Passagens sobre Bem

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Frases sobre bem, poemas sobre bem e outras passagens sobre bem para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Aprender com Todos

Não temos todos de sentir o mesmo uns pelos outros, não temos todos de nos identificar uns com os outros nem temos todos de estar juntos todos os dias. Nada disso. O que temos, e devemos, é querer bem a todos, disponibilizarmos o nosso tempo para estar perto quando for preciso, apoiar, colocarmo-nos ao serviço uns dos outros desde que tal não infrinja quem somos, e doar incondicionalmente sem esperar receber nada em troca.
Se, enquanto almas, fomos colocados no mesmo caminho, é porque todos temos algo a aprender com todos.

(…) Ninguém pode ou tem o direito de obrigar alguém a fazer seja o que for. Apesar de renascermos juntos, cada um tem o seu processo, o seu nível de consciência e o livre arbítrio para agir como entender.

Considero-me prático e funcional. Respondi sempre pelo lado do senso comum. Dizer que estava tudo bem era a minha maneira de dizer que não estava doente, que não tinha sido preso e que contava regressar a casa como combinado.

[Futebol] É uma fórmula, o penálti. Uma equação com três parcelas: força, colocação e dissimulação. Observar duas delas é sempre suficiente para penetrar nos jardins do Olimpo. Um penálti marcado com força, bem colocado, e em que o guarda-redes seja enganado, entra sempre. Mas um penálti forte e colocado também entra, mesmo sem dissimulação. Um penálti dissimulado e forte sobreviverá sem colocação. E um penálti colocado e dissimulado é sempre golo, ainda que não tenha muita força. É a ciência ao serviço da arte. Sim: o penálti é o mínimo múltiplo comum entre arte e ciência.

Sucesso sem Riqueza

Muita gente confunde sucesso com amealhar dinheiro. Embora o sucesso acabe por levar à riqueza, é muito mais que isso. É uma atitude mental e espiritual – um estado de consciência – de que o dinheiro é um sub-produto acidental. Sucesso é um modo de viver. Estamos neste mundo para ter sucesso como seres humanos. Uma pessoa bem sucedida tem paz de espírito, está satisfeita com os talentos que Deus lhe deu, e sente-se feliz em usá-los e aplicá-los para seu benefício. A procura de uma vida melhor, e a realização de um objectivo digno, é a mais satisfatória das actividades humanas.
(…) Uma vida bem sucedida não é fácil. É construída sobre qualidades fortes – sacrifício, diligência, lealdade e integridade. A corrida nem sempre é ganha pelo mais rápido nem a batalha pelo mais forte; a vitória vai muitas vezes para o mais temerário e o mais persistente. O maior obstáculo no caminho do sucesso não é a falta de inteligência, de carácter ou de força de vontade. É a incapacidade para levar o trabalho até ao fim.

Se Ausente da Alma Estou, que me Dá Vida?

Se apartada do corpo a doce vida,
Domina em seu lugar a dura morte,
De que nasce tardar-me tanto a morte
Se ausente da alma estou, que me dá vida?

Não quero sem Silvano já ter vida,
Pois tudo sem Silvano é viva morte,
Já que se foi Silvano, venha a morte,
Perca-se por Silvano a minha vida.

Ah! suspirado ausente, se esta morte
Não te obriga querer vir dar-me vida,
Como não ma vem dar a mesma morte?

Mas se na alma consiste a própria vida,
Bem sei que se me tarda tanto a morte,
Que é porque sinta a morte de tal vida.

Como Dormirão Meus Olhos?

Como dormirão meus olhos?
Não sei como dormirão,
pois que vela o coração.

Voltas

Toda esta noite passada,
que eu passe em sentir,
nunca a pude dormir,
de ser muito acordada.
Dos meus olhos foi velada;
mas como não velarão,
pois que vela o coração?

As horas dela cuidei
dormi-las: foram veladas.
pois tam bem as empreguei,
dou-as por bem empregadas.
Todas as noutes passadas
neste pensamento vão,
pois que vela o coração.

Pássaros que namorados
pareceis no que cantais,
não ameis, que, se amais,
de vós sereis desamados.
Em meus olhos agravados
vereis se tenho rezão,
pois que vela o coração.

Só há um problema filosófico verdadeiramente sério: o suicídio. Julgar se a vida merece ou não ser vivida é responder uma questão fundamental da filosofia. O resto, se o mundo tem três dimensões, se o espírito tem nove ou doze categorias, vem depois. Trata-se de jogos; é preciso primeiro responder. E se é verdade, como quer Nietzsche, que um filósofo, para ser estimado, deve pregar com o seu exemplo, percebe-se a importância dessa reposta, porque ela vai anteceder o gesto definitivo. São evidências sensíveis ao coração, mas é preciso ir mais fundo até torná-las claras para o espírito. Se eu me pergunto por que julgo que tal questão é mais premente que tal outra, respondo que é pelas ações a que ela se compromete. Nunca vi ninguém morrer por causa do argumento ontológico. Galileu, que sustentava uma verdade científica importante, abjurou dela com a maior tranqüilidade assim que viu sua vida em perigo. Em certo sentido, fez bem. Essa verdade não valia o risco da fogueira. Qual deles, a Terra ou o Sol gira em redor do outro, é-nos profundamente indiferente.

