Passagens sobre Esperança

917 resultados
Frases sobre esperança, poemas sobre esperança e outras passagens sobre esperança para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Recado aos Amigos Distantes

Meus companheiros amados,
não vos espero nem chamo:
porque vou para outros lados.
Mas é certo que vos amo.

Nem sempre os que estão mais perto
fazem melhor companhia.
Mesmo com sol encoberto,
todos sabem quando é dia.

Pelo vosso campo imenso,
vou cortando meus atalhos.
Por vosso amor é que penso
e me dou tantos trabalhos.

Não condeneis, por enquanto,
minha rebelde maneira.
Para libertar-me tanto,
fico vossa prisioneira.

Por mais que longe pareça,
ides na minha lembrança,
ides na minha cabeça,
valeis a minha Esperança.

Surgem assim teus divinos
membros do leito onde jazias adoentada,
e em ti a beleza revive:
áurea beleza, que é o único conforto dos homens
destinados a errar entre paixões e vãs esperanças.

Menino

No colo da mãe
a criança vai e vem
vem e vai
balança.
Nos olhos do pai
nos olhos da mãe
vem e vai
vai e vem
a esperança.

Ao sonhado
futuro
sorri a mãe
sorri o pai.
Maravilhado
o rosto puro
da criança
vai e vem
vem e vai
balança.

De seio a seio
a criança
em seu vogar
ao meio
do colo-berço
balança.

Balança
como o rimar
de um verso
de esperança.

Depois quando
com o tempo
a criança
vem crescendo
vai a esperança
minguando.
E ao acabar-se de vez
fica a exacta medida
da vida
de um português.

Criança
portuguesa
da esperança
na vida
faz certeza
conseguida.
Só nossa vontade
alcança
da esperança
humana realidade.

Soneto III – A Um Infeliz

Geme, geme, mortal infortunado,
É fado teu gemer continuamente:
Perante as leis do Fado és delinqüente,
Sempre tirano algoz terás no Fado.

Mas para não ser mais envenenado
O fel que essa alma bebe, e o mal que sente,
Não te iluda o falaz riso aparente
De um futuro de rosas coroado.

Só males o presente te afiança:
Encrustado de vermes charco imundo
Se te volve o passado na lembrança.

Busca, pois, o da morte ermo profundo:
Despedaça a grinalda da esperança:
Crava os olhos na campa, e deixa o mundo.

Diz o Meu Nome

Diz o meu nome
pronuncia-o
como se as sílabas te queimassem
[os lábios
sopra-o com a suavidade
de uma confidência
para que o escuro apeteça
para que se desatem os teus cabelos
para que aconteça

Porque eu cresço para ti
sou eu dentro de ti
que bebe a última gota
e te conduzo a um lugar
sem tempo nem contorno

Porque apenas para os teus olhos
sou gesto e cor
e dentro de ti
me recolho ferido
exausto dos combates
em que a mim próprio me venci

Porque a minha mão infatigável
procura o interior e o avesso
da aparência
porque o tempo em que vivo
morre de ser ontem
e é urgente inventar
outra maneira de navegar
outro rumo outro pulsar
para dar esperança aos portos
que aguardam pensativos

No húmido centro da noite
diz o meu nome
como se eu te fosse estranho
como se fosse intruso
para que eu mesmo me desconheça
e me sobressalte
quando suavemente
pronunciares o meu nome

Expectativa: estado ou condição mental que, no cortejo das emoções humanas, é precedido pela esperança e seguido pelo desespero.

Anima Mea

Ó minh’alma, ó minh’alma, ó meu Abrigo,
Meu sol e minha sombra peregrina,
Luz imortal que os mundos ilumina
Do velho Sonho, meu fiel Amigo!

Estrada ideal de São Tiago, antigo
Templo da minha fé casta e divina,
De onde é que vem toda esta mágoa fina
Que é, no entanto, consolo e que eu bendigo?

De onde é que vem tanta esperança vaga,
De onde vem tanto anseio que me alaga,
Tanta diluída e sempiterna mágoa?

Ah! de onde vem toda essa estranha essência
De tanta misteriosa Transcendência
Que estes olhos me dixam rasos de água?!

Primeiro, morrem nossos prazeres; depois, nossas esperanças; depois nossos temores. E, então, nossa dívida vence: O pó reivindica o pó, e morremos por nossa vez.

Quão Grande, Meus Amigos

Quão grande, meus amigos, não era o Povo em que um Poeta podia dizer isto, sem medo de que o mundo, nem a posteridade, o desmentisse!

