Textos sobre Pessoas

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Textos de pessoas escritos por poetas consagrados, filósofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.

Procura acomodar-te sempre ao humor das pessoas com quem te vejas obrigado a tratar; com as que

Procura acomodar-te sempre ao humor das pessoas com quem te vejas obrigado a tratar; com as que possuem carácter alegre, sê alegre; participa da tristeza dos tristes; enfim, esforça-te por a todos conquistar.

Os Amigos São Pessoas que se Preferem

Se há um lugar onde a integridade própria não é ameaçada pela falta de verdade e pela ausência de liberdade, ele é, sem dúvida, a amizade. Os amigos são pessoas que se preferem. Cada amigo é, por isso, uma rejeição de muitas outras. Querer ser «amigo de toda a gente», usar indeliberadamente as palavras amigo e amiga para descrever todos os conhecimentos indistintivamente, prezar a amizade como valor abstracto sem investir energicamente numa prática particular – tudo isto é um egoísmo guloso, escondendo a frieza e o interesse em reificações abstrusas de conceitos demasiado gerais, inevitavelmente presos a visões fraudulentas da «humanidade».

Recear a criação de inimigos é querer impedir, logo à partida, a criação de uma amizade. Uma das tragédias da nossa idade é a invasão do domínio pessoal por valores que pertencem apenas ao domínio social. Assim, a liberdade, por exemplo, passou a ser um verdadeiro constrangimento do amor, da amizade. Certas noções de autonomia acabam por destruir a base profunda de uma relação humana séria e sentida: a lealdade. Não se pode querer amar e ser amado sem prescindir daquilo que se preza ser a «liberdade». A lealdade é um constrangimento que se aceita e que se cumpre em nome de algo (de alguém) que se julga (porque se ama) mais precioso que a liberdade.

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A Missão da Assembleia da República

Se ontem se podia afirmar que a missão histórica da Assembleia Constituinte consistia em dar viabilidade à democracia em Portugal, hoje podemos dizer que sobre a Assembleia da República recai o essencial da tarefa de a concretizar na prática do Estado que a recente Constituição reformulou. (…) A Assembleia da República tem de vir a ser a consciência política visível deste Povo, tornando-se num espelho fiel das suas necessidades e anseios, das suas dificuldades e esperanças e, ao mesmo tempo, no centro impulsionador da acção colectiva. (…) A Assembleia da República tem de ser o espaço da crítica justa e lúcida ao Governo e à administração pública e da denúncia oportuna das situações que intoleravelmente oprimem, exploram e alienam a pessoa humana, lembrando também a cada momento o que, sendo exequível, ainda não foi feito no domínio da ação do Estado e dos poderes locais.

Um Eu Forte e Maduro

Precisamos de conhecer os papéis do Eu, que representa a capacidade de escolha. Entre esses papéis, o de ser autor da própria história, um protetor da mente, um jardineiro do território da emoção, um plantador de janelas light na memória da pessoa amada.

Discutir, gritar, impor ideias, não significa nem de longe ter um Eu forte, mas sim fraco. Dizer o que vem à mente, dizer sempre a verdade, nem sempre é a expressão de um Eu maduro, mas sim de alguém que não tem autocontrolo. Um Eu forte e maduro aquieta a sua ansiedade, protege a pessoa amada, pede desculpas sem medo, aponta primeiro o dedo a si próprio antes de falar dos erros do outro, repensa a sua história, exige menos e dá-se mais; não tem a necessidade neurótica de mudar as pessoas ao seu redor.

Como Manipular um Público

Segundo uma lei conhecida, os homens, considerados colectivamente, são mais estúpidos do que tomados individualmente. Numa conversa a dois, convém que respeitemos o parceiro, mas essa regra de conduta já não é tão indispensável num debate público em que se trata de dispor as massas a nosso favor.

Há uns anos, um político pagou a figurantes para o aplaudirem numa concentração. Como bom profissional, compreendera que uma claque, embora não melhore o discurso, predispõe melhor os espectadores a descobrirem os seus méritos. O mimetismo é a mola principal para mover as massas no sentido do entusiasmo, do respeito ou do ódio. Mesmo perante um pequeno público de trinta pessoas, há sempre algo de religioso que provém da coagulação dos sentimentos individuais em expressão colectiva. No meio de um grupo, é necessária uma certa energia para pensar contra a maioria e coragem para exprimir abertamente essa opinião.
Os manipuladores de opinião ou, para utilizar uma palavra mais delicada, os comunicadores, sabem que, para conduzir mentalmente uma assembleia numa determinada direcção, é necessário começar por agir sobre os seus líderes. A primeira tarefa consiste em determinar quem são, apesar de eles próprios não o saberem. Um manipulador não tarda a distinguir o punhado de indivíduos em que pode apoiar-se para influenciar os outros.

