Passagens sobre Sol

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Se um gesto de amor produzisse uma fagulha de luz, toda a humanidade, junta, poderia transformar a terra em um novo sol!

Ergue, Criança, A Fronte Condorina

Ergue, criança, a fronte condorina
Que é tua fronte, oh!, genial criança,
É como a estrela-d’alva da esperança,
Do talento sagrado que a ilumina!

Ergue-a, pois, e que, à auréola purpurina
Do Sol da CiĂȘncia, o rĂștilo tesouro
Do Estudo – o Grande Mestre – que te ensina,
Chova sobre ela suas gemas d’ouro!

E hoje que colhes um laurel bendito,
Aceita a saudação que num contrito
Fervor, eleva, qual penhor sincero

Um peito amigo a outro peito amigo,
A um gĂȘnio que desponta e que eu bendigo,
A um coração de irmão que tanto quero!

Amor nĂŁo Tem NĂșmero

Se vocĂȘ nĂŁo tomar cuidado vira nĂșmero atĂ© para si mesmo. Porque a partir do instante em que vocĂȘ nasce classificam-no com um nĂșmero. Sua identidade no FĂ©lix Pacheco Ă© um nĂșmero. O registro civil Ă© um nĂșmero. Seu tĂ­tulo de eleitor Ă© um nĂșmero. Profissionalmente falando vocĂȘ tambĂ©m Ă©. Para ser motorista, tem carteira com nĂșmero, e chapa de carro. No Imposto de Renda, o contribuinte Ă© identificado com um nĂșmero. Seu prĂ©dio, seu telefone, seu nĂșmero de apartamento — tudo Ă© nĂșmero.
Se Ă© dos que abrem crediĂĄrio, para eles vocĂȘ Ă© um nĂșmero. Se tem propriedade, tambĂ©m. Se Ă© sĂłcio de um clube tem um nĂșmero. Se Ă© imortal da Academia Brasileira de Letras tem o nĂșmero da cadeira.
É por isso que vou tomar aulas particulares de Matemática. Preciso saber das coisas. Ou aulas de Física. Não estou brincando: vou mesmo tomar aulas de Matemática, preciso saber alguma coisa sobre cálculo integral.
Se vocĂȘ Ă© comerciante, seu alvarĂĄ de localização o classifica tambĂ©m.
Se Ă© contribuinte de qualquer obra de beneficĂȘncia tambĂ©m Ă© solicitado por um nĂșmero. Se faz viagem de passeio ou de turismo ou de negĂłcio recebe um nĂșmero. Para tomar um aviĂŁo,

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Porque dar valor ao próprio sofrimento pÔe-lhe o ouro de um sol do orgulho. Sofrer muito pode dar a ilusão de ser o Eleito da Dor.

Quanto Mais me Paga, Mais me Deve

Passo por meus trabalhos tĂŁo isento
De sentimento grande nem pequeno,
Que sĂł por a vontade com que peno
Me fica Amor devendo mais tormento.

Mas vai-me Amor matando tanto a tento,
Temperando a triaga c’o veneno,
Que do penar a ordem desordeno,
Porque nĂŁo mo consente o sofrimento.

Porém se esta fineza o Amor sente
E pagar-me meu mal com mal pretende,
Torna-me com prazer como ao sol neve.

Mas se me vĂȘ co’os males tĂŁo contente,
Faz-se avaro da pena, porque entende
Que quanto mais me paga, mais me deve.

SolidĂŁo

Que venham todos os pobres da Terra
os ofendidos e humilhados
os torturados
os loucos:
meu abraço é cada vez mais largo
envolve-os a todos!

Ó minha vontade, ó meu desejo
— os pobres e os humilhados
todos
se quedaram de espanto!…

(A luz do Sol beija e fecunda
mas os místicos andaram pelos séculos
construindo noites
geladas solidÔes.)

Água-Forte

Do firmamento azul e curvilĂ­neo
Cai, fecundando as trĂȘmulas raĂ­zes
Dos laranjais, dos pĂąmpanos, das lizes,
A luz do sol procriador, sanguĂ­neo.

