Passagens sobre Humanos

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Frases sobre humanos, poemas sobre humanos e outras passagens sobre humanos para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Pensar que todos os céus e infernos de todas as religiões foram construídos a partir do interior do ser humano: tudo depende da força da projecção para o exterior.

Os sofrimentos humanos têm facetas múltiplas: nunca se encontra outra dor do mesmo tom.

Analisar as Nossas Relações

Nenhuma mudança psíquica sustentável ocorre rapidamente. São necessários o autoconhecimento, a educação, o treino, a utilização de ferramentas e, em especial, a compreensão básica do mais complexo dos universos, a mente humana.
Qualquer mulher gostaria de remover a impaciência, a ansiedade, as fobias, o humor depressivo e a timidez da sua mente. Mas a vontade consciente de mudança ou superação de um conflito, por mais forte e poderosa que seja, não é eficiente. Não basta o Eu querer reorganizar a sua personalidade, é preciso utilizar estratégias adequadas. Até um psicopata gostaria de ser gentil e afetivo em toda a sua agenda psíquica, mas, no calor das crises, os monstros alojados no seu inconsciente devoram-no e magoam os outros.

O Eu deve ser equipado, em especial, para ser o Autor da sua história. Porque brilhamos no mundo exterior, mas somos tão opacos no mundo interior? Porque é que as guerras, os homicídios, as discriminações, os distúrbios psíquicos, os conflitos sociais fazem a pauta da nossa história? Por que razão sonham os pais em proporcionar a melhor educação aos seus filhos, mas nem sempre têm êxito? Porque é que casais apaixonados que fazem juras de amor podem acabar inimigos?

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A imagem é uma coisa e o ser humano é outra… É muito difícil viver de acordo com uma imagem.

Amor – Pois que é Palavra Essencial

Amor — pois que é palavra essencial
comece esta canção e toda a envolva.
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
reúna alma e desejo, membro de vulva.

Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro grito
de orgasmo, num instante de infinito?

O corpo noutro corpo entrelaçado,
fundido, dissolvido, volta à origem
dos seres, que Platão viu completados:
é um, perfeito em dois; são dois em um.

Integração na cama ou já no cosmo?
Onde termina o quarto e chega aos astros?
Que força em nossos flancos nos transporta
a essa extrema região, etérea, eterna?

Ao delicioso toque do clitóris,
já tudo se transforma, num relâmpago.
Em pequenino ponto desse corpo,
a fonte, o fogo, o mel se concentraram.

Vai a penetração rompendo nuvens
e devassando sóis tão fulgurantes
que nunca a vista humana os suportara,
mas, varado de luz, o coito segue.

E prossegue e se espraia de tal sorte
que, além de nós,

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Fomos Deixando de Escutar

Me entristece o quanto fomos deixando de escutar. Deixámos de escutar as vozes que são diferentes, os silêncios que são diversos. E deixámos de escutar não porque nos rodeasse o silêncio. Ficámos surdos pelo excesso de palavras, ficámos autistas pelo excesso de informação. A natureza converteu-se em retórica, num emblema, num anúncio de televisão. Falamos dela, não a vivemos. A natureza, ela própria, tem que voltar a nascer. E quando voltar a nascer teremos que aceitar que a nossa natureza humana é não ter natureza nenhuma. Ou que, se calhar, fomos feitos para ter todas as naturezas.

Falei dos pecados da Biologia. Mas eu não trocaria esta janela por nenhuma outra. A Biologia ensinou-me coisas fundamentais. Uma delas foi a humildade. Esta nossa ciência me ajudou a entender outras linguagens, a fala das árvores, a fala dos que não falam. A Biologia me serviu de ponte para outros saberes. Com ela entendi a Vida como uma história, uma narrativa perpétua que se escreve não em letras mas em vidas.

A Biologia me alimentou a escrita literária como se fosse um desses velhos contadores não de histórias mas de sabedorias. E reconheci lições que já nos tinham sido passadas quando ainda não tínhamos sido dados à luz.

