A Verdadeira Natureza Humana
A humildade fica perto da disciplina moral; a simplicidade de carácter fica perto da verdadeira natureza humana; e a lealdade fica perto da sinceridade de coração. Se um homem cultivar cuidadosamente essas coisas na sua conduta, não estará longe do padrão da verdadeira natureza humana. Com a humildade, ou uma atitude piedosa, um homem raramente comete erros; com a sinceridade de coração, um homem é geralmente digno de confiança; e com a simplicidade de carácter é comummente generoso. Cometerá poucos erros.
Textos sobre Coração
331 resultadosCorremos Dentro dos Corpos
Como o sangue, corremos dentro dos corpos no momento em que abismos os puxam e devoram. Atravessamos cada ramo das árvores interiores que crescem do peito e se estendem pelos braços, pelas pernas, pelos olhares. As raízes agarram-se ao coração e nós cobrimos cada dedo fino dessas raízes que se fecham e apertam e esmagam essa pedra de fogo.
Como sangue, somos lágrimas. Como sangue, existimos dentro dos gestos. As palavras são, tantas vezes, feitas daquilo que significamos. E somos o vento, os caminhos do vento sobre os rostos. O vento dentro da escuridão como o único objecto que pode ser tocado. Debaixo da pele, envolvemos as memórias, as ideias, a esperança e o desencanto.
Porquê Confiar em Si Mesmo?
A confiança só será possível se primeiro tiver confiança em si próprio. E isto deve começar por acontecer dentro de si. Se tiver confiança em si próprio, poderá ter confiança em mim, poderá ter confiança nas pessoas, poderá ter confiança na existência. Mas, se não tiver confiança em si próprio, então nunca mais será possível ter confiança em mais ninguém. E a sociedade corta a confiança pela raiz. Não permite que você confie em si próprio. Ensina-lhe todo o tipo de confiança – confiança nos pais, confiança na Igreja, confiança no Estado, confiança em Deus, ad infinitum. Mas a confiança básica é completamente destruída. E depois qualquer outra confiança será uma impostura, estará destinada a ser uma impostura. E então qualquer outra confiança não passará de meras flores de plástico. Não há em si raízes verdadeiras que lhe permitam fazer nascer flores verdadeiras.
A sociedade faz isso deliberadamente, de propósito, porque um homem que confie em si próprio é perigoso para a sociedade – uma sociedade que depende da escravidão, uma sociedade que investiu demasiadamente na escravidão. Um homem que confie em si próprio é um homem independente. É impossível fazer previsões a seu respeito, ele movimentar-se-á conforme quiser.
O Escrúpulo é a Morte da Acção
O escrúpulo é a morte da acção. Pensar na sensibilidade alheia é estar certo de não agir. Não há acção, por pequena que seja – e quanto mais importante, mais isso é certo – que não fira outra alma, que não magoe alguém que não contenha elementos de que, se tivermos coração, nos não tenhamos que arrepender. Muitas vezes tenho pensado que a filosofia real do eremita estará antes no esquivar-se a ser hostil, pelo simples facto de viver, do que em qualquer pensamento directamente relacionado com o isolar-se.
Não Pode Existir Amor Sem Verdadeira Troca
Não te lembras de ter encontrado na vida aquela que se considera um ídolo? Que havia ela de receber do amor? Tudo, até a tua alegria de a encontrares, se torna homenagem para ela. Mas, quanto mais a homenagem custa, mais vale: ela saborearia melhor o teu desespero.
Ela devora sem se alimentar. Ela apodera-se de ti para te queimar à sua honra. Ela é semelhante a um forno crematório. Ela, na sua avareza, enriquece-se de várias capturas, julgando encontrar a alegria nessa acumulação. E não acumula mais do que cinzas. Porque o verdadeiro uso dos teus dons era caminho de um para o outro, e não captura.
