Passagens sobre Mente

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Pensar que o sofrimento seja infelicidade é um engano da mente apegada ao corpo carnal. Aquele que compreende o quanto o sofrimento é benéfico para o progresso da alma, consegue agradecer até memo a ele.

Tédio

Tenho as recordações d’um velho milenário!

Um grande contador, um prodigioso armário,
Cheiinho, a abarrotar, de cartas memoriais,
Bilhetinhos de amor, recibos, madrigais,
Mais segredos nĂŁo tem do que eu na mente abrigo.
Meu cer’bro faz lembrar descomunal jazigo;
Nem a vala comum encerra tanto morto!

— Eu sou um cemitério estranho, sem conforto,
Onde vermes aos mil — remorsos doloridos,
Atacam de pref’rĂŞncia os meus mortos queridos.
Eu sou um toucador, com rosas desbotadas,
Onde jazem no chĂŁo as modas despresadas,
E onde, sĂłs, tristemente, os quadros de Boucher
Fuem o doce olor d’um frasco de GellĂ©.

Nada pode igualar os dias tormentosos
Em que, sob a pressĂŁo de invernos rigorosos,
O TĂ©dio, fruto inf’liz da incuriosidade,
Alcança as proporções da Imortalidade.

— Desde hoje, não és mais, ó matéria vivente,
Do que granito envolto em terror inconsciente.
A emergir d’um Saarah movediço, brumoso!
Velha esfinge que dorme um sono misterioso,
Esquecida, ignorada, e cuja face fria
Só brilha quando o Sol dá a boa-noite ao dia!

Tradução de Delfim Guimarães

A mente acha sempre que é mais fácil correr e lutar, porque assim tem alguma coisa para fazer. Se disser à mente: «Não faças nada», isso é a coisa mais difícil.

Nunca se sinta um coitado diante dos seus problemas, caso contrário eles tornam-se um «monstro». Todas as doenças emocionais amam o «coitadismo» e florescem na alma de pessoas passivas. Seja um agente modificador da sua histĂłria. (…) Acredite na vida, reacenda as chamas da esperança e disponha-se a intervir no palco da sua mente. Tais atitudes começam a preparar o caminho da saĂşde emocional.

A Vida Ă© uma Busca

A vida é uma busca — uma busca constante, uma busca desesperada, uma busca sem esperança, uma busca de algo que não se sabe o que é. Há um forte impulso para procurar, mas não se sabe o que se procura. E há um certo estado de espírito em que nada daquilo que consegue lhe dará qualquer satisfação. A frustração parece ser o destino da humanidade, porque tudo aquilo que se obtém perde o sentido no momento exacto em que se consegue. Começa-se novamente a procurar.
A busca continua, quer se consiga alguma coisa ou nĂŁo. Parece ser irrelevante o que se tem e o que nĂŁo se tem, pois a busca continua de qualquer maneira. Os pobres andam Ă  procura, os ricos andam Ă  procura, os doentes andam Ă  procura, os que estĂŁo bem andam Ă  procura, os poderosos andam Ă  procura, os estĂşpidos andam Ă  procura, os sensatos andam Ă  procura – e ninguĂ©m sabe exactamente de quĂŞ.

Essa mesma procura — o que é e porque existe — tem de ser compreendida. Parece haver um hiato no ser humano, na mente humana. Na própria estrutura da consciência humana parece haver um buraco, um buraco negro.

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Ensine seus filhos a fazer do palco da sua mente um teatro de alegria, e nĂŁo um palco de terror.

O sofrimento começa quando nos apegamos a algo. Isto porque nossa mente, que é originalmente livre, fica tolhida pelo nosso próprio pensamento.

A mente jungida aos sentidos vê romper-se o seu leme da sabedoria, tal qual uma nau na tormenta deriva para o naufrágio e morte.

É bom domesticar a mente que, de difícil domínio, e veloz, corre para onde lhe agrada; a mente domesticada traz felicidade.

Até mesmo um arbusto ou capim encerra em si a força misteriosa do Universo. Então, que dizer do ser humano? Não penses que os sofrimentos e as tristezas do ser humano não têm sentido. Eles são as trevas que antecedem a alvorada da alma, na qual a mente do homem desperta para a força misteriosa do Universo. Suportando os sofrimentos e as tristezas durante algum tempo, surgirá na alma a aurora da verdadeira alegria.

É preciso que a humanidade, da mesma forma que considera ignominioso o mau caráter, passe a considerar a doença como algo ignominioso. Isto porque a doença é sombra da distorção da mente.

Surpresa

Começamos assim: – eu, tendo em mente
fingir gostar apenas: namorar,
como chamam na vida comumente
aos primeiros encontros de algum par…

Tu, disposta a prender-me ao teu olhar
por um mero capricho e, fatalmente,
depois que eu me curvasse a te adorar
trocar-me-ias por outro facilmente…

Começamos assim – logo, no entanto
– aquilo que pensei, nĂŁo consegui,
nem conseguiste o que querias tanto…

E afinal – que belĂ­ssima surpresa!…
– Eu, de tanto fingir: – gostei de ti,
tu, querendo prender: – ficaste presa!…

A curiosidade de um mente nobre sinceramente cessa onde o amor pela verdade não a encoraja a ir além e o amor pelo seu semelhante a convida a parar.

Amar Ă© Conhecer Virtude Ardente

AMOR QUE, SEM DETER-SE NO ASPECTO SENSITIVO, PASSA AO INTELECTUAL

Mandou-me, ai Fábio!, que a amasse Flora,
e que nĂŁo a quisesse; meu cuidado,
obediente, confuso, torturado,
sem desejá-la, tal beleza adora.

O que o humano afecto sente e chora
goza o entendimento, enamorado
do espĂ­rito eterno, encarcerado
neste claustro mortal que o entesoura.

Amar Ă© conhecer virtude ardente;
o querer Ă© vontade interessada,
grosseira e rude, passageiramente.

O corpo é terra, sê-lo-á, foi nada;
de Deus procede Ă  eternidade a mente:
eterno amante sou de eterna amada.

Tradução de José Bento

Tu, VĂŁ Filosofia

Tu, vĂŁ Filosofia, embora aviltes
Os crentes nas visões do pensamento,
Turvo clarĂŁo de raciocĂ­nios tristes
Por entre sombras nos conduz, e a mente,
Rastejando a verdade, a desencanta;
Nem doloroso espĂ­rito se ilude,
Se o que, dormindo, creu, crĂŞ, despertando.
Até no afortunado a vida é sonho
(Sonho, que lá no fim se verifica),
E ansioso pesadelo em mim, que a choro,
Em mim, que provo o fel da desventura,
Desde que levantei, que abri, carpindo,
Os olhos infantis Ă  luz primeira;
Em mim, que fui, que sou de Amor o escravo,
E a vĂ­tima serei, e o desengano
Da suprema paixĂŁo, por ti cantada
Em versos imortais, como o princĂ­pio
Etéreo, criador, de que emanaram.

Sobre se os juĂ­zes de causas importantes devem ocupar cargos pela vida toda Ă© uma coisa discutĂ­vel, porque a mente envelhece, assim como o corpo.