pode amar a partir do momento em que conhece o criador.

Não vejo por que seja legítimo amar ao mesmo tempo Cimarosa, Bach e Stravinski, e seja infiel amar contemporaneamente Carolina, Cláudia e Maria também no mesmo tempo.

Saber ser duplo: não crer na verdade e procurá-la; sofrer da vida, gozando-a; amar os outros e a sua perfeição no amor à proporção de ti mesmo.

Ama a ti mesmo. O auto-aperfeiçoamento é a coisa mais importante para o ser humano. Portanto, quando te apontarem um defeito, deves com boa vontade corrigi-lo. Isso é amar a ti mesmo.

Amar ou ter amado é o bastante. Depois, não exijam mais nada. Além dessa não existe outra pérola escondida entre as dobras escuras da vida. Amar é completar-se.

Foi Contigo que Aprendi a Amar

Foi contigo que aprendi a cidade,
sílaba a sílaba,
pedra, aço e lascas de cristal.

A cidade dos pássaros interditos
na ocasionalidade
de um galho por acaso.

A cidade das buganvílias
violáceas de medo,
excrescentes de lirismo.

A cidade dos pães calcetados
e dos meninos que, de
fome, os apetecem.

A cidade das culatras
inevitáveis
para o alvo que lhes sobra.

A cidade protestada a prazo
de um dia
de nunca mais.

A cidade geometrizada
na infalibilidade
dos seus labirintos.

Foi contigo, foi.
Foi contigo que aprendi a amar
desordenadamente.

Personagem

Teu nome é quase indiferente
e nem teu rosto já me inquieta.
A arte de amar é exactamente
a de se ser poeta.

Para pensar em ti, me basta
o próprio amor que por ti sinto:
és a ideia, serena e casta,
nutrida do enigma do instinto.

O lugar da tua presença
é um deserto, entre variedades:
mas nesse deserto é que pensa
o olhar de todas as saudades.

Meus sonhos viajam rumos tristes
e, no seu profundo universo,
tu, sem forma e sem nome, existes,
silêncio, obscuro, disperso.

Teu corpo, e teu rosto, e teu nome,
teu coração, tua existência,
tudo – o espaço evita e consome:
e eu só conheço a tua ausência.

Eu só conheço o que não vejo.
E, nesse abismo do meu sonho,
alheia a todo outro desejo,
me decomponho e recomponho.

Flores Velhas

Fui ontem visitar o jardinzinho agreste,
Aonde tanta vez a lua nos beijou,
E em tudo vi sorrir o amor que tu me deste,
Soberba como um sol, serena como um vôo.

Em tudo cintilava o límpido poema
Com ósculos rimado às luzes dos planetas:
A abelha inda zumbia em torno da alfazema;
E ondulava o matiz das leves borboletas.

Em tudo eu pude ver ainda a tua imagem,
A imagem que inspirava os castos madrigais;
E as vibrações, o rio, os astros, a paisagem,
Traziam-me à memória idílios imortais.

E nosso bom romance escrito num desterro,
Com beijos sem ruído em noites sem luar,
Fizeram-mo reler, mais tristes que um enterro,
Os goivos, a baunilha e as rosas-de-toucar.

Mas tu agora nunca, ah! Nunca mais te sentas
Nos bancos de tijolo em musgo atapetados,
E eu não te beijarei, às horas sonolentas,
Os dedos de marfim, polidos e delgados…

Eu, por não ter sabido amar os movimentos
Da estrofe mais ideal das harmonias mudas,
Eu sinto as decepções e os grandes desalentos
E tenho um riso meu como o sorrir de Judas.

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Serenata à Chuva

Chuva, manhã cinza, guarda-chuva.
Entrar no contexto, dois pontos. Ele e ela
abraçados caminham sob o tecto
do guarda-chuva que os guarda.
Pelas ruas vão com a vontade de voltar
ao branco dos lençóis. Esse objecto prosaico
que às vezes se vira com o vento
torna-se objecto de poema. Dizer também
como a chuva é doce neste dia de verão.
Como o amor altera o sentido da chuva,
sim, como ela se eleva no ar e as frases se colam
ao vestido. No interior da pele o poema mudou
desde que entraste no guarda-chuva esquecido
a um canto do armário. Talvez o amor seja tudo amar
sem excepção. Eu que nunca uso guarda-chuva
assino incondicionalmente este poema.

Estamos Todos Ligados

Estamos todos ligados. Seja em que dimensão for, somos todos responsáveis uns pelos outros e essa é a primeira premissa para se descobrir a divindade que há em nós. Temos todos o mesmo dever, ser felizes e inspirar através dessa felicidade. Temos todos a mesma capacidade, mudar. Temos todos o mesmo poder, amar. E todas as nossas ações, independentemente da energia com que são feitas, vão gerar tomadas de consciência, vão semear a mudança e vão seguramente brotar de muitos corações autênticas centelhas de compaixão e amor. Nada do que possamos fazer é indiferente e tudo o que temos feito até hoje, queiramos ou não, tem tido um enorme impacto em nós, naqueles que nos rodeiam e no todo onde todos habitamos. Sejamos responsáveis. Sejamos divinos.