A Coragem no Gesto de Viver
O solitário gesto de viver
não demanda a coragem que há na faca,
na ponta do punhal e até no grito
de quem fala mais alto e está coberto
de razões, de certezas, de verdades.
O gesto de viver se oculta em dobras
tão íntimas do ser, que o desfazê-las
é mais que indelicado, é violência
que nem sequer se pode conceber.
O gesto de viver é só coragem,
mas, de tal forma próprio e incomparável,
que não se exprime em verbo, imagem, mímica
ou qualquer outra forma conhecida
de contar, definir ou explicar.
A coragem no gesto de viver
está em coisas simples, por exemplo,
na diária decisão de levantar.
E mais, em se vestir e trabalhar
por entre espadas, punhos e navalhas,
peito aberto, sem armas, passo firme,
e à noite, ainda intacto, regressar.
Passagens sobre Decisões
177 resultadosO único poder que você tem é o poder de suas decisões. Use-o à vontade
Escolha a cara metade da sua vida com cuidado. A partir desta decisão virá noventa por cento de toda a sua felicidade ou tormento.
A única diferença entre um sábio e um tolo é que o sábio tende a cometer erros mais graves. Porque ninguém confia num tolo para decisões importantes, enquanto o sábio teve oportunidade de perder batalhas, ou nações.
Amar é respeitar o outro e compreender as suas decisões. Perdoá-lo. É ficar de braços abertos, de coração bem a descoberto… à sua espera. É ir ao seu encontro, assim que der um passo na nossa direção.
Nada é Tão Fatigante Como a Indecisão
A fadiga (do homem da cidade) é devida a inquietações que poderiam ser evitadas por uma melhor filosofia da vida e um pouco mais de disciplina mental. A maior parte dos homens e mulheres não governam eficazmente os seus pensamentos. Quero com isto dizer que eles não podem deixar de pensar nos assuntos que os atormentam, mesmo quando nesse momento nenhuma solução lhes podem dar. Os homens levam muitas vezes para a cama as suas inquietações em matérias de negócios e, durante a noite, quando deviam ganhar novas forças para enfrentar os dissabores do dia seguinte, é nelas que pensam, repetidas vezes, embora nesse instante nada possam fazer; e pensam nos problemas que os inquietam, não de forma a encontrar uma linha de conduta firme para o dia seguinte, mas nessa semi-demência que caracteriza as agitadas meditações da insónia.
De manhã, qualquer coisa dessa demência nocturna persiste ainda neles, obscurece-lhes o julgamento, rouba-lhes a calma, de forma que qualquer obstáculo os enfurece. O homem sensato só pensa nas suas inquietações quando julga de interesse fazê-lo; no restante tempo pensa noutras coisas e à noite não pensa em coisa nenhuma. Não quero dizer que numa grande crise, por exemplo, quando a ruína está iminente,
A Incomodidade da Grandeza
Já que não a podemos alcançar, vinguemo-nos falando mal dela. No entanto, não é inteiramente falar mal de alguma coisa encontrar-lhe defeitos; estes encontram-se em todas as coisas, por belas e desejáveis que sejam. Em geral, ela possui esta vantagem evidente de se rebaixar quando lhe apraz, e de mais ou menos ter a opção entre uma situação e a outra; pois não se cai de todas as alturas; são mais numerosas aquelas das quais se pode descer sem cair. Bem me parece que a valorizamos demais, e valorizamos demais também a decisão dos que vimos ou ouvimos dizer que a menosprezaram ou que renunciaram a ela por sua própria intenção. A sua essência não é tão evidentemente cómoda que não a possamos rejeitar sem milagre. Acho muito difícil o esforço de suportar os males; mas em contentar-se com uma medida mediana de fortuna e em fugir da grandeza acho pouca dificuldade. É uma virtude, parece-me, a que eu, que não passo de um patinho, chegaria sem muito esforço. Que devem fazer aqueles que ainda levassem em consideração a glória que acompanha tal rejeição, na qual pode caber mais ambição do que no próprio desejo e gozo da grandeza, porquanto a ambição nunca se conduz mais à vontade do que por um caminho desgarrado e inusitado?
O Amor na Lama
– Esteban, o homem não poderia fazer grandes obras sem trabalhos pequenos; na maqueta do carpinteiro está todo o edifício do arquiteto, não há profissões grandes e pequenas: alegro-me que tenhas decidido ficar connosco na carpintaria, mas convém que te lembres disso. Não te esqueças de que Deus também se senta numa cadeira e come a uma mesa e dorme numa cama. Como qualquer um. Pode prescindir dos retábulos, das estátuas e dos livros que lhe dedicam, incluindo a Bíblia, mas não da cadeira, da mesa e da cama. — O meu tio esforçava-se muito. Queria que eu me sentisse bem na profissão. Que começasse a gostar dela. Acreditava que eu vivia como um fracasso a decisão de ter abandonado a Escola de Belas–Artes. Intuía certamente que eu precisava de desenvolver a minha autoestima. Mas tudo isso me parecia mera retórica — e era-o —, a verdade é que por essa altura já tinha começado a sair com Leonor e era ela quem eu amava, aprendia a gostar de mim através dela. Descobria o meu corpo em cada palmo do corpo dela, e o meu corpo ganhava valor porque lhe pertencia, era o seu complemento: acreditava que partilhávamos dois corpos que jamais poderiam separar-se e viver cada um por si.
