Todo o fim é contemporâneo de todo o princípio; só a nossos olhos vem depois.
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O progresso não é senão a realização das utopias.
Escrevo para desiludir com mérito, que é a maneira de se fazer lembrar com virtude.
Sei que um homem com um mínimo de volume inspira segurança a uma mulher. Para dizer a verdade, faço um julgamento moral dos homens que têm demasiado cuidado com o seu aspecto. Num mundo tão cheio de tentações, em alguma delas se há-de cair – e antes na boa mesa do que na droga ou na política.
O que conta é ser-se verdadeiro e então aí se inscreve tudo: a humanidade e a simplicidade.
O tempo não passa de um riacho em que vou pescar.
Não te digas filósofo nunca, nem fales em máximas na presença de ignorantes, mas age de acordo com essas máximas. Assim, num banquete, não ensines como é preciso comer, mas come de maneira conveniente.
Resta saber se o casamento é um dos sete sacramentos ou um dos sete pecados mortais.
Mentir, nem zombando.
Todos nós estamos deitados na sarjeta, só que alguns estão olhando as estrelas…
A colher que der de comer, com essa comerás.
Mesmo quando não estou pensando em você, sinto um pensamento constante a seu respeito, como a música que acompanha os filmes.
Não tenho visto na vida nada de grande senão a crueldade e a tolice.
Eu escrevo livros, por isso sei todo o mal que eles fazem.
Não sei por que todos me adoram se ninguém entende minhas ideias.
O grande segredo para estares vivo é, por mais evidente que pareça, só morreres quando fores sepultado.
Ama a modesta profissão que aprendeste e contenta-te com ela.
É preciso escrever o mais possível como se falasse e não falar demais como se escrevesse.
Como um Adeus Português
Meu amor, desaparecido no sono como sonho de outro sonho,
meu amor, perdido na música dos versos que faço e recomeço,
meu amor por fim perdido.Nenhuma lâmpada se acende na câmara escura do esquecimento,
onde revelo em banho de prata as imagens que guardo de ti,
imagens que se desfiam na memória de haver corpos,
na memória da alegria que sempre guardamos para dar a alguém,
tremendo de medo, tropeçando de angústia,
enternecidos,
entontecidos,
como aves canoras soltas nos vendavais.Perdi-te no momento certo de perder-te.
Aqui estão os augúrios, além o discernimento.
O amor em surdina desfez-se no seu dizer,
entre versos pobres, um corpo cansado,
e a doença sem fim do desejo mortal.Apagaram-se as luzes. Nunca o vento da indiferença
me abrirá as mãos.
Nunca abdicarei deste quinhão de luz, o meu amor.
E agora vejo bem como as palavras caem,
não valem,
se desfolham e são pisadas por qualquer afirmação da vida,
da vida que não era para nós.
Toda a vez que pinto um retrato perco um amigo.