Passagens sobre Vontade

889 resultados
Frases sobre vontade, poemas sobre vontade e outras passagens sobre vontade para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Critique os Seus Pensamentos Negativos

O «eu» representa a vontade consciente. Resgatar a liderança do «eu» é gerir a produção dos pensamentos. O «eu» precisa de deixar de ser passivo, tímido e submisso diante dos pensamentos. Um dos maiores erros educacionais é transformar o homem numa pessoa fraca no seu próprio mundo.

Critique diariamente os pensamentos negativos. Confronte-se com as ideias que o paralisam e o desanimam. Não é obrigado a viver passivamente as ideias que são encenadas no palco da sua mente.

Discorde frontalmente de todos os pensamentos e fantasias que o amedrontam, entristecem, deprimem. Cada pensamento que nos incomoda deve ser questionado com ousadia e determinação pelo «eu». Tentar parar de pensar ou distrair-se são técnicas usadas há milénios sem resultado. A única possibilidade que temos é de gerir os pensamentos.

O Amor é um Exagerador

As coisas boas, como o amor e a sabedoria, não trazem a felicidade pela simples razão que as coisas boas têm, para ser boas, de ser «boas por si mesmas». Não podem ser boas por aquilo que trazem. Pelo contrário, têm um preço. O mais das vezes, o preço do amor e da sabedoria, ambos artigos finos, artigos de luxo, coisas boas, é a infelicidade. Quando se ama, ou quando se estuda muito, fica-se sujeito às vontades e às verdades mais alheias. Nada depende quase nada de nós. E sofre-se. Irritam as pessoas que esperam que o amor traga a felicidade. É como esperar que os morangos tragam as natas. O amor não é um meio para atingir um fim — não é através do amor que se chega à felicidade. O amor é um exagerador — exagera os êxtases e as agonias, torna tudo o que não lhe diz respeito (o mundo inteiro) numa coisa pequenina. Assim como a arte tem de ser pela arte e a ciência pela ciência (seria um horror ouvir alguém dizer «Eu quero ser pintor ou biólogo para ganhar muito dinheiro e ir a muitas festas e ter duas carrinhas Volvo com galgos do Afeganistão lá dentro»),

Continue lendo…

O Supremo Instinto do Asseio

O que separa mais profundamente duas pessoas é um sentido e grau diferentes de asseio. Para que serve toda a honestidade e utilidade mútua, para que serve toda a boa vontade de uns para os outros: por fim é sempre o mesmo – “eles não se podem cheirar!” O supremo instinto do asseio coloca quem o tiver na solidão mais estranha e perigosa, como um santo: pois isso precisamente é santidade – a suprema espiritualização desse instinto. Qualquer saber comum de uma indescritível felicidade do banho, qualquer ardor e sede que impelem a alma constantemente da noite para a manhã e do turvo, da «tribulação» para o claro, resplandecente, profundo, subtil: – do mesmo modo que tal tendência distingue – pois é uma tendência aristocrática -, também separa. A compaixão do santo é a compaixão com a sujidade do humano, demasiadamente humano. E há graus e alturas em que a própria compaixão é sentida, por ele, como contaminação, como sujidade…

A perda das forças não esgota a vontade. Crer é apenas a segunda potência; a primeira é querer, as montanhas proverbiais que a fé transporta nada valem ao lado do que a vontade produz.

A Frescura

Ah a frescura na face de não cumprir um dever!
Faltar é positivamente estar no campo!
Que refúgio o não se poder ter confiança em nós!
Respiro melhor agora que passaram as horas dos encontros,
Faltei a todos, com uma deliberação do desleixo,
Fiquei esperando a vontade de ir para lá, que’eu saberia que não vinha.
Sou livre, contra a sociedade organizada e vestida.
Estou nu, e mergulho na água da minha imaginação.
E tarde para eu estar em qualquer dos dois pontos onde estaria à mesma hora,
Deliberadamente à mesma hora…
Está bem, ficarei aqui sonhando versos e sorrindo em itálico.
É tão engraçada esta parte assistente da vida!
Até não consigo acender o cigarro seguinte… Se é um gesto,
Fique com os outros, que me esperam, no desencontro que é a vida.

A minha fé impele-me a olhar para a Cruz.

Como eu queria que por um instante os homens e as mulheres de boa vontade olhassem para a Cruz!

Pode ler-se lá a resposta de Deus, á violência respondeu-se com a mansidão, à morte não se respondeu com o ódio.

 

Quando sentimos no nosso coração:

«Queria ser melhor… Estou arrependido daquilo que fiz…», é mesmo o Senhor que bate á porta. Faz-te sentir isso: a vontade de ser melhor, a vontade de permanecer mais próximo dos outros, de Deus. Se sentis esse desejo de melhorar, é Ele que bate á porta; abri-Lhe a porta! Não o deixeis ir-Se embora!

Qualquer lugar onde alguém está contra a sua vontade é, para este alguém, uma prisão.

A Vontade de Mudar

A mudança implica dor. Dói porque nos obrigamos a romper com padrões calcinados de conforto e preguiça onde controlamos e sabemos tudo. Obriga-nos a crescer e não há nada que cresça sem nos abanar, criar desconforto e necessidade de adaptação. Mas quem muda sempre alcança. Ninguém chega a lado nenhum que valha a pena sem ter mudado alguma coisa. A vontade de mudar é uma espécie de ignição que liga o principal motor que nos conduz, o coração. Mudar é voltar a sentir, assumir responsabilidades, curar o que há para ser tratado e, finalmente, agir. E muitas vezes nem é preciso sair do mesmo lugar, basta alterarmos o significado mental que damos à situação que estamos a viver.

O entusiasmo. A necessidade de inovar e começar coisas novas. O amor à vida. O sentido da beleza. A vontade de sonhar, que ainda não passou. Se é que tenho qualidades, essa é uma delas. Quando tomo conta de um projecto que me agrade, sou outra vez um miúdo de 20 anos.

Não há coisa tão fácil que não pareça dificílima quando feita de má vontade.

Mensagem – Mar Português

MAR PORTUGUÊS

Possessio Maris

I. O Infante

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!

II. Horizonte

Ó mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
’Splendia sobre as naus da iniciação.

Linha severa da longínqua costa —
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves,

Continue lendo…

Dia de Natal

Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros – coitadinhos – nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?)
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente acotovela,

Continue lendo…

Muita Cagança

Todos nós damos vontade de rir. Somos uns pobres diabos. Usando um termo grosseiro: muita cagança, muita cagança e para quê? Somos pequeníssimos. Não é que uma pessoa tenha que aceitar a sua pequenez, mas parece-me bastante triste a vaidade, a presunção, o orgulho, tudo isso com que pretendemos ou queremos mostrar que somos mais do que efectivamente somos. Não será caricato ou ridículo, mas bastante triste.