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Nunca imaginei que o amor ao próximo e a agressividade morassem na mesma casa. Nunca pensei que a paz e a guerra habitavam no mesmo ser humano.

Na Véspera de não Partir Nunca

Na véspera de não partir nunca
Ao menos não há que arrumar malas
Nem que fazer planos em papel,
Com acompanhamento involuntário de esquecimentos,
Para o partir ainda livre do dia seguinte.
Não há que fazer nada
Na véspera de não partir nunca.
Grande sossego de já não haver sequer de que ter sossego!
Grande tranqüilidade a que nem sabe encolher ombros
Por isto tudo, ter pensado o tudo
É o ter chegado deliberadamente a nada.
Grande alegria de não ter precisão de ser alegre,
Como uma oportunidade virada do avesso.
Há quantas vezes vivo
A vida vegetativa do pensamento!
Todos os dias sine linea
Sossego, sim, sossego…
Grande tranqüilidade…
Que repouso, depois de tantas viagens, físicas e psíquicas!
Que prazer olhar para as malas fítando como para nada!
Dormita, alma, dormita!
Aproveita, dormita!
Dormita!
É pouco o tempo que tens! Dormita!
É a véspera de não partir nunca!

As duas coisas mais envolventes de um escritor são tornar familiares as coisas novas e tornar novas as coisas familiares.

Se criar bons produtos fosse tão fácil quanto assinar um cheque, a Microsoft teria grandes produtos.

A Inconsistência Humana

Quanto mais uma pessoa se aproxima de outra, menos consegue – a não ser que a veja com os olhos do amor – achá-la consequente na sua actividade e consistente no seu interior, e a outra retribui-lhe do mesmo modo. Na verdade, porém, a consistência não existe em parte nenhuma, a não ser no que é produtivo.

Sofro se isso acontecer, que alguém leia meus livros apenas no método do vira-depressa-a-página dinâmico. Escrevi-os com amor, atenção, dor e pesquisa, e queria de volta como mínimo uma atenção completa. (…) E no entanto o cómico é que eu não tenho mais paciência de ler ficção.

Há pessoas que nos falam e nem as escutamos; Há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam. Mas há pessoas que, simplesmente, aparecem em nossa vida… E que marcam para sempre…

De nada adianta alguém falar bonito, se tiver na mente intenções desonestas como, por exemplo, a de dar calote em alguém.

Um homem inteligente está perdido se não tem carácter enérgico. Quando se tem a lanterna de Diógenes é necessário ter também o seu cacete.