Entre o conhecimento do bem e do mal há uma grande diferença: o mal conhece-se quando se tem e o bem quando se teve; o mal, quando se padece, o bem, quando se perde.

Uma Toupeira na Calçada

Vi uma toupeira na calçada.

As toupeiras não se dão bem em calçadas
– elas que têm no solo arável o seu habitat –
mas aquelas estava ali inexplicavelmente.

Uma aventura que acabou mal,
pensei para comigo.

A toupeira extraviada na calçada
esbracejava (se assim se pode dizer)
como um náufrago que não tem bóia nem tábua.

Tentava refugiar-se na terra
a que pertencia. Mas, desfavorável,
a pedra não se deixava fender das suas unhas,
tal como a água se não deixa nadar
do desespero do náufrago
que não tem tábua nem bóia.

Estava-se mesmo a ver como a coisa ia acabar.

Enquanto tivesse forças, a toupeira,
embora perplexa daquele lugar hostil,
continuaria sempre a esbracejar,
arranhando em vão a pedra da calçada.
Depois, algum gato havia de passar por ali
(há sempre um gato que passa ‘por ali’)
e daria o remate apropriado
a esta história sem história.
No fim de contas, uma toupeira é um rato,
não é verdade? (Pergunta o gato.)

Meditando na sorte da toupeira,

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Se fazeis o bem aos que vo-lo fazem, que graça alcançais? Até mesmo os pecadores agem assim

Se fazeis o bem aos que vo-lo fazem, que graça alcançais? Até mesmo os pecadores agem assim.

Dialogar em Vez de Discutir

Está o casal aos gritos, estão os políticos aos berros… E comenta-se a propósito: “É preciso discutir para chegar a algum lado, da discussão nasce a luz”. Bem, a verdade é que não se vê nada. Só quando sou capaz de ouvir, quando sinceramente admito que o outro pode ter razão ou parte dela, é que posso começar a ver. É isso que acontece? Deus queira… Discutir é querer ganhar. Dialogar é procurar a verdade com o que há de bom em cada um.

(

Revolução

Pena que as revoluções
não as façam os tiranos
se fariam bem em ordem
durariam menos anos

liberdade sairia
como verba de orçamento
e se houvesse qualquer saldo
se inventava suplemento

pagamento em dia certo
daria para isto aquilo
o que sobrasse guardado
de todo o assalto a silo

mas o que falta aos tiranos
é só imaginação
e o jeito na circunstância
é mesmo a revolução.

Ao Vento

O vento passa a rir, torna a passar,
Em gargalhadas ásperas de demente;
E esta minh’alma trágica e doente
Não sabe se há-de rir, se há-de chorar!

Vento de voz tristonha, voz plangente,
Vento que ris de mim sempre a troçar,
Vento que ris do mundo e do amor,
A tua voz tortura toda a gente! …

Vale-te mais chorar, meu pobre amigo!
Desabafa essa dor a sós comigo,
E não rias assim ! … Ó vento, chora!

Que eu bem conheço, amigo, esse fadário
Do nosso peito ser como um Calvário,
e a gente andar a rir pla vida fora!! …

Por esses longes todos eu passei, com pessoa minha no meu lado, a gente se querendo bem. O senhor sabe? Já tenteou sofrido o ar que é saudade? Diz-se que tem saudade de ideia e saudade de coração.

Fala-se em prejuízo. Porém, pensando bem, a vida foi criada de tal forma que é impossível sofrermos prejuízos. Justamente quando parece estarmos tendo prejuízo, na verdade nossa alma está captando algo.

Presunção e Glória

Somos tão pouco presunçosos que gostaríamos de ser conhecidos da terra, mesmo das pessoas que vierem quando nós já cá não estivermos. Somos tão pouco vãos que a estima de cinco pessoas, vá lá seis, nos diverte e nos honra.
(…) A modéstia é tão natural no coração do homem que um operário tem o cuidado de não se gloriar e quer ter os seus admiradores. Os filósofos querem-nos. Os poetas mais do que ninguém! Os que escrevem em louvor da glória querem ter a glória de ter escrito bem. Os que lêem querem a glória de ter lido. Eu, que escrevo isto, glorio-me de ter esse desejo. Aqueles que o lerem hão-de gloriar-se também.

A necessidade da opção sempre me foi intolerável; escolher não era bem eleger que se me afigurava, e sim rechaçar o que não elegia. Compreendia apavoradamente a estreiteza das horas, e que o tempo só tem uma dimensão; era uma linha que eu desejara espaçosa e meus desejos nela correndo, uns aos outros prejudicavam necessariamente. Eu não fazia senão isto ou aquilo. […] Escolher fora renunciar para sempre todo o resto, e a quantidade numerosa desse resto continuava preferível a qualquer unidade.