Passagens sobre Sentimentos

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Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e a amo ardentemente. Orgulho e Preconceito

Não, não é Cansaço…

Não, não é cansaço…
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar,
E um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo…

Não, cansaço não é…
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.

Não. Cansaço por quê?
É uma sensação abstrata
Da vida concreta —
Qualquer coisa como um grito
Por dar,
Qualquer coisa como uma angústia
Por sofrer,
Ou por sofrer completamente,
Ou por sofrer como…
Sim, ou por sofrer como…
Isso mesmo, como…

Como quê?…
Se soubesse, não haveria em mim este falso cansaço.

(Ai, cegos que cantam na rua,
Que formidável realejo
Que é a guitarra de um, e a viola do outro, e a voz dela!)

Porque oiço, vejo.
Confesso: é cansaço!…

Felicidade Divina

Digam-nos desde já: se a alma se extingue na sepultura, de onde nos vem o desejo de felicidade que nos atormenta? As nossas paixões terrenas facilmente se fartam: amor, ambição, cólera, tem uma segura plenitude de gozo; a ância de felicidade é a única que carece de satisfação como objecto, porque se não sabe o que é esta felicidade que se quer. Força é concordar que, se tudo é matéria, a natureza, neste caso enganou-se estranhamente, fez um sentimento sem aplicação.
É certo que a nossa alma deseja eternamente; apenas alcança o objecto da sua cobiça, deseja de novo; o universo inteiro não a sacia. O infinito é o campo único que lhe convém; apraz-se em desorientar-se no labirinto dos números, e conceber as máximas e as mínimas dimensões. Em fim, repleta, mas não saciada do que devorou, atira-se ao seio de Deus, onde convergem as ideias do infinito em perfeição, em tempo, e em espaço; ela, porém, não se ingolfa na Divindade senão porque essa Divindade é cheia de trevas, Deus absconditus.
Se lhe fosse clara a intuição divina, desdenha-la-ia como a tudo que está sujeito à sua compreensão. E com razão talvez; porque se a alma se explicasse ao justo o eterno princípio,

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Nesse grande movimento regenerador, o Espiritismo tem um papel considerável, não o Espiritismo ridículo, inventado por uma crítica trocista, mas o Espiritismo filosófico, tal qual o compreende quem quer que se dê a pena de procurar a amêndoa dentro da casca. […] Não diz Fora do Espiritismo não há salvação, mas, como Cristo, Fora da caridade não há salvação, princípio de união, de tolerância, que ligará os homens num sentimento comum de fraternidade, em vez de os dividir em seitas inimigas. Por este outro princípio, Não há fé inabalável senão aquela que pode olhar a razão face a face em todas as idades da humanidade, destrói o império da fé cega, que aniquila a razão e da obediência passiva que embrutece; emancipa a inteligência do homem e levanta a sua moral.

Viver Sempre Perfeitamente Feliz

Viver sempre perfeitamente feliz. A nossa alma tem em si mesma esse poder de ficar indiferente perante as coisas indiferentes. Ficará indiferente se considerar cada uma delas analiticamente e em bloco, lembrando-se que nenhuma nos impõe opinião a seu respeito nem nos vem solicitar; os objectos estão aí imóveis e somos nós que formamos os nossos juízos sobre eles e os entalhamos, por dizê-lo assim, em nós mesmos; e está em nosso poder não os gravar e, se eles se insinuam nalgum cantinho da alma, apagá-los de repente.
Depois os cuidados que te pungem não duram, bem depressa deixará de viver. E por que tens um penoso sentimento de serem assim as coisas? Se são conformes à natureza aceita-as alegremente e sejam-te propícias. Se vão ao arrepio da natureza, busca o que for conforme à tua natureza, e corre nessa direcção, fosse-te ela menos propícia; merece indulgência quem procura o seu próprio bem.

O corpo humano é a carruagem, eu, o homem que a conduz, os pensamentos as rédeas, os sentimentos são os cavalos.

O autor destas linhas […] nunca teve uma só personalidade, nem pensou nunca, nem sentiu, senão dramaticamente, isto é, numa pessoa, a personalidade, suposta, que mais propriamente do que ele próprio pudesse ter esses sentimentos.

