Passagens sobre Missão

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Frases sobre missão, poemas sobre missão e outras passagens sobre missão para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Os Grandes Forjam-se na Adversidade

Todo o ambiente é favorável ao forte; de um modo ou de outro ele o ajuda a cumprir a missão que se impôs e a conseguir ir porventura mais além das barreiras marcadas. A derrota deve mais atribuir-se à invalidez do impulso interior do que aos obstáculos que lhe ponham diante, mais à alma incapaz de se bater com vigor e tenazmente do que às resistências, às invejas e às dificuldades que o mundo possa levantar perante Hércules que luta.
O mal que se vê é aguilhão para o bem que se deseja; e quanto mais duro, quanto mais agressivo, se bate em peito de aço, tanto mais valioso auxiliar num caminho de progresso; o querer se apura, a visão do futuro nos surge mais intensa a cada golpe novo; o contentamente e a mansa quietude são estufa para homens; por aí se habituaram a ser escravos de outros homens, ou da cega Natureza; e eu quero a terra povoada de rijos corações que seguem os calmos pensamentos e a mais nada se curvam.
Mais custa quebrar rochar do que escavar a terra; mais sólido, porém, o edifício que nela se firmou. A grandeza da obra é quase sempre devida à dificuldade que se encontra nos meios a empregar,

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A Inquietação Moderna

Em direcção a oeste, a movimentação moderna torna-se cada vez maior, de modo que, para os Americanos, os habitantes da Europa na sua totalidade se apresentam como seres que gostam do sossego e dele usufruem, quando estes mesmos, no entanto, voam em confusão como abelhas e vespas. Esta movimentação torna-se tão grande que a cultura superior já não pode madurar os seus frutos; é como se as estações do ano se seguissem umas às outras demasiado depressa. Por falta de sossego, a nossa civilização vai dar a uma nova barbárie. Em nenhuma época, os activos, ou seja, os irrequietos, foram tão considerados. Reforçar em grande medida o elemento contemplativo faz parte, por conseguinte, das necessárias correcções que se tem de efectuar no carácter da humanidade. No entanto, desde já, cada indivíduo, que seja calmo e constante de coração e de cabeça, tem o direito de crer que possui não só um bom temperamento, mas também uma virtude de utilidade geral e que, ao conservar essa atitude, até cumpre uma missão superior.

Quem me pode confirmar a verdade ou a probabilidade do facto de ser apenas devido à minha missão literária que eu me desinteresso de todas as outras coisas e por isso não tenho coração?

O Intelectual e o Político

A missão do chamado «intelectual» é, de certo modo, oposta à do político. A obra intelectual aspira, frequentemente em vão, a aclarar um pouco as coisas, enquanto a do político sói, pelo contrário, consistir em confundi-las mais do que já estavam. Ser da esquerda é, como ser da direita, uma das infinitas maneiras que o homem pode escolher para ser um imbecil: ambas, com efeito, são formas da hemiplegia moral.

A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam.

Amor Desmistificado

O sentimento de um homem apaixonado produz por vezes efeitos cómicos ou trágicos, porque em ambos os casos, é dominado pelo espírito da espécie que o domina ao ponto de o arrancar a si próprio; os seus actos não correspondem à sua individualidade. Isto explica, nos níveis superiores do amor, essa natureza tão poética e sublimadora que caracteriza os seus pensamentos, essa elevação transcendente e hiperfísica, que parece fazê-lo afastar da finalidade meramente física do seu amor. É porque o impelem então o génio da espécie e os seus interesses superiores.
Recebeu a missão de iniciar uma série indefinida de gerações dotadas de determinadas características e constituídas por certos elementos que só se podem encontrar num único pai e numa única mãe; só essa união pode dar existência à geração determinada que a objectivação da vontade expressamente exige. O sentimento que o amante tem de agir em circunstâncias de semelhantes transcendência, eleva-o de tal modo sobre as coisas terrestres e mesmo acima de si próprio, e tranforma-lhe os desejos físicos numa aparência de tal modo suprasensível, que o amor é um acontecimento poético, mesmo na existência do homem mais prosaico, o que o faz cair por vezes em ridículo.

