O prĂłprio vĂcio, perdendo toda a sua baixeza, perdeu metade do seu mal.
Passagens sobre VĂcio
362 resultadosO trabalho poupa-nos de trĂȘs grandes males: tĂ©dio, vĂcio e necessidade.
A gula Ă© um vĂcio que nunca acaba, e Ă© aquele vĂcio que cresce sempre, quanto mais o homem envelhece.
A inveja Ă© o mais estĂșpido dos vĂcios, pois deste nĂŁo se obtĂ©m nenhuma vantagem.
NĂŁo Consigo Viver em Literatura
Por mais que o deseje, nĂŁo consigo viver em literatura. Felizes os que o conseguem. Viver em literatura Ă© suprimir toda a interferĂȘncia do que lhe Ă© exterior – desde o peso das pedradas ao das flores da ovação. Suprimir mesmo ou sobretudo a conversa sobre ela, desde a dos jornais Ă dos amigos. Fazer da literatura um meio enclausurado em que a respiremos atĂ© Ă intoxicação e nada dele transpire para a exterioridade. Viver a arte como uma mĂstica, um transporte de inebriamento, uma iluminação da graça, uma inteira absorção como de um vĂcio inconfessĂĄvel. VivĂȘ-la na intimidade de uma absoluta solidĂŁo em que toda a ameaça de pĂșblico esteja ausente como numa ilha que a impossibilidade de comunicação tornasse de facto deserta. Os recĂ©m-casados isolam-se para defenderem dos outros a mĂnima parcela da paixĂŁo. A vida em arte devia ser uma viagem de nĂșpcias sem retorno. SĂł entĂŁo se conheceria tudo o que a arte Ă© para nĂłs e a inteira verdade com que nĂłs somos para ela. Mas nĂŁo. HĂĄ que viver uma vida dĂșplice entre o estar a sĂłs com ela e o permanente convĂvio, nem que sejam uns breves instantes Ă porta com os indiferentes e os maledicentes e os curiosos e mesmo os admiradores de que se necessita na nossa inferioridade moral para nos confirmarem no bom resultado da aposta.
HĂĄ tantos vĂcios com origem naquilo que nĂŁo estimamos o suficiente em nĂłs, como no que estimamos mais.
A ociosidade Ă© a mĂŁe da maledicĂȘncia, da calĂșnia e da intriga, coisas a que eu jĂĄ nĂŁo sei se hei-de chamar vĂcios se virtudes, tĂŁo habituada estou a vĂȘ-los morar em lĂĄbios tidos como santos por este mundo que Ă© com certeza o melhor dos mundos possĂveis e imaginĂĄveis.
Pelo vĂcio alheio corrige o teu.
Contente EstĂĄ Quem Assim se Julga de si Mesmo
A abastança e a indigĂȘncia dependem da opiniĂŁo de cada um; e a riqueza nĂŁo mais do que a glĂłria, do que a saĂșde tĂȘm tanto de beleza e de prazer quanto lhes atribui quem as possui. Cada qual estĂĄ bem ou mal conforme assim se achar. Contente estĂĄ nĂŁo quem assim julgamos, mas quem assim julga de si mesmo. E apenas com isso a crença assume essĂȘncia e verdade.
A fortuna nĂŁo nos faz nem bem nem mal: somente nos oferece a matĂ©ria e a semente de ambos, que a nossa alma, mais poderosa que ela, transforma e aplica como lhe apraz – causa Ășnica e senhora da sua condição feliz ou infeliz.
Os acréscimos externos tomam a cor e o sabor da constituição interna, como as roupas que nos aquecem não com o calor delas e sim com o nosso, que a elas cabe proteger e alimentar; quem abrigasse um corpo frio prestaria o mesmo serviço para a frialdade: assim se conservam a neve e o gelo.
Ă certo que, exactamente como o estudo serve de tormento para um preguiçoso, a abstinĂȘncia do vinho para um alcoĂłlatra, a frugalidade Ă© suplĂcio para o luxorioso e o exercĂcio incomoda um homem delicado e ocioso;
Cuidado com a tristeza. Ela Ă© um vĂcio.
A moral ensina a moderar as paixĂ”es, a cultivar as virtudes e a reprimir os vĂcios.
A beneficĂȘncia Ă© sobretudo um vĂcio do orgulho e nĂŁo uma virtude da alma.
Os inimigos que mais temo a Portugal sĂŁo soberba e ingratidĂŁo, vĂcios tĂŁo naturais da prĂłspera fortuna que, como filhos da vĂbora, juntamente nascem dela e a corrompem.
A estupidez nĂŁo estĂĄ de um lado e o espĂrito do outro. Ă como o vĂcio e a virtude; sagaz Ă© quem os distingue.
Ajuda entre SĂĄbios
EstĂĄs interessado em saber se um sĂĄbio pode ser Ăștil a outro sĂĄbio. NĂłs definimos o sĂĄbio como um homem dotado de todos os bens no mais alto grau possĂvel. A questĂŁo estĂĄ pois em saber como Ă© possĂvel alguĂ©m ser Ăștil a quem jĂĄ atingiu o supremo bem. Ora, os homens de bem sĂŁo Ășteis uns aos outros. A sua função Ă© praticar a virtude e manter a sabedoria num estado de perfeito equilĂbrio. Mas cada um necessita de outro homem de bem com quem troque impressĂ”es e discuta os problemas. A perĂcia na luta sĂł se adquire com a prĂĄtica; dois mĂșsicos aproveitam melhor se estudarem em conjunto. O sĂĄbio necessita igualmente de manter as suas virtudes em actividade e, por isso mesmo, nĂŁo sĂł se estimula a si prĂłprio como se sente estimulado por outro sĂĄbio. Em que pode um sĂĄbio ser Ăștil a outro sĂĄbio? Pode servir-lhe de incitamento, pode sugerir-lhe oportunidades para a prĂĄtica de acçÔes virtuosas. AlĂ©m disso, pode comunicar-lhe as suas meditaçÔes e dar-lhe conta das suas descobertas. Nunca faltarĂĄ mesmo ao sĂĄbio algo de novo a descobrir, algo que dĂȘ ao seu espĂrito novos campos a explorar.
Os indivĂduos perversos fazem mal uns aos outros,
A hipocrisia Ă© uma homenagem que o vĂcio presta Ă virtude.
Alimentar um vĂcio custa mais que criar um filho.
A estrada do vĂcio conduz ao precipĂcio.
NĂŁo existe vĂcio que nĂŁo tenha uma falsa semelhança com uma virtude e que disso nĂŁo tire proveito.
O prazer em si nĂŁo Ă© vĂcio.