Poeira
Poeira leve, a vibrar as moléculas: poeira
Que um pobre sonhador, Ă luz da Arte, risonho,
Busca fazer faiscar: pĂł, que se ergue Ă carreira
Do Mazepa do Amor pela estepe do Sonho.Para ver-te subir, voar da crosta rasteira
Da terra, a trabalhar, todas as forças ponho:
E a seguir teu destino, enlevada, a alma inteira
O teu ciclo fará, seja suave ou tristonho.Não irás, com certeza, alto ou distante. O insano
Pó não és que, a turvar o céu claro da Itália,
Traz o vento, a bramir, do Deserto africano:Que Ă©s o humĂlimo pĂł duma estrada sem povo,
Que, pisado uma vez, pelo ambiente se espalha,
Sente um raio de Sol, cai na terra de novo.