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As Melhores Coisas da Vida São à Borla

As melhores coisas da vida são à borla.

Vivemos em abundância.

Não parece, pois há muito tempo que se dá mais valor à matéria, aos bens que possuímos e às contas que temos no banco do que àquilo que verdadeiramente importa, mas é um facto. A terra dá-nos tudo. É tão generosa que mesmo após tanta destruição continua a regenerar-se e a alimentar-nos a alma e o corpo. Os melhores alimentos vêm do solo que pisamos. As praias encontram-se o ano todo no mesmo lugar. 0 mar e a areia não desaparecem. Existem desde sempre e para sempre e estão à tua disposição sempre que entenderes senti-los. As florestas, os bosques e os jardins, a mesma coisa. A essência do verde, apesar de amarelar no outono e cair no inverno, mantém-se intacta, disponível para a respirares e te entregares sempre que precisares de te curar. O vento sopra todos os dias. O sol intercala com a chuva para poderes sentir sempre algo novo quando vais à janela ou sais à rua. O céu está sempre estrelado ou cheio de formas para que possas agradecer ou dar asas à tua criatividade. Mas há mais. Os nossos amigos são de graça.

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O Outro como Motivo da nossa Infelicidade

Pergunta-se por que todos os homens juntos não compõem uma única nação e não quiseram falar uma única língua, viver sob as mesmas leis, combinar entre eles os mesmos costumes e um mesmo culto; e eu, pensando na contrariedade dos espíritos, dos gostos e dos sentimentos, surpreendo-me ao ver até sete ou oito pessoas reunirem-se sob um mesmo tecto, num mesmo recinto e compor uma única família.
(…) Buscamos a nossa felicidade fora de nós mesmos e na opinião de homens que sabemos aduladores, pouco sinceros, sem equidade, cheios de inveja, de caprichos e preconceitos.

Estamos Neuróticos

Faz sentido que se esteja a enviar para o espaço uma sonda para explorar Plutão enquanto aqui as pessoas morrem de fome? Estamos neuróticos. Não só existe desigualdade na distribuição da riqueza como também na satisfação das necessidades básicas. Não nos orientamos por um sentido de racionalidade mínima. A Terra está rodeada de milhares de satélites, podemos ter em casa cem canais de televisão, mas para que nos serve isto neste mundo onde tantos morrem? É uma neurose colectiva, as pessoas já não sabem o que é que lhes é essencial para a sua felicidade.

O Domínio da Ira

Querer extinguir inteiramente a cólera é pretensão louca dos estóicos. A cólera deve ser limitada e confinada, tanto na extensão como no tempo. Diremos em primeiro lugar como a inclinação natural e o hábito adquirido para se encolerizar podem ser temperados e acalmados. Diremos, em segundo lugar, como os movimentos particulares da cólera podem ser reprimidos, ou pelo menos refreados, para que não façam mal. Diremos, em terceiro lugar, como suscitar ou apaziguar a cólera nas outras pessoas.
Quanto ao primeiro ponto. Não há outro caminho senão o de meditar e ruminar muito bem os efeitos da cólera, de ver quanto ela perturba a vida humana. E a melhor ocasião de fazer isso, será depois de o acesso ter passado, reflectindo sobre as desvantagens da cólera. Séneca disse muito bem que «a cólera é como uma ruína que se quebra contra o que derruba». (…) Deve o homem cuidar de temperar a cólera mais pelo desdém do que pelo temor, para que assim possa estar acima da injúria e não abaixo dela: o que será coisa fácil, para quem quiser obedecer a esta lei.
Quanto ao segundo ponto. Há três causas e motivos principais da cólera. Primeiro, ser demasiado sensível ao toque,

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Não há Casamento com Luxúria

No casamento a revitalização da luxúria só pode ser conseguida enfraquecendo e destruindo os seus laços. Quero dizer, amantes. É por isso que a luxúria se torna um pecado, pois está destinada a morrer, e se ainda se acende isso só acontece por causa das mulheres fora do casamento. É assim que chegamos à ideia original de pecado quando a luxúria é a inimiga do amor. A cópula entre marido e mulher não é pecaminosa porque é feita sem luxúria. Todos os casos extraconjugais são luxuriosos e por isso pecaminosos. Assim, todas as tentativas de reavivar a luxúria no casamento são más, incluindo o afastamento.
Porque reacender a luxúria por um curto período ameaça um casamento, sujeitando a esposa à tentação de adultério na separação. O casamento foi criado para destruir a paixão embora a princípio atraia com paixão. Calcar a paixão com a paixão.
O casamento seduz com a legitimidade e com a disponibilidade da luxúria. Ao fazermos o juramento de fidelidade, não suspeitamos que estamos também a renunciar à luxúria. O casamento foi criado para distrair as pessoas da luxúria com a ajuda da luxúria. Por isso, para bem de um casamento forte, tem se aguentar o seu desaparecimento.