E nós também, nós, os Portugueses, já houve um tempo, em que pouco menos fomos.

Ouvi como o nosso Camões o cantava:

Mas em tanto que cegos, e sedentos
andais do vosso sangue, ó gente insana,
não faltarão cristãos atrevimentos
nesta pequena casa Lusitana.
De África tem marítimos assentos;
é na Ásia mais que todas soberana;
na quarta parte nova os campos ara,
e, se mais mundo houvera, lá chegara.
Hoje… que são aquela Roma, e este Portugal?
Roma pereceu. Portugal, se não agoniza, enferma gravemente.
Mas para Roma não há já esperança; para nós há ainda uma. Sabeis qual?
Sois vós, vós mesmos, vós unicamente, ó Lavradores.

Busque Amor novas artes, novo engenho,
Para matar-me, e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Nenhuma das grandes religiões se estabeleceu jamais por meio da intelectualidade. A ela acodem sempre mais tarde os intelectuais, não em busca de mais intelectualidade, mas na esperança de encontrar aquele caminho de vida e aquela ressurreição que os seus sistemas puramente filosóficos lhes não podem dar.

Soneto

NOTA: Tradução do poema de Félix Anvers

Segredo d’alma, da existência arcano,
Eterno amor num instante concebido,
Mal sem esperança, oculto a ente humano,
E nunca de quem fê-lo conhecido.

Ai! Perto dela desapercebido
Sempre a seu lado, e só, cruel engano,
Na terra gastarei meu ser insano
Nada ousando pedir e havendo tido!

Se Deus a fez tão doce e carinhosa,
Contudo anda inatenta e descuidosa
Do murmúrio de amor que a tem seguido.

Piamente ao cru dever sempre fiel
Dirá lendo a poesia, seu painel:
“Que mulher é?” Sem tê-lo compreendido.

A Diplomacia é um Exercício de Grande Violência Interior

Há momentos em que somos obrigados a conviver com pessoas de natureza tão distinta da nossa que bastam cinco minutos de contacto para percebermos que, cedo ou tarde, os diques que sustêm a hostilidade latente acabarão por ceder e quanto mais pressão pusermos sobre eles maior será a catástrofe. A questão que nos colocamos é a de saber se o ideal é passar de imediato para a fase de conflito declarado ou aguardar diplomaticamente que, como dizem alguns entendidos nas matérias, as coisas sigam ao seu ritmo, na vã esperança de que uma relação franca e honesta, ainda que difícil, seja possível. A diplomacia, sabe quem já esteve na guerra, é um exercício de grande violência interior.

Sonhar é Preciso

Sem sonhos, as pedras do caminho tornam-se montanhas, os pequenos problemas são insuperáveis, as perdas são insuportáveis, as decepções transformam-se em golpes fatais e os desafios em fonte de medo.
Voltaire disse que os sonhos e a esperança nos foram dados como compensação às dificuldades da vida. Mas precisamos de compreender que os sonhos não são desejos superficiais. Os sonhos são bússolas do coração, são projectos de vida. Os desejos não suportam o calor das dificuldades. Os sonhos resistem às mais altas temperaturas dos problemas. Renovam a esperança quando o mundo desaba sobre nós.

John F. Kennedy disse que precisamos de seres humanos que sonhem o que nunca foram. Tem fundamento o seu pensamento, pois os sonhos abrem as janelas da mente, arejam a emoção e produzem um agradável romance com a vida.
Quem não vive um romance com a sua vida será um miserável no território da emoção, ainda que habite em mansões, tenha carros luxuosos, viaje em primeira classe nos aviões e seja aplaudido pelo mundo.

Precisamos de perseguir os nossos mais belos sonhos. Desistir é uma palavra que tem de ser eliminada do dicionário de quem sonha e deseja conquistar, ainda que nem todas as metas sejam atingidas.

Continue lendo…

Se o dinheiro for a sua esperança de independência, você jamais a terá. A única segurança verdadeira consiste numa reserva de sabedoria, de experiência e de competência.

Se não conheceres a pessoa que está do outro lado do mundo, ama-a de qualquer forma porque é uma pessoa igual a ti. Tem os mesmos sonhos, as mesmas esperanças e os mesmos receios. É um único mundo, pá. Somos todos vizinhos.

O Encanto de quem nos Conhece há pouco Tempo

O que nos leva a amar as novas pessoas que conhecemos é menos o cansaço que temos das velhas ou o prazer de mudar, do que o desgosto de não sermos bastante admirados pelos que nos conhecem demais e a esperança de sê-lo mais pelos que não nos conhecem tanto.