Passagens sobre Santidade

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Vítimas e Vencidos

A ilusão constante da Revolução está em acreditar que as vítimas da força, estando inocentes das violências que se exercem, se lhes colocássemos na mão a força, a manuseariam com justiça. Mas à excepção das almas que estão bastante próximas da santidade, as vítimas são maculadas pela força como os carrascos. O mal que se encontra no punho da espada é transmitido para a ponta. E as vítimas, chegadas assim a este ponto e inebriadas pela mudança, fazem tanto mal ou mais ainda, e de imediato reincidem.
(…) O socialismo consiste em atribuir o bem aos vencidos, e o racismo aos vencedores. Mas a asa revolucionária do socialismo serve-se daqueles que, ainda nascidos em baixo, são por natureza e por vocação vencedores, e assim conduz à mesma ética.

O cinema é mundano. E a santidade é a fuga do mundano. É o desprendimento – o sentimento de liberdade mais profundo – de tudo quanto é mundano, da vida, das atracções. É separar-se de tudo. Por trás do cinema e do autor está a vaidade. Basta isso para destruir tudo. Ele faz isto – gosta de receber prémios, de receber elogios, que compreendam os seus filmes. E isso é mundano – é deste mundo –, a santidade não é deste mundo.

A Fonte da Harmonia

A boa disposição e a alegria de um cão, o seu amor incondicional pela vida e a prontidão dele para a celebrar a todo o momento contrasta muito com o estado de espírito do dono – deprimido, ansioso, sobrecarregado de problemas, perdido em pensamentos, ausente do único lugar e do único tempo que existe: o Aqui e o Agora. E uma pessoa interroga-se: vivendo com alguém assim, como consegue o cão manter-se tão equilibrado e são, tão cheio de alegria?

Quando apreendemos a Natureza apenas através da mente, do pensamento, não somos capazes de sentir a sua força de viver e de existir. Vemos somente a parte física, a matéria, e não nos apercebemos da vida interior – o mistério sagrado. O pensamento reduz a Natureza a uma mercadoria que se usa na busca de benefícios ou de conhecimento ou de qualquer outro fim utilitário. A floresta ancestral passa a ser vista apenas como madeira, o pássaro como um objecto de investigação, a montanha como alguma coisa para se explorar ou conquistar.

Quando se apreende a Natureza, deve-se permitir que hajam momentos sem pensamento, sem a intervenção da mente. Ao aproximarmo-nos da Natureza desta maneira, ela responde-nos e,

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Assim que se aceitar tal como é, o medo da intimidade desaparecerá. Não perderá o respeito, não perderá a sua grandeza, não perderá o seu ego. Não perderá a sua piedade, não perderá a sua santidade – você mesmo deixou cair tudo isso.

As Paixões Humanas

Eu considero inteligente o homem que em vez de desprezar este ou aquele semelhante é capaz de o examinar com olhar penetrante, de lhe sondar por assim dizer a alma e descobrir o que se encontra em todos os seus desvãos. Tudo no homem se transforma com grande rapidez; num abrir e fechar de olhos, um terrível verme pode corroer-lhe as entranhas e devorar-lhe toda a sua substância vital. Muitas vezes uma paixão, grande ou mesquinha pouco importa, nasce e cresce num indivíduo para melhor sorte, obrigando-o a esquecer os mais sagrados deveres, a procurar em ínfimas bagatelas a grandeza e a santidade. As paixões humanas não têm conta, são tantas, tantas, como as areias do mar, e todas, as mais vis como as mais nobres, começam por ser escravas do homem para depois o tiranizarem.
Bem-aventurado aquele que, entre todas as paixões, escolhe a mais nobre: a sua felicidade aumenta de hora a hora, de minuto a minuto, e cada vez penetra mais no ilimitado paraíso da sua alma. Mas existem paixões cuja escolha não depende do homem: nascem com ele e não há força bastante para as repelir. Uma vontade superior as dirige, têm em si um poder de sedução que dura toda a vida.

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Se é necessária uma salutar atenção à salvaguarda da Criação, da pureza do ar, da água e dos alimentos, tanto mais devemos salvaguardar a pureza daquilo que temos de mais precioso: os nossos corações e as nossas relações. Esta «ecologia humana» ajudar-nos-á a respirar o ar puro que provém das coisas belas, do amor, da santidade.