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A Mudança só se Dá na Continuidade

Dirigirmo-nos a alguém com a missão de que se transforme noutro, é irmos com a embaixada de que ele deixe de ser ele. Cada qual defende a sua personalidade, e só aceita uma mudança na sua maneira de pensar ou de sentir, na medida em que esta alteração possa entrar na unidade do seu espírito e enredar-se na sua continuidade; na medida em que essa mudança se puder harmonizar e se conseguir integrar com tudo o resto da sua maneira de ser, pensar e sentir, e possa, por outro lado, enlaçar-se nas suas recordações. Nem a um homem, nem a um povo – que, em certo sentido, também é um homem – se pode exigir uma mudança, que desfaça a unidade e a continuidade da sua pessoa. Pode-se mudá-lo muito, quase até por completo; mas sempre, dentro da continuidade.
É certo que, em certos indivíduos, acontece aquilo a que se chama mudança de personalidade; mas isso é um caso patológico, e é como tal que os psiquiatras o estudam. Nessas alterações de personalidade, a memória, base da consciência, arruina-se por completo e, ao pobre paciente, só resta, como substracto de continuidade individual – já que não pessoal -, o organismo físico.

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O capital que não melhora, constantemente, as condições e remuneração do trabalho, foge à sua mais alta missão.

A Missão de Continuar a Vida

Ninguém se pode possuir inteiramente, porque se ignora, porque somos um mistério. Para nós mesmos. Podemos sim, ser mais conscientes de uma determinada missão que temos no mundo. Todos nós somos uma missão. Somos a missão de continuar a vida, aperfeiçoando-a, festejando-a e não destruindo-a como se está a fazer hoje. Eu não tenho certezas, mas tenho convicções e uma das minhas convicções mais firmes é que nascemos para a liberdade. E, no entanto, veja o paradoxo: essa liberdade, esse caminho para a liberdade está a ser cada vez mais obscurecido por aquilo que observamos no nosso mundo de hoje. Nós chegamos a esta coisa terrível, o chamado equilíbrio nuclear, que é o jogo de escondidas de duas disponibilidades criminosas para suprimir a humanidade. A humanidade está hoje pronta (parece que está sempre pronta!) para pôr luto por si própria. Isto não é uma forma humana de viver. Esta tragédia tem que ser a sua «húbris», que é, digamos, a arrogância que desencadeia a catástrofe punitiva. E o que me perturba muito, o que me assusta, é que países que subscrevem, que proclamam os direitos humanos, possam entrar num jogo fatal destes, um jogo que se destina a suprimir o homem.

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Duas Espécies de Génio

Há duas espécies de génio: um que, antes de mais, fecunda e quer fecundar outros, e outro que prefere ser fecundado e parir. E da mesma maneira há entre os povos geniais aqueles a quem coube o problema feminino da gravidez e a missão secreta de formar, amadurecer e aperfeiçoar – os gregos, por exemplo, foram um povo desta espécie, assim como os franceses – ; e outros que têm de fecundar e ser a causa de novas ordens de vida, – como os judeus, os romanos e talvez, perguntando-se com toda a modéstia, os alemães? – povos atormentados e extasiados com febres desconhecidas e irresistivelmente impelidos para fora de si próprios, apaixonados e ávidos de raças estranhas (aqueles que se «deixam fecundar» -) e, com tudo isso, ávidos de domínio, como tudo o que se sabe cheio de força geradora e, por conseguinte, escolhido «pela graça de Deus». Estas duas espécies procuram-se como o homem e a mulher; mas também se dão mal mutuamente, – como o homem e a mulher.

As Pessoas não Sabem o que Querem Antes de lho Mostrarmos

A minha paixão tem sido construir uma empresa duradoura onde as pessoas se sintam motivadas para grandes produtos. Tudo o mais era secundário. Claro que era bom ter lucros, pois só assim era possível fazer grandes produtos. Mas o principal factor de motivação eram os produtos, não o lucro. Sculley deslocou estas prioridades para o objectivo de fazer dinheiro. Trata-se de uma diferença subtil, mas que acaba por fazer toda a diferença: as pessoas que contratamos, quem é promovido, os assuntos que discutimos nas reuniões.
Algumas pessoas dizem: “Dêem aos clientes o que eles querem.” Mas essa não é a minha abordagem. A nossa missão consiste em antecipar aquilo que eles vão querer. Penso que o Henri Ford teria dito uma vez que se perguntasse aos clientes aquilo que eles queriam, a resposta teria sido: “Um cavalo mais rápido!”. As pessoas não sabem o que querem antes de lho mostrarmos. É por isso que não confio nos estudos de mercado. A nossa missão consiste em ler as coisas antes de elas terem sido escritas.