Pelo caminho agreste e retilĂ­neo,
Da tarde aos brandos, triunfais matizes,
A criançada, a chusma dos felizes,
Esse de auroras perfumado escrĂ­nio,

Volta da escola, rindo muito, aos saltos,
Trepando, em bulha, aos ĂĄrvoredos altos
Enquanto o sol desce os outeiros longos…

Vai dentre alados madrigais risonhos,
Do abecedĂĄrio juvenil dos sonhos,
A soletrar os principais ditongos.

Magnificat

Quando Ă© que passarĂĄ esta noite interna, o universo,
E eu, a minha alma, terei o meu dia?
Quando Ă© que despertarei de estar acordado?
NĂŁo sei. O sol brilha alto,
ImpossĂ­vel de fitar.
As estrelas pestanejam frio,
ImpossĂ­veis de contar.
O coração pulsa alheio,
ImpossĂ­vel de escutar.
Quando Ă© que passarĂĄ este drama sem teatro,
Ou este teatro sem drama,
E recolherei a casa?
Onde? Como? Quando?
Gato que me fitas com olhos de vida, que tens lĂĄ no fundo?
É esse! É esse!
Esse mandarå como Josué parar o sol e eu acordarei;
E entĂŁo serĂĄ dia.
Sorri, dormindo, minha alma!
Sorri, minha alma, serĂĄ dia !

O sol pode-se pĂŽr e renascer;
para nĂłs, quando a breve luz se apaga,
resta uma Ășnica eterna noite para dormir.

A Individualidade das Nossas SensaçÔes

Nesta era metĂĄlica dos bĂĄrbaros sĂł um culto metodicamente excessivo das nossas faculdades de sonhar, de analisar e de atrair pode servir de salvaguarda Ă  nossa personalidade, para que se nĂŁo desfaça ou para nula ou para idĂȘntica Ă s outras.
O que as nossas sensaçÔes tĂȘm de real Ă© precisamente o que tĂȘm de nĂŁo nossas. O que hĂĄ de comum nas sensaçÔes Ă© que forma a realidade. Por isso a nossa individualidade nas nossas sensaçÔes estĂĄ sĂł na parte errĂłnea delas. A alegria que eu teria se visse um dia o sol escarlate.

Sou Eu!

À minha ilustre camarada Laura haves

Pelos campos em fora, pelos combros,
Pelos montes que embalam a manhĂŁ,
Largo os meus rubros sonhos de pagĂŁ,
Enquanto as aves poisam nos meus ombros…

Em vĂŁo me sepultaram entre escombros
De catedrais duma escultura vĂŁ!
Olha-me o loiro sol tonto de assombros,
as nuvens, a chorar, chamam-me irmĂŁ!

Ecos longĂ­nquos de ondas… de universos..
Ecos dum Mundo… dum distante AlĂ©m,
Donde eu trouxe a magia dos meus versos!

Sou eu! Sou eu! A que nas mĂŁos ansiosas
Prendeu da vida, assim como ninguém,
Os maus espinhos sem tocar nas rosas!

XXII

A Goethe.

Quando te leio, as cenas animadas
Por teu gĂȘnio, as paisagens que imaginas,
Cheias de vida, avultam repentinas,
Claramente aos meus olhos desdobradas.

Vejo o céu, vejo as serras coroadas
De gelo, e o sol que o manto das neblinas
Rompe, aquecendo as frĂ­gidas campinas
E iluminando os vales e as estradas.

Ouço o rumor soturno da charrĂșa,
E os rouxinĂłis que, no carvalho erguido,
A voz modulam de ternuras cheia.

E vejo, Ă  luz tristĂ­ssima da lua,
Hermann que cisma, pĂĄlido, embebido
No meigo olhar da loura DorothĂ©a…

Os Teus Beijos, Meu Bem, Tuas CarĂ­cias

Os teus beijos, meu bem, tuas carĂ­cias,
Teus afagos, teus íntimos abraços,
São apertados nós que dås nos laços
Que prendem nossas ditas vitalĂ­cias.

Deixa gabar os deuses co’as delĂ­cias
Que desfrutam nos seus etéreos Paços,
Que estas, que nós gozamos por espaços
SĂŁo, MarĂ­lia, reais, nĂŁo sĂŁo fictĂ­cias.