Agrada-me ver a santidade no paciente povo de Deus: nos pais que criam com tanto amor os filhos, nos homens e nas mulheres que trabalham para levar o pão para casa, nos doentes, nas religiosas idosas que continuam a sorrir. Nessa constância para andar em frente dia após dia vejo a santidade da Igreja. Esta é tantas vezes a santidade «da porta ao lado», daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus.

As Bem-Aventuranças são um mapa para atingir a santidade, isto é, a plena realização humana. Nas Bem-Aventuranças estão engastadas como num partitura musical as notas mais preciosas e intensas da espiritualidade cristã como aventura de beleza.

Não temas a santidade. Não te tirará a força, vida e alegria. Pelo contrário, porque chegarás a ser aquilo que o Pai pensou quando te criou e serás fiel ao teu próprio ser.

Que posso fazer eu, que me sinto débil, frágil, pecador?

Deus diz-te: «Não tenhas medo da santidade, não tenhas medo de visar alto, de deixar-te amar e purificar por Deus, não tenhas medo de deixar-te guiar pelo Espírito Santo.»

O Supremo Instinto do Asseio

O que separa mais profundamente duas pessoas é um sentido e grau diferentes de asseio. Para que serve toda a honestidade e utilidade mútua, para que serve toda a boa vontade de uns para os outros: por fim é sempre o mesmo – “eles não se podem cheirar!” O supremo instinto do asseio coloca quem o tiver na solidão mais estranha e perigosa, como um santo: pois isso precisamente é santidade – a suprema espiritualização desse instinto. Qualquer saber comum de uma indescritível felicidade do banho, qualquer ardor e sede que impelem a alma constantemente da noite para a manhã e do turvo, da «tribulação» para o claro, resplandecente, profundo, subtil: – do mesmo modo que tal tendência distingue – pois é uma tendência aristocrática -, também separa. A compaixão do santo é a compaixão com a sujidade do humano, demasiadamente humano. E há graus e alturas em que a própria compaixão é sentida, por ele, como contaminação, como sujidade…

Não basta ser santo: é necessária a santidade que o momento presente exige, uma santidade nova, também ela sem precedentes… O mundo precisa de Santos que tenham genialidade, como uma cidade onde grassa a peste tem necessidade de médicos.

A Invenção da Resposta

a invenção da resposta

outrora
em riste
o passo mítico espantoso condensava
da santidade
o insurrecto pudor
o gelo do rubor
a pressa cerrada

agora
em triste
vacuidade
o desafio que expande
cede
degola
o desgarrado nexo do rasgo

A santidade está ligada ao sentido verdadeiro de liberdade, é o desprendimento total das coisas terrenas. Agora, se está preso pelo dinheiro, por uma paixão, pelo desejo de uma mulher, por isto, por aquilo, anda sempre agarrado a esta porcaria que é o campo terreno.

Depravação e Génio

Uma vez que a maior parte das pessoas encara a santidade como qualquer coisa insulsa e conforme a uma pureza legal, é provável que a depravação represente uma maneira do génio dos sentidos, quer dizer, de desvio até ao extremo de uma vertente descida em liberdade e exterior às regras. Disto resulta que o génio, tal como é aceite, ou antes, tal como é tolerado, constitua uma depravação espiritual análoga a uma depravação dos sentidos. Muitas vezes uma arrasta a outra, e é raro um génio das letras, da escultura ou da pintura não se denunciar e, mesmo que lá não meta a sua carne, fazer prova de uma liberdade de ver, sentir e admirar que ultrapassa os limites consentidos.
(…) Acontece que nos interrogamos com estupefacção sobre as inúmeras depravações de bairro limítrofe que a polícia e os hospitais testemunham. Só poderemos ver nelas o meandro onde os medíocres se perdem quando decidem deixar-se arrastar e sair das regras que lhes foram destinadas.
Traduzam-se estas depravações noutra língua, dê-se-lhes elevação, transcendência, sejam elas revestidas de inteligência, e obter-se-à uma imagem em ponto pequeno das altas depravações que as obras-primas da arte nos valem.
Tal como Picasso apanha o que encontra no lixo e o eleva à dignidade de servir,

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Porque na pobreza de corpo e espírito eu toco na santidade, eu que quero sentir o sopro do meu além. Para ser mais do que eu, pois tão pouco sou.