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O Inseguro

A eterna canção: Que fiz durante o ano, que deixei de fazer, por que perdi tanto tempo cuidando de aproveitá-lo? Ah, se eu tivesse sido menos apressado! Se parasse meia hora por dia para não fazer absolutamente nada — quer dizer, para sentir que não estava fazendo coisas de programa, sem cor nem sabor. Aí, a fantasia galopava, e eu me reencontraria como gostava de ser; como seria, se eu me deixasse…
Não culpo os outros. Os outros fazem comigo o que eu consinto que eles façam, dispersando-me. Aquilo que eu lhes peço para fazerem: não me deixarem ser eu-um. Nem foi preciso rogar-lhes de boca. Adivinharam. Claro que eu queria é sair com eles por aí, fugindo de mim como se foge de um chato. Mas não foi essa a dissipação maior. No trabalho é que me perdi completamente de mim, tornando-me meu próprio computador. Sem deixar faixa livre para nenhum ato gratuito. Na programação implacável, só omiti um dado: a vida.

Que sentimento tive da vida, este ano? Que escavação tentei em suas jazidas? A que profundidade cheguei? Substituí a noção de profundidade pela de altura. Não quis saber de minerações. Cravei os olhos no espaço,

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O Professor como Mestre

Não me basta o professor honesto e cumpridor dos seus deveres; a sua norma é burocrática e vejo-o como pouco mais fazendo do que exercer a sua profissão; estou pronto a conceder-lhe todas as qualidades, uma relativa inteligência e aquele saber que lhe assegura superioridade ante a classe; acho-o digno dos louvores oficiais e das atenções das pessoas mais sérias; creio mesmo que tal distinção foi expressamente criada para ele e seus pares. De resto, é sempre possível a comparação com tipos inferiores de humanidade; e ante eles o professor exemplar aparece cheio de mérito. Simplesmente, notaremos que o ser mestre não é de modo algum um emprego e que a sua actividade se não pode aferir pelos métodos correntes; ganhar a vida é no professor um acréscimo e não o alvo; e o que importa, no seu juízo final, não é a ideia que fazem dele os homens do tempo; o que verdadeiramente há-de pesar na balança é a pedra que lançou para os alicerces do futuro.
A sua contribuição terá sido mínima se o não moveu a tomar o caminho de mestre um imenso amor da humanidade e a clara inteligência dos destinos a que o espírito o chama;

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O Dever Para Nós Próprios

Influenciar uma pessoa é dar-lhe a nossa própria alma. O indivíduo deixa de pensar com os seus próprios pensamentos ou de arder com as suas próprias paixões. As suas virtudes não lhe são naturais. Os seus pecados, se é que existe tal coisa, são tomados de empréstimo. Torna-se o eco de uma música alheia, o actor de um papel que não foi escrito para ele. O objectivo da vida é o desenvolvimento próprio, a total percepção da própria natureza, é para isso que cada um de nós vem ao mundo. Hoje em dia as pessoas têm medo de si próprias. Esqueceram o maior de todos os deveres, o dever para consigo mesmos. É verdade que são caridosas. Alimentam os esfomeados e vestem os pobres. Mas as suas próprias almas morrem de fome e estão nuas. A coragem desapareceu da nossa raça e se calhar nunca a tivemos realmente. O temor à sociedade, que é a base da moal, e o temor a Deus, que é o segredo da religião, são as duas coisas que nos governam.

O Amor é de outro Reino

O amor é de outro reino. (…) Da amizade, do amor, do encontro de duas pessoas que se sentem bem uma ao lado da outra, fazendo amor, falando de amor, trocando amor, conversando de amor, falando de nada, falando de pequenas histórias código de ministros com aventuras de aventuras sem ministros conversa alta e baixa de livros e de quadros de compras e de ninharias conversas trocadas em miúdos ouvindo música sem escutar música que ajuda o amor o amor precisa de ajudas de ir às cavalitas de andas de muita coisa simples amor é um segredo que deve ser alimentado nas horas vagas alimentado nas horas de trabalho nas horas mais isoladas amor é uma ocupação de vinte e quatro horas com dois turnos pela mesma pessoa com desconfianças e descobertas com cegueiras e lumineiras amor de tocar no mais íntimo na beleza de um encanto escondido recôndito que todos no mundo fizeram pais de padres mães de bispos avós de cardeais amor agarrado intrometido de falus com prazer de alegria amor que não se sabe o que vai dar que nunca se sabe o que vai dar amor tão amor.