Ela verá penhores nos teus dons e abster-se-á de tos conceder em paga. Na falta de arrebatamentos que te satisfariam, a falsa reserva dela far-te-á ver que a comunhão dispensa sinais. É marca da impotência para amar, não elevação do amor. Se o escultor despreza a argila, terá de modelar o vento. Se o teu amor despreza os sinais do amor a pretexto de atingir a essência, o teu amor não passa de um palavreado. Não descuides as felicitações, nem os presentes, nem os testemunhos.Serias capaz de amar a propriedade,
A Hipocrisia do Amor ao Povo
Estes amam o povo, mas não desejariam, por interesse do próprio amor, que saísse do passo em que se encontra; deleitam-se com a ingenuidade da arte popular, com o imperfeito pensamento, as superstições e as lendas; vêem-se generosos e sensíveis quando se debruçam sobre a classe inferior e traduzem, na linguagem adamada, o que dela julgam perceber; é muito interessante o animal que examinam, mas que não tente o animal libertar-se da sua condição; estragaria todo o quadro, toda a equilibrada posição; em nome da estética e de tudo o resto convém que se mantenha.
Há também os que adoram o povo e combatem por ele mas pouco mais o julgam do que um meio; a meta a atingir é o domínio do mesmo povo por que parecem sacrificar-se; bate-lhes no peito um coração de altos senhores; se vieram parar a este lado da batalha foi porque os acidentes os repeliram das trincheiras opostas ou aqui viram maneira mais segura de satisfazer o vão desejo de mandar; nestes não encontraremos a frase preciosa, a afectada sensibilidade, o retoque literário; preferem o estilo de barricada; mas, como nos outros, é o som do oco tambor retórico o último que se ouve.
Náufragos que Navegam Tempestades
As tempestades são sempre períodos longos. Poucas pessoas gostam de falar destes momentos em que a vida se faz fria e anoitece, preferem histórias de praias divertidas às das profundas tragédias de tantos naufrágios que são, afinal, os verdadeiros pilares da nossa existência.
Gente vazia tende a pensar em quem sofre como fraco… quando fracos são os que evitam a qualquer custo mares revoltos, tempestades em que qualquer um se sente minúsculo, mas só os que não prestam o são verdadeiramente. Para a gente de coração pequeno, qualquer dor é grande. Os homens e mulheres que assumem o seu destino sabem que, mais cedo ou mais tarde, morrerão, mas há ainda uma decisão que lhes cabe: desviver a fugir ou morrer sofrendo para diante.
Da morte saímos, para a morte caminhamos. O que por aqui sofremos pode bem ser a forma que temos de nos aproximarmos do coração da verdade.Haverá sempre quem seja mestre de conversas e valente piloto de naus alheias, os que sabem sempre tudo, principalmente o que é (d)a vida do outro, e mais especificamente se estiver a passar um mau bocado. Logo se apressam a dizer que depois da tempestade vem a bonança,
O Sentido da Vida Está em Cada um de Nós
‘Vejamos, que vem a ser isto que me perturba?’, perguntou Levine a si próprio, sentindo, no fundo da sua alma, a solução para as suas dúvidas, embora ainda não soubesse qual fosse. ‘Sim, a única manifestação evidente e indiscutível da divindade está nas leis do bem, expostas ao mundo pela revelação que sinto dentro de mim e me identifica, quer queira quer não, com todos aqueles que como eu as reconhecem. É esta congregação de criaturas humanas comungando na mesma crença que se chama Igreja. Mas o judeus, os muçulmanos, os budistas, os confuccionistas?’, disse para si mesmo, repisando o ponto delicado. ‘Estarão eles entre milhões de homens privados do maior de todos os benefícios, do único que dá sentido à vida?… Ora vejamos’, continuou, após alguns instantes de reflexão, ‘qual é o problema que eu a mim mesmo estou a pôr? O das relações das diversas crenças da humanidade com a Divindade? É a revelação de Deus no Universo, com os seus astros e as suas nebulosas, que eu pretendo sondar. E é no momento em que me é revelado um saber certo inacessível à razão que eu me obstino em recorrer à lógica!
