Passagens sobre VolĂșpia

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SĂł as crianças e os velhos conhecem a volĂșpia de viver dia-a-dia, hora a hora, e suas esperas e desejos nunca se estendem alĂ©m de cinco minutos…

O Sexo é um Caso Sério

Pensai no casal mais belo, mais encantador, como ele se atrai e se repele, se deseja e foge um do outro com graça num belo jogo de amor. Chega o instante da volĂșpia, e toda a brincadeira, toda a alegria graciosa e doce de sĂșbito desapareceram. PorquĂȘ? Porque a volĂșpia Ă© bestial, e a bestialidade nĂŁo ri. As forças da natureza agem por toda a parte seriamente. A volĂșpia dos sentidos Ă© o oposto do entusiasmo que nos abre o mundo ideal. O entusiasmo e a volĂșpia sĂŁo graves e nĂŁo comportam a brincadeira.

O Futuro Ă© dos Virtuosos e dos Capazes

É preciso confessar, o presente Ă© dos ricos, e o futuro Ă© dos virtuosos e dos capazes. Homero ainda vive, e viverĂĄ sempre; os recebedores de direitos, os publicanos, nĂŁo existem mais: existiram algum dia? A sua pĂĄtria, os seus nomes, sĂŁo conhecidos? Houve arrecadores de impostos na GrĂ©cia? Que fim levaram essas personagens que desprezavam Homero, que sĂł pensavam, na rua, em evitĂĄ-lo, nĂŁo correspondiam Ă  sua saudação, ou o saudavam pelo nome, desdenhavam associĂĄ-lo Ă  sua mesa, olhavam-no como um home que nĂŁo era rico e fazia um livro?
O mesmo orgulho que faz elevar-se altivamente acima dos seus inferiores, faz rastejar vilmente diante dos que estĂŁo acima de si. É prĂłprio deste vĂ­cio, que nĂŁo se funda sobre o mĂ©rito pessoal nem sobre a virtude, e sim sobre as riquezas, cargos, crĂ©dito, e sobre ciĂȘncias vĂŁs, levar-nos igualmente a desprezar os que tĂȘm menos essa espĂ©cie de bens do que nĂłs e a apreciar demais aqueles que tĂȘm uma medida que excede a nossa.

HĂĄ almas sujas, amassadas com lama e sujidade, tomadas pelo desejo de ganho e interesse, como as belas almas o sĂŁo pelo da glĂłria e da virtude: capazes de uma Ășnica volĂșpia,

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MĂșsica Da Morte

A musica da Morte, a nebulosa,
Estranha, imensa musica sombria,
Passa a tremer pela minh’alma e fria
Gela, fica a tremer, maravilhosa…

Onda nervosa e atroz, onda nervosa,
Letes sinistro e torvo da agonia,
Recresce a lancinante sinfonia,
Sobe, numa volĂșpia dolorosa…

Sobe, recresce, tumultuando e amarga,
Tremenda, absurda, imponderada e larga,
De pavores e trevas alucina…

E alucinando e em trevas delirando,
Como um Ópio letal, vertiginando,
Os meus nervos, letĂĄrgica, fascina…

Amor Comparado

Queres ter uma ideia do amor, vĂȘ os pardais do teu jardim; vĂȘ os teus pombos; contempla o touro que se leva Ă  tua vitela; olha esse orgulhoso cavalo que dois valetes teus conduzem Ă  Ă©gua em paz que o espera, e que desvia a cauda para recebĂȘ-lo; vĂȘ como os seus olhos cintilam; ouve os seus relinchos; contempla os seus saltos, camabalhotas, orelhas eriçadas, boca que se abre com pequenas convulsĂ”es, narinas que se inflam, sopro inflamado que delas sai, crinas que se revolvem e flutuam, movimento imperioso com o qual o cavalo se lança para o objecto que a natureza lhe destinou; mas nĂŁo tenhas inveja, e pensa nas vantagens da espĂ©cie humana: elas compensam com amor todas as que a natureza deu aos animais, força, beleza, ligeireza, rapidez. HĂĄ atĂ© mesmo animais que nĂŁo sabem o que Ă© o gozo. Os peixes escamados sĂŁo privados dessa doçura: a fĂȘmea lança no lodo milhĂ”es de ovos; o macho que os encontra passa sobre eles e fecunda-os com a sua semente, sem saber a que fĂȘmea eles pertencem. A maior parte dos animais que copulam sĂł tĂȘm prazer por um sentido; e, assim que esse apetite Ă© satisfeito, tudo se extingue.