Sempre nos Reduzimos às Limitações do Nosso Interlocutor

Ninguém pode ver acima de si. Com isso quero dizer: cada pessoa vê em outra apenas o tanto que ela mesma é, ou seja, só pode concebê-la e compreendê-la conforme a medida da sua própria inteligência. Se esta for de tipo inferior, então todos os dons intelectuais, mesmo os maiores, não lhe causarão nenhuma impressão, e ela perceberá no possuidor desses grandes dons apenas os elementos inferiores da individualidade dela própria, isto é, todas as suas fraquezas, os seus defeitos de temperamento e carácter. Eis os ingredientes que, para ela, compõem o homem eminente, cujas capacidades intelectuais elevadas lhe são tão pouco existentes, quanto as cores para os cegos. De facto, todos os espíritos são invisíveis para os que não o possuem, e toda a avaliação é um produto do que é avaliado pela esfera cognitiva de quem avalia.
Disso resulta que nos colocamos ao mesmo nível do nosso interlocutor, pois tudo o que temos em excedência desaparece, e até mesmo a auto-abnegação exigida em tal atitude permanece irreconhecida por completo. Ora, se considerarmos o quanto a maioria dos homens é de mentalidade e inteligência inferiores, portanto, o quanto é comum, veremos que não é possível falar com ele sem,

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A Essência do Fanatismo

A essência do fanatismo consiste em considerar determinado problema como tão importante que ultrapasse qualquer outro. Os bizantinos, nos dias que precederam a conquista turca, entendiam ser mais importante evitar o uso do pão ázimo na comunhão do que salvar Constantinopla para a cristandade. Muitos habitantes da península indiana estão dispostos a precipitar o seu país na ruína por divergirem numa questão importante: saber se o pecado mais detestável consiste em comer carne de porco ou de vaca. Os reaccionários amercianos prefiririam perder a próxima guerra do que empregar nas investigações atómicas qualquer indivíduo cujo primo em segundo grau tivesse encontrado um comunista nalguma região. Durante a Primeira Guerra Mundial, os escoceses sabatários, a despeito da escassez de víveres provocada pela actividade dos submarinos alemães, protestavam contra a plantação de batatas ao domingo e diziam que a cólera divina, devido a esse pecado, explicava os nossos malogros militares. Os que opõem objecções teológicas à limitação dos nascimentos, consentem que a fome, a miséria e a guerra persistam até ao fim dos tempos porque não podem esquecer um texto, mal interpretado, do Génese. Os partidários entusiastas do comunismo, tal como os seus maiores inimigos, preferem ver a raça humana exterminada pela radioactividade do que chegar a um compromisso com o mal –

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Mais Vale Ser Surdo que Ensurdecido

Antigamente as pessoas queriam criar-se uma reputação: isso já não basta, a feira tornou-se demasiado vasta; agora é necessário vender aos berros. A consequência é que mesmo as melhores gargantas forçam a voz e as melhores mercadorias não são oferecidas por orgãos enrouquecidos; já não há génio, nos nossos dias, sem clamor e sem rouquidão. Época vil para o pensador: devemos aprender a encontrar entre duas barulheiras o silêncio de que se tem necessidade e a fingir de surdo até chegar a sê-lo. Enquanto não se tiver chegado a isso, corre-se o risco de perecer de impaciência e de dores de cabeça.

A Chave para qualquer Relacionamento

A chave para qualquer relacionamento é a comunicação. E eu sempre pensei que a comunicação é como uma dança. Uma pessoa dá um passo em frente, o outro dá um passo para trás. O mais pequeno tropeção pode fazê-los cair e deixá-los emaranhados numa confusão. Descobri que, quando nos encontramos nesta posição — com o companheiro, um colega, um amigo, um filho —, a melhor opção é sempre perguntar à outra pessoa: «O que é que tu realmente queres?»

Ao princípio pode ser que a pessoa revele um certo nervosismo, que tussa ou que talvez faça um pequeno silêncio. Mas se você ficar calado o tempo suficiente para obter uma resposta, garanto-lhe que será qualquer coisa do tipo: «Quero saber que me dás valor.» Estenda uma mão de conexão e bom entendimento e ofereça-lhe três das palavras mais importantes que qualquer um de nós pode receber: «Estou a ouvir-te.» Tenho a certeza de que isto irá melhorar o vosso relacionamento.

A Fraqueza Infantil do Orgulho

Todos querem a paz, mas há muita gente que não se dispõe a fazer as pazes. Parece que não acreditam que duas pessoas zangadas ou um casal desavindo se possam reconciliar. Preferem afirmar posições. De facto, o orgulhoso não é inteligente! Se fosse inteligente, já teria percebido que a coisa mais humana é levantar-se dos seus erros e recomeçar cada dia. Não o tentar e agarrar-se aos seus direitos parece força, mas é fraqueza infantil.

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