‘Eu bem sei que as estrelas não caminham’,
Todos os Fins São Neutralizados
Todos os fins são neutralizados, e os juízos de valor viram-se uns contra os outros:
Dizemos bom aquele que só escuta o seu coração, mas também aquele que só escuta o seu dever;
Dizemos que é bom o indulgente, o pacífico, mas também dizemos que é bom o valente, o inflexível, o rígido;
Dizemos bom aquele que não pratica a violência contra si próprio, mas também dizemos bom o herói, que triunfa de si mesmo;
Dizemos bom o amigo da verdade absoluta, mas também dizemos bom o homem piedoso, que tudo transfigura;
Dizemos bom aquele que é altaneiro, mas também dizemos bom o homem piedoso;
Dizemos bom o homem distinto, o aristocrata, mas também dizemos bom aquele que não é, nem desdenhoso, nem arrogante;
Dizemos bom o homem cordato, que evita conflitos, mas também dizemos bom o que deseja a luta e a vitória;
Dizemos bom aquele que quer ser sempre o primeiro, mas também dizemos bom aquele que não deseja sobrepor-se a ninguém.
Seguimos a Multidão
Nos nossos contactos quotidianos seguimos a multidão, deixamo-nos levar por esperanças e temores subalternos, tornamo-nos vítimas das nossas próprias técnicas e implementos, e desusamos o acesso que temos ao oráculo divino. É apenas enquanto a alma dorme que nos servimos dos préstimos de tantas maquinarias e muletas engenhosas. De que servem os telégrafos? Qual a utilidade dos jornais? O homem sábio não aguarda os correios nem precisa ler telegramas para descobrir como se sentem os homens no Kansas ou na Califórnia durante uma crise social. Ele ausculta o seu próprio coração. Se eles são feitos como ele é, se respiram o mesmo ar e comem o mesmo trigo, se têm mulheres e filhos, ele sabe que a sua alegria e ressentimento atingem o mesmo ponto que o seu. A alma íntegra está em perpétua comunicação telegráfica com a fonte dos acontecimentos, dispõe de informação antecipada, qual despacho particular, que a exime e alivia do terror que oprime o restante da comunidade.
Todos os homens têm coração, e cada coração tem a sua própria inclinação
Todos os homens têm coração, e cada coração tem a sua própria inclinação.
A Vida não Passa de um Reflexo da Nossa Memória
Há uma coisa que me humilha: a memória é muitas vezes a qualidade da tolice; pertence em geral aos espíritos grosseiros, os quais torna mais pensantes pela bagagem com a qual os sobrecarrega. E, no entanto, sem a memória, o que seríamos? Esqueceríamos as nossas amizades, os nossos amores, os nossos prazeres, os nossos negócios; o génio não poderia reunir as suas ideias; o coração mais afectuoso perderia a sua ternura, caso não se recordasse mais dela; a nossa existência reduzir-se-ia aos momentos sucessivos de um presente que transcorre sem cessar; não haveria mais passado. Ó que miséria a nossa! A nossa vida é tão vã que não passa de um reflexo da nossa memória.
O Amor não Existe sem Ciúme
Se o ciúme nasce do intenso amor, quem não sente ciúmes pela amada não é amante, ou ama de coração ligeiro, de modo que se sabe de amantes os quais, temendo que o seu amor se atenue, o alimentam procurando a todo o custo razões de ciúme.
Portanto o ciumento (que porém quer ou queria a amada casta e fiel) não quer nem pode pensá-la senão como digna de ciúme, e portanto culpada de traição, atiçando assim no sofrimento presente o prazer do amor ausente. Até porque pensar em nós que possuímos a amada longe – bem sabendo que não é verdade – não nos pode tornar tão vico o pensamento dela, do seu calor, dos seus rubores, do seu perfume, como o pensar que desses mesmos dons esteja afinal a gozar um Outro: enquanto da nossa ausência estamos seguros, da presença daquele inimigo estamos, se não certos, pelo menos não necessariamente inseguros. O contacto amoroso, que o ciumento imagina, é o único modo em que pode representar-se com verosimilhança um conúbio de outrem que, se não indubitável, é pelo menos possível, enquanto o seu próprio é impossível.