O Governo Mundial
Pode evitar-se a guerra por algum tempo por meio de paliativos, expedientes ou uma diplomacia subtil, mas tudo isso é precário, e enquanto durar o nosso sistema político actual, pode ser considerado como quase certo que grandes conflitos hão-de surgir de vez em quando. Isso acontecerá inevitavelmente enquanto houver diferentes Esados soberanos, cada um com as suas forças armadas e juiz supremo dos seus próprios direitos em qualquer disputa. Há somente um meio de o mundo poder libertar-se da guerra, é a criação de uma autoridade mundial única, que possua o monopólio de todas as armas mais perigosas.
Para que um governo mundial pudesse evitar graves conflitos, seria indispensável possuir um mínimo de poderes. Em primeiro lugar precisava de ter o monopólio de todas as principais armas de guerra e as forças armadas necessárias para o seu emprego. Devia também tomar as precauções indispensáveis, quaisquer que fossem, para assegurar, em todas as circunstâncias, a lealdade dessas forças ao governo central.
O governo mundial tinha de formular, portanto, certas regras relativas ao emprego das suas forças armadas. A mais importante determinaria que, em qualquer conflito entre dois Estados. cada um tinha de se submeter às decisões da autoridade mundial.
A Luta para a Supressão Radical das Guerras
A minha participação na produção da bomba atómica consistiu numa única acção: assinei uma carta dirigida ao presidente Roosevelt, na qual se sublinhava a necessidade de levar a cabo experiências em grande escala, para investigação das possibilidades de produção duma bomba atómica.
Tive bem consciência do grande perigo que significava para a Humanidade o êxito desse empreendimento. Mas a probabilidade de que os Alemães trabalhassem no mesmo problema e fossem bem sucedidos, obrigou-me a dar este passo. Não tinha outra solução, embora tivesse sido sempre um pacifista convicto. Foi, portanto, uma reacção de legítima defesa.
Enquanto, porém, as nações não estiverem resolvidas a trabalhar em comum para suprimir a guerra, a resolverem os seus conflitos por decisão pacífica e a protegerem os seus interesses de maneira legal, vêem-se obrigadas a preparar-se para a guerra. Vêem-se, mais, obrigadas a preparar todos os meios, mesmo os mais detestáveis, para não se deixarem ficar para trás, na corrida geral aos armamentos. Este caminho conduz fatalmente à guerra que, nas condições actuais, significa destruição geral.
Nestas condições, a luta contra os meios não tem probabilidades de êxito. Só ainda pode valer a supressão radical das guerras e do perigo de guerra.
Também na hora em que uma criança adoece, o que leva os pais a recorrerem a um determinado pediatra, é a decisão que lhes vem à mente como um ‘lampejo’.
O artista, como qualquer homem, precisa enfrentar com decisão as dúvidas, aceitar sua guerra. Não pode achar que tudo já está concordado. É isso que dá dignidade à missão do artista e do homem.
Sem o amor-próprio nenhuma vida é possível, nem sequer a mais leve decisão, só desespero e rigidez.
Decisões sobre assuntos importantes não devem ser tomadas por apenas uma pessoa
Decisões sobre assuntos importantes não devem ser tomadas por apenas uma pessoa.
Regras Gerais da Arte da Guerra
Estou consciente de vos ter falado de muitas coisas que por vós mesmos haveis podido aprender e ponderar. Não obstante, fi-lo, como ainda hoje vos disse, para melhor vos poder mostrar, através delas, os aspectos formais desta matéria,e, ainda, para satisfazer aqueles – se fosse esse o caso – que não tivessem tido, como vós, a oportunidade de sobre elas tomar conhecimento. Parece-me que, agora, já só me resta falar-vos de algumas regras gerais, com as quais deveis estar perfeitamente identificados. São as seguintes:
– Tudo o que é útil ao inimigo é prejudicial para ti, e, tudo o que te é útil prejudica o inimigo.
– Aquele que, na guerra, for mais vigilante a observar as intenções do inimigo e mais empenho puser na preparação do seu exército, menos perigos correrá e mais poderá aspirar à vitória.
– Nunca leves os teus soldados para o campo de batalha sem, previamente, estares seguro do seu ânimo e sem teres a certeza de que não têm medo e estão disciplinados e convictos de que vão vencer.
– É preferível vencer o inimigo pela fome do que pelas armas. A vitória pelas armas depende muito mais da fortuna do que da virtude.
A vida humana acontece só uma vez, e não poderemos jamais verificar qual seria a boa ou a má decisão, porque, em todas as situações, só podemos decidir uma vez. Não nos são dadas uma primeira, segunda, terceira ou quarta chance para que possamos comparar decisões diferentes
Só um Mundo de Amor pode Durar a Vida Inteira
Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.
O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixonade verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.
Quase sempre a maior ou menor felicidade depende do grau de decisão de ser feliz.
O dado cai de acordo com a decisão da deusa Fortuna.
Os portugueses merecem muito melhor, merecem muito mais do que o Governo que têm, muito mais do que a maneira como os obrigam a viver. Já ouviu um discurso do primeiro-ministro? A quantidade de erros de português que ele dá… Como é que podemos ser governados por pessoas que nem sequer sabem falar português? Não posso com esta mediocridade, com este vazio de ideias, com esta mentira constante. ‘Decisão irrevogável’? O meu pai nunca admitiria que um filho seu voltasse atrás com a palavra. E isto passa-se no mundo inteiro. Há pouco tempo, George Steiner comentou comigo que nenhum dos bons alunos de Cambridge ia para a política: só os medíocres vão para a política.