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Na cama estĂĄ deitada a deusa, a soberana dos sonhos. Mas como Ă© que ela veio aqui? Quem a trouxe, que poder mĂĄgico a instalou neste trono de fantasia e de volĂșpia?

DemĂŽnios

A lĂ­ngua vil, ignĂ­voma, purpĂșrea
Dos pecados mortais bava e braveja,
Com os seres impoluĂ­dos mercadeja,
Mordendo-os fundo injĂșria por injĂșria.

É um grito infernal de atroz luxĂșria,
Dor de danados, dor do Caos que almeja
A toda alma serena que viceja,
SĂł fĂșria, fĂșria, fĂșria, fĂșria, fĂșria!

SĂŁo pecados mortais feitos hirsutos
DemĂŽnios maus que os venenosos frutos
Morderam com volĂșpia de quem ama…

Vermes da Inveja, a lesma verde e oleosa,
AnÔes da Dor torcida e cancerosa,
Abortos de almas a sangrar na lama!

VolĂșpia

No divino impudor da mocidade,
Nesse ĂȘxtase pagĂŁo que vence a sorte,
Num frĂȘmito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido Ă  morte!

A sombra entre a mentira e a verdade…
A nuvem que arrastou o vento norte…
– Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volĂșpia e de maldade!

Trago dĂĄlias vermelhas no regaço…
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
VĂŁo-te envolvendo em cĂ­rculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças…

Alimentar o Ego

Para quem faz do sonho a vida, e da cultura em estufa das suas sensaçÔes uma religiĂŁo e uma polĂ­tica, para esse primeiro passo, o que acusa na alma que ele deu o primeiro passo, Ă© o sentir as coisas mĂ­nimas extraordinĂĄria — e desmedidamente. Este Ă© o primeiro passo, e o passo simplesmente primeiro nĂŁo Ă© mais do que isto. Saber pĂŽr no saborear duma chĂĄvena de chĂĄ a volĂșpia extrema que o homem normal sĂł pode encontrar nas grandes alegrias que vĂȘm da ambição subitamente satisfeita toda ou das saudades de repente desaparecidas, ou entĂŁo nos actos finais e carnais do amor; poder encontrar na visĂŁo dum poente ou na contemplação dum detalhe decorativo aquela exasperação de senti-los que geralmente sĂł pode dar, nĂŁo o que se vĂȘ ou o que se ouve, mas o que se cheira ou se gosta — essa proximidade do objecto da sensação que sĂł as sensaçÔes carnais — o tacto, o gosto, o olfacto – esculpem de encontro Ă  consciĂȘncia; poder tornar a visĂŁo interior, o ouvido do sonho — todos os sentidos supostos e do suposto — recebedores e tangĂ­veis como sentidos virados para o externo: escolho estas, e as anĂĄlogas suponham-se,

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Soneto da Nudez

HĂĄ um misto de azul e trevas agitadas
Nesse felino olhar de lĂșbrica bacante.
Quando lhe cai aos pés a roupa flutuante,
Contemplo, mudo e absorto, as formas recatadas.

Nessa mulher esplende um poema deslumbrante
De volĂșpia e langor; em noites tresloucadas
Que suave nĂŁo Ă© nas rosas perfumadas
De seus lĂĄbios beber o aroma inebriante!

Fascina, quando a vejo Ă  noite seminua,
Postas as mĂŁos no seio, onde o desejo estua,
A boca descerrada, amortecido o olhar…

Fascina, mas sua alma Ă© lodo, onde nĂŁo pousa
Um raio dessa aurora, o amor, sublime cousa!
Raio de luz perdido em tormentoso mar!