Assim o ciumento não é capaz, nem tem vontade, de imaginar o oposto do que teme,
A Imortalidade Pela Literatura, a Filosofia Como Meio de a Aceder
Simone de Beauvoir: Com que contava para sobreviver – na medida em que pensava sobreviver: com a literatura ou com a filosofia? Como sentia a sua relação com a literatura e a filosofia? Prefere que as pessoas gostem da sua filosofia ou da sua literatura, ou quer que gostem das duas?
Jean-Paul Sartre: Claro que responderei: que gostem das duas. Mas há uma hierarquia, e a hierarquia é a filosofia em segundo e a literatura em primeiro. Desejo obter a imortalidade pela literatura, a filosofia é um meio de aceder a ela. Mas aos meus olhos ela não tem em si um valor absoluto, porque as circunstâncias mudarão e trarão mudanças filosóficas. Uma filosofia não é válida por enquanto, não é uma coisa que se escreve para os contemporâneos; ela especula sobre realidades intemporais; será forçosamente ultrapassada por outros porque fala da eternidade; fala de coisas que ultrapassam de longe o nosso ponto de vista individual de hoje; a literatura, pelo contrário, inventaria o mundo presente, o mundo que se descobre através das leituras, das conversas, das paixões, das viagens; a filosofia vai mais longe; ela considera que as paixões de hoje, por exemplo, são paixões novas que não existiam na Antiguidade;
Perfeição é Virtude e não Ausência de Defeitos
A virtude é a perfeição no estado de homem e não a ausência de defeitos. Se eu quero construir uma cidade, pego na malandragem e na ralé. O poder há-de nobilitá-las. Ofereço-lhes uma embriaguez, diferente da embriaguez medíocre da rapina, da usura ou da violação. É ver aqueles braços nodosos que edificam. O orgulho vai-se transformando em torres, templos e muralhas. A crueldade torna-se grandeza e rigor na disciplina. E ei-los a servirem uma cidade nascida deles próprios. Trocaram-se por ela no fundo dos corações. E morrerão de pé, nas muralhas, para a salvarem. Só descobrirás neles virtudes resplandecentes.
«Mas tu, que pões má cara diante do poder da terra, diante da grosseria, da podridão e dos vermes dos homens, começas por pedir ao homem que não seja e que não tenha nem sequer cheiro. Reprovas-lhe a expressão da sua força. Instalas capados à frente do império. E eles entram a perseguir o vício, que não passa de poder mal empregado. É o poder e a vida que eles perseguem e, no entanto, tornam-se guardiões de museu e vigiam um império morto»
Ó homens, até quando tereis o coração pesado, e amareis o nada, e buscareis a ilusão
Ó homens, até quando tereis o coração pesado, e amareis o nada, e buscareis a ilusão?
A Nossa Avidez Infinita
Todos nós sofremos de uma avidez infinita. As nossas vidas são-nos preciosas, estamos sempre alerta contra os desperdícios. Ou talvez fosse melhor chamar a isso Sentido de Destino Pessoal. Sim. Creio que é melhor do que avidez. Deverá a minha vida perder um milésimo de polegada da sua plenitude? É uma coisa diferente avaliar-se a si próprio ou vangloriar-se loucamente. E há então os nossos planos, os nossos ideais. Também eles são perigosos. Podem consumir-nos como parasitas, comer-nos, sorver-nos e deixar-nos exangues e prostrados. E no entanto estamos constantemente a convidar os parasitas, como se estivéssemos ansiosos por sermos sorvidos e comidos. Isto porque nos ensinaram que não há limites para o que um homem pode ser.
