O medo Ă© pai da crueldade.
Recentes
NĂŁo vamos tentar consertar a culpa do passado vamos aceitar nossa responsabilidade pelo futuro.
Fogo
FaĂsca luminar da etĂ©rea chama
Que acendes nossa máquina vivente,
Que fazes nossa vista refulgente
Com eléctrico gás, com subtil flama:A nossa construção por ti se inflama;
Por ti, o nosso sangue gira quente;
Por ti, as fibras tem vigor potente,
Teu vivo ardor por elas se derrama.Tu, Fogo animador, nos vigorizas,
E Ă maneira de um voltejante rio,
Por todo o nosso corpo te deslizas.O homem, só por ti tem força e brio
Mas, se tu o teu giro finalizas,
Quando a chama se apaga, ele cai frio.
Soneto 568 Nazaretado
Uns dizem que de Ăndia tinha cara;
a outros parecia um rapazelho.
Famoso mesmo foi o seu joelho,
além da voz, que mais se aveludara.Veludo, mas cortante, coisa rara:
quer fosse a Lindonéia nosso espelho
ou fosse o Carcará bordão vermelho,
o fato Ă© que, no mapa, a nata Ă© Nara.Da Bossa Nova Ă© musa mais bem-quista.
Tropicalista diva, brilha quieta.
Rebelde mais serena nĂŁo se avista.Foi Ădolo, na luta, do poeta,
ao mesmo tempo olĂmpica e humanista,
pois Nara Ă© nata, Ă© nota, Ă© gata, Ă© neta.
Os que gritam contra o que se chama luxo, sĂŁo pobres de mau humor.
Para fazer esquecer as nossas faltas aos olhos do mundo são precisas torrentes de sangue; mas, junto de Deus, basta uma lágrima.
Quem cala, apanha pedras.
A tua honra Ă© mais cara do que o teu dinheiro.
Mas o homem nĂŁo foi feito para a derrota – disse. – Um homem pode ser destruĂdo, mas nĂŁo derrotado.
Ai daquele que se inquieta com o futuro!
Qualquer novo conhecimento provoca dissoluções e novas integrações.
Grande perigo o da sociedade quando os maus nĂŁo podem recorrer Ă hipocrisia.
A ignorância da lei não aproveita a ninguém.
Só há uma coisa na qual homens e mulheres concordam: nenhum dos dois confia nas mulheres.
A suprema habilidade consiste em conhecer bem a importância das coisas.
O homem que não conserva algo da sua infância nunca poderá ser totalmente meu amigo.
A ciĂŞncia nĂŁo passa do bom senso exercitado e organizado.
A Visita do PrĂncipe
NĂŁo sei nunca o que me trazem as palavras, elas gostam tanto de me surpreender. Hoje ao levantar da nĂ©voa trouxeram-me a casa sobre o rio, o terraço escassamente iluminado por um lampeĂŁo que balançava ao vento, o pequeno sapo que todas as noites, rente ao muro, se ia aproximando, depositário de tudo o que nesse tempo em mim se confundia com a ternura. Pequeno prĂncipe da vadiagem, por ali se quedava sem outro ofĂcio que nĂŁo fosse o de receber alguma carĂcia, sĂł depois regressando por entre a humidade das pedras aos pântanos da sombra, a noite inteira nos olhos desmedidos.
Se nós dermos a nossa maior riqueza a um ser que amamos com todo o nosso coração, se conseguirmos fazer isso sem esperar nada de volta, então o mundo iria tornar-se um lugar maravilhoso.
Por entre a chuva de mortais peloiros
A nua fronte enriquecer de loiros
Eu procuro, eu desejo,
Para teus mimos desfrutar sem pejo,
Pois quem deste esplendor se nĂŁo guarnece,
NĂŁo Ă© digno de ti, nĂŁo te merece.