O Bem Supremo

Muito discutiu a antiguidade em torno do supremo bem. O que Ă© o supremo bem? Seria o mesmo que perguntar o que Ă© o supremo azul, o supremo acepipe, o supremo andar, o ler supremo, etc. Cada um pĂ”e a felicidade onde pode, e quanto pode ao seu gosto. (…) Sumo bem Ă© o bem que vos deleita a ponto de nos polarizar toda a sensibilidade, assim como mal supremo Ă© aquele que vos torna completamente insensĂ­vel. Eis os dois pĂłlos da natureza humana. Esses dois momentos sĂŁo curtos. NĂŁo existem deleites extremos nem extremos tormentos capazes de durar a vida inteira. Supremo bem e supremo mal sĂŁo quimeras.Conhecemos a bela fĂĄbula de CrĂąntor, que fez comparecer aos jogos olĂ­mpicos a Fortuna, a VolĂșpia, a SaĂșde e a Virtude.
Fortuna: – O sumo bem sou eu, pois comigo tudo se obtĂ©m.
VolĂșpia: – Meu Ă© o pomo, porquanto nĂŁo se aspira Ă  riqueza senĂŁo para ter-me a mim.
SaĂșde: – Sem mim nĂŁo hĂĄ volĂșpia e a riqueza seria inĂștil.
Virtude: – Acima da riqueza, da volĂșpia e da saĂșde estou eu, que embora com ouro, prazeres e saĂșde pode haver infelicidade, se nĂŁo hĂĄ virtude.

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Dança Do Ventre

Torva, febril, torcicolosamente,
Numa espiral de elétricos volteios,
Na cabeça, nos olhos e nos seios
FluĂ­am-lhe os venenos da serpente.

Ah! que agonia tenebrosa e ardente!
Que convulsĂ”es, que lĂșbricos anseios,
Quanta volĂșpia e quantos bamboleios,
Que brusco e horrĂ­vel sensualismo quente.

O ventre, em pinchos, empinava todo
Como reptil abjecto sobre o lodo,
Espolinhando e retorcido em fĂșria.

Era a dança macabra e multiforme
De um verme estranho, colossal, enorme,
Do demĂŽnio sangrento da luxĂșria!

O Poema Ensina a Cair

O poema ensina a cair
sobre os vĂĄrios solos
desde perder o chão repentino sob os pés
como se perde os sentidos numa
queda de amor, ao encontro
do cabo onde a terra abate e
a fecunda ausĂȘncia excede

até à queda vinda
da lenta volĂșpia de cair,
quando a face atinge o solo
numa curva delgada subtil
uma vénia a ninguém de especial
ou especialmente a nĂłs uma homenagem
pĂłstuma.

SĂł as crianças e os bem velhinhos conhecem a volĂșpia de viver dia a dia, hora a hora, e suas esperanças sĂŁo breves.

A razĂŁo por que os democratas nĂŁo gostam dos gatos, Ă© fĂĄcil adivinhĂĄ-la. O gato Ă© belo; revela idĂ©ias de luxo, de asseio, de volĂșpia, etc.

Sem dĂșvida OvĂ­dio: NĂŁo Ă© a arte que faz vogar os barcos rĂĄpidos com o auxĂ­lio da vela e do remo? que guia na carreira os carros ligeiros? A arte tambĂ©m deve governar o amor
 NĂŁo abandona em meio caminho tua amante, desfraldando sozinho tuas velas. É lado a lado que se arriba ao porto, quando soa a hora da volĂșpia plena e,vencidos a um sĂł tempo, jazem a mulher e o homem lado a lado. Foge ao medo que apressa, Ă  obra furtiva.

Vox VictiĂŠ

Morto! ConsciĂȘncia quieta haja o assassino
Que me acabou, dando-me ao corpo vĂŁo
Esta volĂșpia de ficar no chĂŁo
Fruindo na tabidez sabor divino!

Espiando o meu cadĂĄver resupino,
No mar da humana proliferação,
outras cabeças aparecerão
Para compartilhar do meu destino!

Na festa genetlĂ­aca do Nada,
Abraço-me com a terra atormentada
Em contubĂ©rnio convulsionador …

E ai! Como Ă© boa esta volĂșpia obscura
Que une os ossos cansados da criatura
Ao corpo ubiqĂŒitĂĄrio do Criador!

Extrema, toco-te o rosto. De ti me vem
À ponta dos meus dedos, o ouro da volĂșpia
E o encanto glabro das avencas
De te me vem. […]