A primeira forma de indiferença na sociedade humana é para com Deus, da qual nasce também a indiferença para com o próximo e para com a Criação.
Passagens sobre Deus
2120 resultadosA família tem muitos problemas que a põem à prova. Uma dessas provas é a pobreza. Estamos a pensar nas muitas famílias que povoam as periferias das megalópoles, mas também nas zonas rurais… Quanta miséria, quanta degradação! Apesar de tudo, há famílias pobres que procuram levar com dignidade a sua vida quotidiana, confiando muitas vezes na bênção de Deus.
Deus perdoa não com um decreto, mas com uma carícia.
Cada um de nós carrega consigo a riqueza e o peso da sua própria história, que o distingue de qualquer outra pessoa. A nossa vida, com as suas alegrias e as suas penas, é uma coisa única e irrepetível, que decorre sob o olhar misericordioso de Deus.
A doença grave põe sempre em crise a existência humana e suscita interrogações que nos atingem profundamente. Nestas situações, a fé em Deus é, por um lado, posta à prova, mas ao mesmo tempo revela toda a sua potencialidade positiva. Não porque a fé faça desaparecer a doença, a dor ou as exigências que dela derivam, mas porque dá uma chave com a qual poderemos compreender o mistério do que estamos a viver.
Optar por Deus e pelo Seu Reino nem sempre mostra os seus frutos imediatamente. É uma decisão que se torna na esperança e que deixa a Deus a sua plena realização. A esperança cristã tem em vista o cumprimento futuro da promessa de Deus e não se detém, perante nenhuma felicidade.
O cântico de Simeão é o cântico do homem crente que, no fim dos seus dias, pode afirmar: é verdade, a esperança em Deus nunca desilude. Ele não engana. Simeão e Ana, na velhice, são capazes de uma nova fecundidade e dão testemunho disso cantando.
A vida dos ressuscitados será semelhante à dos anjos, isto é, totalmente imersa na luz de Deus, totalmente dedicada ao seu louvor, numa eternidade repleta de alegria e de paz.
Ninguém pode levar consigo para o outro mundo nem o dinheiro, nem o poder, nem a vaidade, nem o orgulho. Nada! Podemos apenas levar o amor que nos dá Deus Pai, as carícias de Deus e o bem que tenhamos feito aos outros.
O Poeta não é um Pequeno Deus
O poeta não é um «pequeno deus». Não, não é um «pequeno deus». Não está amrcado por um destino cabalístico superior ao de quem exerce outros misteres e ofícios. Exprimi amiúde que o melhor poeta é o homem que nos entrega o pão de cada dia: o padeiro mais próximo, que não se julga deus. Cumpre a sua majestosa e humilde tarefa de amassar, levar ao forno, dourar e entregar o pão de cada dia, com uma obrigação comunitária. E se o poeta chega a atingir essa simples consciência, a simples consciência também se pode converter em parte de uma artesania colossal, de uma construção simples ou complicada, que é a construção da sociedade, a transformação das condições que rodeiam o homem, a entrega da mercadoria: pão, verdade, vinho, sonhos.
Se o poeta se incorpora nessa nunca consumida luta para cada um confiar nas mãos dos outros a sua ração de compromisso, a sua dedicação e a sua ternura pelo trabalho comum de cada dia e de todos os homens, participa no suor, no pão, no vinho, no sonho de toda a humanidade. Só por esse caminho inalienável de sermos homens comuns conseguiremos restituir à poesia o vasto espaço que lhe vão abrindo em cada época,
Psalmo
Esperemos em Deus! Ele há tomado
Em suas mãos a massa inerte e fria
Da matéria impotente e, n’um só dia,
Luz, movimento, acção, tudo lhe há dado.Ele, ao mais pobre de alma, há tributado
Desvelo e amor: ele conduz à via
Segura quem lhe foge e se extravia,
Quem pela noite andava desgarrado.E a mim, que aspiro a ele, a mim, que o amo,
Que anseio por mais vida e maior brilho.
Ha-de negar-me o termo d’este anseio?Buscou quem o não quiz; e a mim, que o chamo,
Ha-de fugir-me, como a ingrato filho?
Ó Deus, meu pai e abrigo! espero!… eu creio!
Aspiração
Meus dias vão correndo vagarosos
Sem prazer e sem dor, e até parece
Que o foco interior já desfalece
E vacila com raios duvidosos.É bela a vida e os anos são formosos,
E nunca ao peito amante o amor falece…
Mas, se a beleza aqui nos aparece,
Logo outra lembra de mais puros gosos.Minh’alma, ó Deus! a outros céus aspira:
Se um momento a prendeu mortal beleza,
É pela eterna pátria que suspira…Porém do presentir dá-me a certeza.
Dá-ma! e sereno, embora a dor me fira,
Eu sempre bendirei esta tristeza!
Como Deus não pode alterar o passado, é obrigado a depender dos historiadores.
O amor de Deus por nós é um assunto muito mais seguro de se pensar do que o nosso amor por ele.
Não!
Tenho-te muito amor,
E amas-me muito, creio:
Mas ouve-me, receio
Tomar-te desgraçada:
O homem, minha amada,
Não perde nada, goza;
Mas a mulher é rosa…
Sim, a mulher é flor!Ora e a flor, vê tu
No que ela se resume…
Faltando-lhe o perfume,
Que é a essência dela,
A mais viçosa e bela
Vê-a a gente e… basta.
Sê sempre, sempre, casta!
Terás quanto possuo!Terás, enquanto a mim
Me alumiar teu rosto,
Uma alma toda gosto,
Enlevo, riso, encanto!
Depois terás meu pranto
Nas praias solitárias…
Ondas tumultuárias
De lágrimas sem fim!À noite, que o pesar
Me arrebatar de cada,
Irei na campa rasa
Que resguardar teus ossos,
Ah! recordando os nossos
Tão venturosos dias,
Fazer-te as cinzas frias
Ainda palpitar!Mil beijos, doce bem,
Darei no pó sagrado,
Em que se houver tornado
Teu corpo tão galante!
Com pena, minha amante,
De não ter a morte
Caído a mim em sorte…
Caído em mim também!
Alma Minha Gentil, que te Partiste
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.Se lá no assento Etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente,
Que já nos olhos meus tão puro viste.E se vires que pode merecer-te
Algũa cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
Se realmente existe um Deus vivo, sou o mais miserável dos homens.
Como escreveu o poeta, os pinheiros bem acenam, mas o céu não lhes responde. Também não responde aos homens, apesar de estes, em sua maioria, saberem desde pequenos as orações precisas, o problema está em acertar com uma língua que deus seja capaz de entender.
Que deixa a Cruz em cada um de nós? Atentai, deixa um bem que ninguém nos pode dar: a certeza do amor fiel de Deus por nós. Um amor tão grande que penetra no nosso pecado e perdoa, penetra no nosso sofrimento e dá-nos a força de o suportar.
Se há segredo que caracteriza os santos, é que são verdadeiramente felizes. Descobriram o segredo da felicidade autêntica, que habita o fundo da alma e tem a sua nascente no amor de Deus. Por isso chamamos beatos aos santos.