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Se entendeste bem, facilmente compreenderás que a inveja não é senão uma admiração que luta, e sendo a luta a grande função do género humano, todos os sentimentos belicosos são os mais adequados à sua felicidade.

Razão e Entendimento

Se dizemos do entendimento que ele é o poder de reconduzir os fenómenos à unidade através das regras, deve-se dizer da razão que ela é a faculdade de reconduzir à unidade as regras do entendimento através dos princípios. Portanto ela jamais se relaciona imediatamente nem com a experiência, nem com um objecto qualquer, mas com o entendimento, a fim de fornecer a priori e por conceitos aos variados conhecimentos dessa faculdade uma unidade que se pode chamar racional e que é inteiramente diferente da que o entendimento pode fornecer.
(…) É o destino comum da razão humana na especulação terminar o seu edifício assim que possível e só depois examinar se também os fundamentos foram bem colocados.

Ser Mãe é Aceitar. Tudo.

Ser mãe é receber em si um outro que lhe vem de fora e acolhê-lo em vista de um futuro que pressente mas que, de maneira nenhuma, sabe explicar. Ser mãe é, antes de mais, aceitar. Tudo. Tudo.

É aceitar em si um outro para o qual ela se torna o mundo: gerando-o, alimentando-o, comendo, bebendo e respirando com ele… ele dentro de si, ela em volta dele.

É deixar esse outro ir embora e voltar a recebê-lo em cada dia, quando ele volta, quando ele se revolta e, também, quando ele não volta…

Ser mãe é acolher o que o outro lhe dá. Mas não como quem se alimenta do que lhe vem de fora, transformando-o em vida, que acolhe em si, e devolvendo ao mundo, já morto, aquilo que sobra. Ser é mãe é dar-se como alimento, transformando-se na vida daquele a quem se dá para depois… voltar depois ao mundo, gasta, apenas com o que lhe sobra.
Ser mãe é dar-se. Aceitando sempre qualquer resultado e resposta.

Uma mãe, mais do que dar um filho ao mundo, deve dar um mundo ao filho. Um melhor que este, cheio de esperança e sonhos,

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A Realidade Humana

O conhecimento do conhecimento ensina-nos que apenas conhecemos uma pequena película da realidade. A única realidade que é cognoscível é co-produzida pelo espírito humano, com a ajuda do imaginário. O real e o imaginário estão entretecidos e formam o complexo dos nossos seres e das nossas vidas. A realidade humana em si mesma é semi-imaginária. A realidade é apenas humana, e apenas parcialmente real.

O Escriba Acocorado

Sentado na pedra de ti próprio,
não tens rosto, senão o que,
de anónimo, a ela afeiçoou
a mão que assim te quis. Do resto,
do que de individualidade, porventura,

em ti existiria, se encarregou
a persistente erosão dos dias. De vago,
neutro olhar sem órbitas, permaneces
hirto, fitando sempre mais além
da morna penumbra que te envolve

no halo intemporal que é, do tempo,
o nexo único. Nesse olhar
de não ver tudo se inscreve,
repensa e adivinha: teus limites
e, ainda, o que excederia tua humana

estatura. Sem contornos, em sombra
e sono te diluis no que, de ti,
nunca saberemos. Porém, límpida
e escorreita, até nós chega a laboriosa
escrita que no papiro ias lavrando.

Um pouco de filosofia leva a mente humana ao ateísmo, mas a profundidade da filosofia leva-a para a religião.