Quer estejamos a vivenciar um grande sofrimento ou já o tenhamos experimentado, não há razão para alimentarmos o sentimento de infelicidade.

Eu exorto-vos: não destruam esses vossos comboios de pensamento. Sigam-nos até ao seu fim. Os vossos pensamentos e sentimento. Sigam-nos constantemente e irão crescer com eles.

O Horror da Solidão

Antes de adormecer.
Parece tão horrível ser solteiro, envelhecer lutando por manter a dignidade enquanto se pede um convite sempre que se deseja passar o serão em companhia, tendo de levar a refeição para casa, incapaz de esperar alguém com um sentimento de lassidão e de calma confiança, apenas capaz de, com dificuldade e vexame, dar um presente a alguém, tendo de dizer boa noite à porta de casa, nunca podendo subir as escadas a correr ao lado da mulher, não tendo outra consolação quando estiver doente que a vista da janela, se se puder sentar na cama, tendo somente portas ao lado que dão para salas de estar de outras pessoas, sentindo-se afastado da própria família, com quem só pelo casamento se pode manter laços de intimidade, primeiro pelo casamento dos pais, depois, passado o efeito deste casamento, pelo próprio, tendo de admirar os filhos dos outros e não lhe sendo sequer permitido continuar a dizer: «Eu não tenho nenhum», nunca se sentindo envelhecer uma vez que não há gente da família a crescer à volta, formando-se na aparência e no comportamento segundo os modelos de uma ou duas pessoas solteiras que conheceu na juventude. Tudo isto é verdade,

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Nada perturba mais o sentimento de ser especial como a presença de outros seres humanos que se sentem igualmente de forma especial.

Juventude Madura

À medida que conquistamos a maturidade tornamo-nos mais jovens. Comigo passa-se isso mesmo, muito embora tal não queira dizer muito, pois mantive sempre o mesmo sentimento perante a vida desde os anos de rapaz; nunca deixei de encarar a minha vida adulta e o envelhecimento como uma espécie de comédia.

O Ingrato e o seu Oposto

O ingrato tortura-se e aflige-se a si mesmo; odeia os benefícios que recebe por ter de retribuí-los, procura reduzir a sua importância e, pelo contrário, agigantar enormemente as ofensas que lhe foram causadas. Há alguém mais miserável do que um homem que se esquece dos benefícios para só se lembrar das ofensas? A sabedoria, pelo contrário, valoriza todos os benefícios, fixa-se na sua consideração, compraz-se em recordá-los continuamente. Os maus só têm um momento de prazer, e mesmo esse breve: o instante em que recebem o benefício; o sábio, pelo seu lado, extrai do benefício recebido uma satisfação grande e perene. O que lhe dá prazer não é o momento de receber, mas sim o facto de ter recebido o benefício; isto é para ele algo de imortal, de permanente. O sábio não tem senão desprezo por aquilo que o lesou; tudo isso ele esquece, não por incúria, mas voluntariamente. Não interpreta tudo pelo pior, não procura descobrir o culpado do que lhe sucedeu, preferindo atribuir os erros dos homens à fortuna.
Não atribui más intenções às palavras ou aos olhares dos outros, antes procura dar do que lhe fazem uma interpretação benevolente. Prefere lembrar-se do bem que lhe fizeram,

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Eterno Sonho

Quelle est donc cette femme?
Je ne comprendrai pas.
Félix Arvers

Talvez alguém estes meus versos lendo
Não entenda que amor neles palpita,
Nem que saudade trágica, infinita
Por dentro dele sempre está vivendo.

Talvez que ela não fique percebendo
A paixão que me enleva e que me agita,
Como de uma alma dolorosa, aflita
Que um sentimento vai desfalecendo.

E talvez que ela ao ler-me, com piedade,
Diga, a sorrir, num pouco de amizade,
Boa, gentil e carinhosa e franca:

— Ah! bem conheço o teu afeto triste…
E se em minha alma o mesmo não existe,
É que tens essa cor e é que eu sou branca!