Passagens sobre Deus

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Soneto 233 Sonetado

Já li Lope de Vega e li Gregório,
pois ambos sonetaram do soneto,
seara na qual minha foice meto,
tentando fazer algo meritório.

Não quero usar o mesmo palavrório,
mas pilho-me, no meio do quarteto,
montando a anatomia do esqueleto.
No oitavo verso, o alívio é provisório.

Contagem regressiva: faltam cinco.
Mais quatro, e fico livre do problema.
Agora faltam três… Deus, dai-me afinco!

Com dois acabo a porra do poema.
Caralho! Só mais um! Até já brinco!
Gozei! Matei a pau! Que puta tema!

Um Amor Verdadeiro

Admitamos: o amor é um assunto que já foi falado e voltado a falar, trivializado e dramatizado ao ponto de as pessoas não saberem já o que é e o que não é. A maioria de nós não consegue vê-lo porque temos as nossas ideias preconcebidas sobre o que é (é suposto ser mais forte do que nós e arrebatar-nos) e como aparece (num embrulho alto, magro, bem-humorado e charmoso). Por isso, se o amor não aparecer envolvido na nossa fantasia, não o conseguimos reconhecer.

Mas tenho a certeza do seguinte: o amor está em todo o lado. É possível amar e ser amado independentemente do sítio onde estamos. O amor existe sob todas as formas. Às vezes vou até ao jardim da minha casa e sinto o amor a vibrar em todas as minhas árvores. Está sempre disponível.

Já vi tantas mulheres (incluindo eu) confundidas pela ideia de um romance, acreditando que só serão pessoas completas se encontrarem alguém que complete as suas vidas. Se pensarmos bem, não é uma ideia maluca? Você, sozinho, tem de preencher com amor esses espaços vazios e destruídos. Como diz Ralph Waldo Emerson: «Nada lhe poderá dar paz a não ser você mesmo.»

Nunca esquecerei o momento em que estava a limpar uma gaveta e me deparei com doze páginas que me obrigaram a parar.

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A multidão: esse enorme pedaço de monstruosidade que, considerada a partir dos seus elementos, parece feita de homens e das criaturas sensatas de Deus; mas, considerada como um todo, forma uma enorme besta e uma monstruosidade mais horrível do que Hidra.

Creio que Deus de tudo, mesmo do mal, pode e quer fazer surgir o que é bom. Para isso Ele precisa de homens que façam o melhor uso de todas as coisas.

Respondiam-lhe que durante muitos anos tinham ficado sem padre, arranjando os negócios da alma diretamente com Deus, e haviam perdido a malícia do pecado mortal.

Nasce Mais uma Vez

Nasce mais uma vez,
Menino Deus!
Não faltes, que me faltas
Neste inverno gelado.
Nasce nu e sagrado
No meu poema,
Se não tens um presépio
Mais agasalhado.
Nasce e fica comigo
Secretamente,
Até que eu, infiel, te denuncie
Aos Herodes do mundo.
Até que eu, incapaz
De me calar,
Devasse os versos e destrua a paz
Que agora sinto, só de te sonhar.

Soneto XXII

Ao mesmo

Rico Almazém, que Deus estima e preza,
Mais forte que o poder do inferno forte,
Bem te armas de ua morte e de outra morte,
Para qualquer encontro e brava empresa.

Arma-se o fraco cá de fortaleza
Para que assi resista ao duro corte;
Mas Deus sempre peleja d’outra sorte,
Cobrindo o forte de mortal fraqueza.

Usou c’o inferno deste próprio modo,
Iscando o anzol da natureza sua
Co’ a nossa; e foi-se o pece trás o engano.

E co’ as armas da carne rota e nua
Dos Mártires venceu o mundo todo,
Hoje em ti as põem para socorro humano.

Mãe

Conheço a tua força, mãe, e a tua fragilidade.
Uma e outra têm a tua coragem, o teu alento vital.
Estou contigo mãe, no teu sonho permanente na tua esperança incerta
Estou contigo na tua simplicidade e nos teus gestos generosos.
Vejo-te menina e noiva, vejo-te mãe mulher de trabalho
Sempre frágil e forte. Quantos problemas enfrentaste,
Quantas aflições! Sempre uma força te erguia vertical,
sempre o alento da tua fé, o prodigioso alento
a que se chama Deus. Que existe porque tu o amas,
tu o desejas. Deus alimenta-te e inunda a tua fragilidade.
E assim estás no meio do amor como o centro da rosa.
Essa ânsia de amor de toda a tua vida é uma onda incandescente.
Com o teu amor humano e divino
quero fundir o diamante do fogo universal.

Um homem caminhava a pé, ofegante, carregando um fardo pesado. Nisso, um carroceiro passou e, penalizado, ofereceu-lhe carona. Contente, o homem subiu na carroça, mas continuou com o fardo nas costas. Então o carroceiro disse: ‘Pode descarregar o fardo, pois não vou cobrar o carreto’. E o homem: ‘Já é um grande favor o senhor me transportar; por isso, eu mesmo levo este fardo’. Esta é uma anedota irlandesa. Deus do mundo da Imagem Verdadeira é o todo de tudo e transporta-nos com fardo e tudo. Logo, não há necessidade de carregarmos nosso fardo, estando na ‘carroça de Deus’.

Anjo No Nome, Angélica Na Cara

Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós se uniformara?

Quem veria uma flor, que não a cortara
De verde pé, de rama florescente?
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus, o não idolatra?

Se como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu custódio, e minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.

Mas vejo, que tão bela, e tão galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.

Onde o Homem não Chega

Onde o Homem não chega tudo é puro,
dessa pureza da primeira infância.
Tudo é medida, ritmo, concordância,
tudo é claro e auroral: a noite, o escuro.

E nem o vendaval é dissonância
mas promessa de sol e de futuro.
Quem levantou esse primeiro Muro
que do perto fez longe, ergueu distância?

Foi o Homem, com suas mãos de barro,
com suas mãos perjuras, fel e sarro
de inútil sofrimento e vil prazer.

Não é tarde, porém: sacode a lama,
ergue o facho, levanta a Deus a chama
e recomeça: acabas de nascer.