A Liberdade não Existe sem Coerção
Que não haja oposição entre a coerção e a liberdade; que, ao contrário, elas se auxiliem – toda a liberdade exerce-se para contornar ou superar uma coerção, e toda a coerção apresenta fissuras ou pontos de menor resistência que são incitações à criação -, nada, sem dúvida, consegue dissipar melhor a ilusão contemporânea de que a liberdade não suporta entraves e de que a educação, a vida social, a arte requerem para desabrochar um acto de fé na omnipotência da espontaneidade: ilusão que certamente não é a causa, mas na qual é possível ver um aspecto significativo da crise que o Ocidente atravessa hoje.
Passagens sobre Liberdade
867 resultadosSe o homem falhar em conciliar a justiça e a liberdade, então falha em tudo.
A liberdade absoluta não existe: o que existe, é a liberdade de escolher qualquer coisa, e a partir daí tornar-se comprometido com sua decisão.
Depois da ordem e da liberdade, a economia é uma das coisas essenciais a um governo livre. A economia é sempre uma garantia de paz.
Liberdade
O poema é
A liberdadeUm poema não se programa
Porém a disciplina
— Sílaba por sílaba —
O acompanhaSílaba por sílaba
O poema emerge
— Como se os deuses o dessem
O fazemos
Os músicos utilizam de todas as liberdades que podem.
Cada poeta entende a liberdade de maneira diferente, suponho eu. Tal como o homem vulgar, desses que não são poetas. Mas não creio que a liberdade do poeta (por muito alto que a ponham) seja mais dura de conquistar que a do homem comum. E ainda por cima este tem muito menos compensações.
A liberdade é um ar normal, sem perfumes exóticos, que respira juntamente com o oxigénio sem o pensar, mas consciente de que existe.
A liberdade, como a felicidade, é nociva para um e útil para outro.
O preço da liberdade é a indiferença – e não deixe ninguém lhe dizer o contrário, o universo é um lugar extremamente indiferente.
Não há caminho fácil para a Liberdade.
Mas onde se deve procurar a liberdade é nos sentimentos. Esses é que são a essência viva da alma.
Minha liberdade então se intensificou um pouco mais, sem deixar de ser liberdade.
…Imaginar, como fazem muitas vezes, que as liberdades públicas estão ligadas à democracia e ao parlamentarismo, é não ter em conta as realidades mais evidentes da vida pública e social de todos os tempos.
A liberdade é a liberdade de dizer que dois e dois são quatro. Quando se concorda nisto o resto vem por si.
Se a liberdade e a igualdade, como consideradas por alguns, devem ser encontradas principalmente na democracia, serão melhor alcançadas quando todas as pessoas iguais compartilharem do governo ao máximo.
A liberdade leva à desordem, a desordem à repressão, e a repressão novamente à liberdade.
A falta de liberdade não consiste jamais em estar segregado, e sim em estar em promiscuidade, pois o suplício inenarrável é não se poder estar sozinho.
A Liberdade Nunca é Real
Se examinarmos um indivíduo isolado sem o relacionarmos com o que o rodeia, todos os seus actos nos parecem livres. Mas se virmos a mínima relação entre esse homem e quanto o rodeia, as suas relações com o homem que lhe fala, com o livro que lê, com o trabalho que está fazendo, inclusivamente com o ar que respira ou com a luz que banha os objectos à sua roda, verificamos que cada uma dessas circunstâncias exerce influência sobre ele e guia, pelo menos, uma parte da sua actividade. E quantas mais influências destas observamos mais diminui a ideia que fazemos da sua liberdade, aumentando a ideia que fazemos da necessidade a que está submetido.
(…) A gradação da liberdade e da necessidade maiores ou menores depende do lapso de tempo maior ou menor desde a realização do acto até à apreciação desse mesmo acto. Se examino um acto que pratiquei há um minuto em condições quase as mesmas em que me encontro actualmente, esse acto parece-me absolutamente livre. Mas se aprecio um acto realizado há um mês, ao encontrar-me em circunstâncias diferentes, a meu pesar, se não tivesse realizado esse acto, não existiriam muitas coisas inúteis, agradáveis e necessárias que derivam dele.
Favorecemos sempre os próximos. Mas sempre mais os escolhidos do que os destinados. Ensinaram-me a minha mãe e o meu pai que tinha a liberdade de gostar de quem gostasse, fossem ou não de família.