Passagens sobre VĂ­cio

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O trabalho poupa-nos de trĂȘs grandes males: tĂ©dio, vĂ­cio e necessidade.

A gula Ă© um vĂ­cio que nunca acaba, e Ă© aquele vĂ­cio que cresce sempre, quanto mais o homem envelhece.

NĂŁo Consigo Viver em Literatura

Por mais que o deseje, nĂŁo consigo viver em literatura. Felizes os que o conseguem. Viver em literatura Ă© suprimir toda a interferĂȘncia do que lhe Ă© exterior – desde o peso das pedradas ao das flores da ovação. Suprimir mesmo ou sobretudo a conversa sobre ela, desde a dos jornais Ă  dos amigos. Fazer da literatura um meio enclausurado em que a respiremos atĂ© Ă  intoxicação e nada dele transpire para a exterioridade. Viver a arte como uma mĂ­stica, um transporte de inebriamento, uma iluminação da graça, uma inteira absorção como de um vĂ­cio inconfessĂĄvel. VivĂȘ-la na intimidade de uma absoluta solidĂŁo em que toda a ameaça de pĂșblico esteja ausente como numa ilha que a impossibilidade de comunicação tornasse de facto deserta. Os recĂ©m-casados isolam-se para defenderem dos outros a mĂ­nima parcela da paixĂŁo. A vida em arte devia ser uma viagem de nĂșpcias sem retorno. SĂł entĂŁo se conheceria tudo o que a arte Ă© para nĂłs e a inteira verdade com que nĂłs somos para ela. Mas nĂŁo. HĂĄ que viver uma vida dĂșplice entre o estar a sĂłs com ela e o permanente convĂ­vio, nem que sejam uns breves instantes Ă  porta com os indiferentes e os maledicentes e os curiosos e mesmo os admiradores de que se necessita na nossa inferioridade moral para nos confirmarem no bom resultado da aposta.

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HĂĄ tantos vĂ­cios com origem naquilo que nĂŁo estimamos o suficiente em nĂłs, como no que estimamos mais.

A ociosidade Ă© a mĂŁe da maledicĂȘncia, da calĂșnia e da intriga, coisas a que eu jĂĄ nĂŁo sei se hei-de chamar vĂ­cios se virtudes, tĂŁo habituada estou a vĂȘ-los morar em lĂĄbios tidos como santos por este mundo que Ă© com certeza o melhor dos mundos possĂ­veis e imaginĂĄveis.

Contente EstĂĄ Quem Assim se Julga de si Mesmo

A abastança e a indigĂȘncia dependem da opiniĂŁo de cada um; e a riqueza nĂŁo mais do que a glĂłria, do que a saĂșde tĂȘm tanto de beleza e de prazer quanto lhes atribui quem as possui. Cada qual estĂĄ bem ou mal conforme assim se achar. Contente estĂĄ nĂŁo quem assim julgamos, mas quem assim julga de si mesmo. E apenas com isso a crença assume essĂȘncia e verdade.
A fortuna nĂŁo nos faz nem bem nem mal: somente nos oferece a matĂ©ria e a semente de ambos, que a nossa alma, mais poderosa que ela, transforma e aplica como lhe apraz – causa Ășnica e senhora da sua condição feliz ou infeliz.
Os acréscimos externos tomam a cor e o sabor da constituição interna, como as roupas que nos aquecem não com o calor delas e sim com o nosso, que a elas cabe proteger e alimentar; quem abrigasse um corpo frio prestaria o mesmo serviço para a frialdade: assim se conservam a neve e o gelo.
É certo que, exactamente como o estudo serve de tormento para um preguiçoso, a abstinĂȘncia do vinho para um alcoĂłlatra, a frugalidade Ă© suplĂ­cio para o luxorioso e o exercĂ­cio incomoda um homem delicado e ocioso;

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A moral ensina a moderar as paixÔes, a cultivar as virtudes e a reprimir os vícios.

Os inimigos que mais temo a Portugal sĂŁo soberba e ingratidĂŁo, vĂ­cios tĂŁo naturais da prĂłspera fortuna que, como filhos da vĂ­bora, juntamente nascem dela e a corrompem.

A estupidez nĂŁo estĂĄ de um lado e o espĂ­rito do outro. É como o vĂ­cio e a virtude; sagaz Ă© quem os distingue.

Ajuda entre SĂĄbios

EstĂĄs interessado em saber se um sĂĄbio pode ser Ăștil a outro sĂĄbio. NĂłs definimos o sĂĄbio como um homem dotado de todos os bens no mais alto grau possĂ­vel. A questĂŁo estĂĄ pois em saber como Ă© possĂ­vel alguĂ©m ser Ăștil a quem jĂĄ atingiu o supremo bem. Ora, os homens de bem sĂŁo Ășteis uns aos outros. A sua função Ă© praticar a virtude e manter a sabedoria num estado de perfeito equilĂ­brio. Mas cada um necessita de outro homem de bem com quem troque impressĂ”es e discuta os problemas. A perĂ­cia na luta sĂł se adquire com a prĂĄtica; dois mĂșsicos aproveitam melhor se estudarem em conjunto. O sĂĄbio necessita igualmente de manter as suas virtudes em actividade e, por isso mesmo, nĂŁo sĂł se estimula a si prĂłprio como se sente estimulado por outro sĂĄbio. Em que pode um sĂĄbio ser Ăștil a outro sĂĄbio? Pode servir-lhe de incitamento, pode sugerir-lhe oportunidades para a prĂĄtica de acçÔes virtuosas. AlĂ©m disso, pode comunicar-lhe as suas meditaçÔes e dar-lhe conta das suas descobertas. Nunca faltarĂĄ mesmo ao sĂĄbio algo de novo a descobrir, algo que dĂȘ ao seu espĂ­rito novos campos a explorar.
Os indivĂ­duos perversos fazem mal uns aos outros,

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