O Tabu e a Metáfora

A metáfora é provavelmente a potência mais fértil que o homem possui. A sua eficiência chega a raiar os confins da taumaturgia e parece uma ferramenta de criação que Deus deixou esquecida dentro de uma das suas criaturas na ocasião em que a formou, como o cirurgião distraído deixa um instrumento no ventre do operado.
Todas as demais potências nos mantêm inscritos no interior do real, do que já é. O mais que podemos fazer é somar ou subtrair as coisas entre si. Só a metáfora nos facilita a evasão e cria entre as coisas reais recifes imaginários, floração de leves ilhas.
É verdadeiramente estranha a existência no homem desta actividade mental que consiste em substituir uma coisa por outra, não tanto no esforço de chegar à segunda como no intento de esquivar a primeira. A metáfora escamoteia um objecto mascarando-o por meio de outro, e não teria sentido se não víssemos nela um instinto que induz o homem a evitar as realidades.
Ao interrogar-se sobre qual poderia ser a origem da metáfora, um psicólogo recentemente descobriu, surpreendido, que uma das suas raízes se encontra no espírito do tabu. Houve uma época em que o medo foi a máxima inspiração humana,

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O que está em causa não é a violência, é a crueldade. Violenta é toda a natureza. Para que eu coma o meu filé, tenho que matar um boi. Nós, seres humanos, os tais seres racionais, inventamos a crueldade. Portanto, é sobre a crueldade que deveríamos discutir. Quando começamos a discutir sobre a crueldade, o problema da violência resolve-se.

O Homem não é Mais do que a sua Imagem

O homem não é mais do que a sua imagem. Os filósofos bem podem explicar-nos que a opinião do mundo pouco conta e que só importa aquilo que somos. Mas os filósofos não percebem nada. Enquanto vivermos entre os seres humanos, seremos aquilo que os seres humanos considerarem que somos. Passamos por velhacos ou manhosos quando não paramos de perguntar a nós próprios como nos vêem os outros, quando nos esforçamos por ser o mais simpáticos possível. Mas entre o meu eu e o do outro, existirá algum contacto directo, sem a mediação dos olhos? Será pensável o amor sem uma perseguição angustiada da nossa própria imagem no pensamento da pessoa amada? Quando deixamos de nos preocupar com a maneira como o outro nos vê, deixamos de o amar.

Os Sentimentos em Perspectiva

A propósito de tudo o que te afecte os sentidos (ora de maneira agradável ou aprazível, ora pela sua utilidade, ora ainda por afeição ou amizade), não te esqueças de te interrogar sobre o que verdadeiramente é, por mais insignificante que te possa parecer o objecto eleito. Se uma panela tu prezas, não te coíbas de dizer para ti: «É uma panela que deveras me agrada». Porque, através desta maneira de proceder, de maneira nenhuma serás afectado caso ela um dia se parta. Se abraças o teu filho ou a tua mulher, tem sempre em atenção que mais não abraças do que seres humanos. Se um deles te morrer, e só assim, a perturbação não se apossará de ti.

A Consciência

A consciência é a última fase da evolução do sistema orgânico, por consequência também aquilo que há de menos acabado e de menos forte neste sistema. É do consciente que provém uma multidão de enganos que fazem com que um animal, um homem, pereçam mais cedo do que seria necessário, «a despeito do destino», como dizia Homero.
Se o laço dos instintos, este laço conservador, não fosse de tal modo mais poderoso do que a consciência, se não desempenhasse, no conjunto, um papel de regulador, a humanidade sucumbiria fatalmente sob o peso dos seus juízos absurdos, das suas divagações, da sua frivolidade, da sua credulidade, numa palavra do seu consciente: ou antes, há muito tempo que teria deixado de existir sem ele!
Enquanto uma função não está madura enquanto não atingiu o seu desenvolvimento perfeito, é perigosa para o organismo: é uma grande sorte que ela seja bem tiranizada! A consciência é-o severamente, e não é ao orgulho que o deve menos. Pensa-se que este orgulho forma o núcleo do ser humano; que é o seu elemento duradoiro, eterno, supremo, primordial! Considera-se que o consciente é uma constante! Nega-se o seu crescimento, as suas intermitências! É considerado como «a unidade do organismo»!

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