Ora na tua ideia um pouco finge,
S’um prazer imortal que nĂŁo se altera
As faces divinais com rosas tinge:

Se o chĂŁo que em teus olhos reverbera,
Se a ternura sem par que a mim te cinge
Durasse um dia, o sol sua luz perdera.

Toledo

Diluído numa taça de oiro a arder
Toledo Ă© um rubi. E hoje Ă© sĂł nosso!
O sol a rir… Vivalma… NĂŁo esboço
Um gesto que me nĂŁo sinta esvaecer…

As tuas mĂŁos tacteiam-me a tremer…
Meu corpo de ùmbar, harmonioso e moço
É como um jasmineiro em alvoroço
Ébrio de sol, de aroma, de prazer!

Cerro um pouco o olhar onde subsiste
Um romĂąntico apelo vago e mudo,
– Um grande amor Ă© sempre grave e triste.

Flameja ao longe o esmalte azul do Tejo…
Uma torre ergue ao cĂ©u um grito agudo…
Tua boca desfolha-me num beijo…

A Rosa

Tu, flor de Vénus,
Corada Rosa,
Leda, fragrante,
Pura, mimosa,

Tu, que envergonhas
As outras flores,
Tens menos graça
Que os meus amores.

Tanto ao diurno
Sol coruscante
Cede a nocturna
Lua inconstante,

Quanto a MarĂ­lia
TĂ© na pureza
Tu, que és o mimo
Da Natureza.

O buliçoso,
CĂąndido Amor
PĂŽs-lhe nas faces
Mais viva cor;

Tu tens agudos
Cruéis espinhos,
Ela suaves
Brandos carinhos;

Tu nĂŁo percebes
Ternos desejos,
Em vĂŁo FavĂłnio
Te dĂĄ mil beijos.

MarĂ­lia bela
Sente, respira,
Meus doces versos
Ouve, e suspira.

A mĂŁe das flores,
A Primavera,
Fica vaidosa
Quando te gera;

Porém Marília
No mago riso
Traz as delĂ­cias
Do ParaĂ­so.

Amor que diga
Qual Ă© mais bela,
Qual Ă© mais pura,
Se tu, ou ela;

Que diga VĂ©nus…
Ela aĂ­ vem…
Ai! Enganei-me,
Que Ă© o meu bem.

Carta a Manoel

Manoel, tens razĂŁo. Venho tarde. Desculpa.
Mas nĂŁo foi Anto, nĂŁo fui eu quem teve a culpa,
Foi Coimbra. Foi esta paysagem triste, triste,
A cuja influencia a minha alma nĂŁo reziste,
Queres noticias? Queres que os meus nervos fallem?
VĂĄ! dize aos choupos do Mondego que se callem…
E pede ao vento que nĂŁo uive e gema tanto:
Que, emfim, se soffre abafe as torturas em pranto,
Mas que me deixe em paz! Ah tu nĂŁo imaginas
Quanto isto me faz mal! Peor que as sabbatinas
Dos ursos na aula, peor que beatas correrias
De velhas magras, galopando Ave-Marias,
Peor que um diamante a riscar na vidraça!
Peor eu sei lå, Manoel, peor que uma desgraça!
Hysterisa-me o vento, absorve-me a alma toda,
Tal a menina pelas vesperas da boda,
Atarefada mail-a ama, a arrumar…
O vento afoga o meu espirito n’um mar
Verde, azul, branco, negro, cujos vagalhÔes
São todos feitos de luar, recordaçÔes.
Á noite, quando estou, aqui, na minha toca,
O grande evocador do vento evoca, evoca
Nosso verĂŁo magnifico, este anno passado,
(E a um canto bate,

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Elegia

O teu corpo,
uma vez o meu altar e pecado,
O teu corpo
agora amarelo e viscoso,
hostil como a freira enclausurada,
Ă© uma forma obscena ao sol.

Tu estás morta –
tu, o meu pĂŁo e vinho santo!

Tu foste
a minha dor,
o sol
e a chuva;
Tu foste
saudade,
tudo
e desejo,
quando nĂłs
sofrendo,
quando nĂłs
encontramos
uma nova luz
uma nova fé!

Tu estás morta –
tu, o meu pĂŁo e vinho santo.