Há seiscentos anos um homem era o que o seu nascimento demarcava para ele. Satanás e a Igreja, representante de Deus, lutavam por ele. Ele, pela sua escolha, decidia em parte qual seria o resultado. Mas quer fosse, depois da morte, para o céu ou para o inferno, o seu lugar entre os vivos estava marcado. Não podia ser contestado. Desde então o palco foi novamente arranjado e os seres humanos apenas passeiam nele e, sob este novo ponto de vista,
A Força da Vontade
Tudo vence uma vontade obstinada, todos os obstáculos abate o homem que integrou na sua vida o fim a atingir e que está disposto a todos os sacrifícios para cumprir a missão que a si próprio se impôs. Atento ao mundo exterior, para que não falte nenhuma oportunidade de pôr em prática o pensamento que o anima, não deixa que ele o distraia da tensão interna que lhe há-de dar a vitória; tem os dotes do político e os dotes do artista, quer modelar o mundo segundo o esquema que ideou. Não se trata, claro, de um triunfo pessoal; em história da cultura não há triunfos pessoais; ou a vontade é pura e generosa, nitidamente orientada ao bem geral, ou mais cedo, mais tarde, se há-de quebrar contra vontades de progresso mais fortes que ela. Que o querer tenha sua origem e seu apoio em coração aberto à nobreza, à beleza e à justiça; de outro modo é apenas gume fino e duro de faca; por isso mesmo frágil, na sua aparente penetração e resistência. Vontade inteligente, e não manhosa, altruísta, e não virada ao sujeito, pedagógica, e não sedenta de domínio; a esta pertencem os séculos por vir: é a voz a que surgem;
O Maior Triunfo do Homem
O maior triunfo do homem é quando se convence de que o ridículo é uma coisa sua que existe só para os outros, e, mesmo, sempre que outros queiram. Ele então deixa de importar-se com o ridículo, que, como não está em si, ele não pode matar.
Três coisas tem o homem superior que ensinar-se a esquecer para que possa gozar no perfeito silêncio a sua superioridade – o ridículo, o trabalho e a dedicação.
Como não se dedica a ninguém, também nada exige da dedicação alheia. Sóbrio, casto, frugal, tocando o menos possível na vida, tanto para não se incomodar como para não aproximar as coisas de mais, a ponto de destruir nelas a capacidade de serem sonhadas, ele isola-se por conveniência do orgulho e da desilusão. Aprende a sentir tudo sem o sentir directamente; porque sentir directamente é submeter-se – submeter-se à acção da coisa sentida.Vive nas dores e nas alegrias alheias, Whitman olímpico, Proteu da compreensão, sem partilhar de vivê-las realmente. Pode, a seu talante, embarcar ou ficar nas partidas de navios e pode ficar e embarcar ao mesmo tempo, porque não embarca nem fica. Esteve com todos em todas as sensações de todas as horas da sua vida.
As Opiniões
Quando me manifestei com tanto ardor contra a opinião, estava ainda sob o seu jugo, sem me aperceber. Queremos ser estimados pelas pessoas que estimamos e, enquanto pude julgar favoravelmente os homens, ou pelo menos certos homens, os juízos que eles faziam a meu respeito não me podiam ser indiferentes. Via que os juízos do público são muitas vezes justos; mas não via que essa justiça resultava do acaso, que as regras sobre as quais os homens fundamentam as suas opiniões são extraídas apenas das suas paixões ou dos seus preconceitos, que provêm deles, e que, mesmo quando ajuizam bem, é frequente que esses bons juízos nasçam de um mau princípio, como acontece quando fingem honrar, a propósito de algum sucesso, o mérito de um homem, não por espírito de justiça, mas para se dar ares de imparcialidade, ao mesmo tempo que caluniam à vontade esse homem relativamente a outros pontos.
Quando, porém, após longas e vãs pesquisas, vi que todos eles, sem excepção, se mantinham dentro do sistema mais iníquio e absurdo que um espírito infernal pode inventar; quando vi que, a meu respeito, a razão fora banida de todas as cabeças e a justiça de todos os corações;