O Sentido de Possibilidade

Poderia definir-se o sentido de possibilidade como aquela capacidade de pensar tudo aquilo que também poderia ser e de não dar mais importância àquilo que é do que àquilo que não é. Como se vê, as consequências desta disposição criadora podem ser notáveis; infelizmente, não é raro que façam aparecer como falso aquilo que as pessoas admiram e como lícito aquilo que elas proíbem, ou então as duas coisas como sendo indiferentes. Esses homens do possível vivem, como se costuma dizer, numa trama mais subtil, numa teia de névoa, fantasia, sonhos e conjuntivos; se uma criança mostra tendências destas, acaba-se firmemente com elas, e diz-se-lhe que tais pessoas são visionários, sonhadores, fracos, gente que tudo julga saber melhor e em tudo põe defeito.
Quando se quer elogiar estes loucos, chama-se-lhes também idealistas, mas é claro que com isso só se alude à sua natureza débil, incapaz de compreender a realidade, ou que a evita por melancolia, uma natureza na qual a falta do sentido de realidade é um verdadeiro defeito. O possível, porém, não abarca apenas os sonhos dos neurasténicos, mas também os desígnios ainda adormecidos de Deus. Uma experiência possível ou uma verdade possível não são iguais a uma experiência real e uma verdade real menos o valor da sua realidade,

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Concentre os esforços naquilo que deve ser feito agora. Só assim abrir-se-á a porta de seu futuro. É essencial cumprir bem a missão que lhe cabe no momento.

Se me perguntarem se acredito na literatura como missão, direi redondamente que não, mas nesse plano acho que tenho o dever, como escritor, de tentar preservar todas as teclas da língua portuguesa. Se existem, é para serem usadas, não podem é ser usadas a torto e a direito.

Terra – 3

Eles subiram o monte com o povo arrebanhado
e padre-nossos nos lábios.
Eles subiram o monte e eram negros, grandiosos e medonhos.
Vinham de longe e diziam duma verdade nos lábios firmes e finos.
Vinham de longe, de Missões do cabo do mundo;
– da África? dos Brasis? – vinham de longe…
E ficou aquela cruz branca e esguia
erguida na serra.
Sermões na igreja, comunhão geral
e procissão na rua.
Cristo, na cruz do alto, protegendo a freguesia – Hosana!
Terra e gente ficaram santos nesse dia – Hosana!
Hoje, todos sentem aqueles olhos parados lá do cimo
– caminheiros da serra, viajante da estrada –
todos sentem os olhos lá do cimo
– olhar imóvel e indiferente
daqueles que subiram o monte.

Um grande poeta não é uma construção de acaso, feita de blocos discordantes; a missão do crítico não está em inventar falhas que não existem, mas em encontrar o nexo íntimo, a espiritual cadeia de vértebras que liga e sustenta todas as fases, todas as produções da sua vida. Depois, é sempre de bom conselho verificar se as manchas da preparação se não encontram nas lentes do microscópio.

Ad Instar Delphini

Teus pés são voluptuosos: é por isso
Que andas com tanta graça, ó Cassiopéia!
De onde te vem tal chama e tal feitiço,
Que dás idéia ao corpo, e corpo à idéia?

Camões, valie-me! Adamastor, Magriço,
Dai-me força, e tu, Vênus Citeréia,
Essa doçura, esse imortal derriço…
Quero também compor minha epopéia!

não cantarei Helena e a antiga Tróia,
Nem as Missões e a nacional Lindóia,
Nem Deus, nem Diacho! Quero, oh por quem és,

Flor ou mulher, chave do meu destino,
Quero cantar, como cantou Delfino,
As duas curvas de dois brancos pés.

Um amor bem verdadeiro, uma vida bem íntima com uma mulher, a quem se queira como amante, que se estime como irmã, que se venere com mãe, que se proteja como filha, é evidentemente o destino mais natural ao homem, o complemento da sua missão na terra.