Passagens sobre Crises

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Assumir a Dor

Quanto mais uma pessoa que foi traída tenta anular a pessoa que a traiu, mais raiva sentirá e, consequentemente, mais a dor da traição será arquivada no centro da sua memória. Quanto mais uma pessoa tentar esquecer a crise financeira que atravessa, mais penetrará nas janelas que financiam a sua hiperpreocupação, mais se perturbará, perderá o sono e descarregará a ansiedade no seu corpo, gerando sintomas psicossomáticos. Essas defesas do Eu não são apenas ineficientes como também aumentam os níveis de stresse.

Nunca tente apagar os seus arquivos. Não conseguirá. Não gaste energia tentando esquecer as pessoas que o magoaram. O seu desgaste torná-las-á inesquecíveis. A melhor técnica, como veremos, é assumir sempre a dor, reciclá-la com maturidade, nunca se colocar no lugar de vítima, conversar sem medo com os seus fantasmas, revê-los por outros ângulos e reescrever as janelas onde estão inscritas.

Os lugares mais quentes do inferno são destinados aos que, em tempo de grandes crises, mantêm-se neutros.

Eu acredito que o Mundo vai se aperceber com a crise de algumas questões que são fundamentais. Que o sistema tem de mudar, temos de avançar num sistema social a sério, num sistema ambiental a sério e que para o bom funcionamento da economia é preciso que os trabalhadores tenham uma palavra dizer e sejam tratados com dignidade.

A crise económica, em que estamos profundamente mergulhados, insere-se na crise internacional, que é real; e está na sequência de toda uma política desastrosa vinda do regime anterior.

Escutar o Nosso Corpo

O equilíbrio é a base da saúde. Embora seja indiscutível que uma dieta rica em vitaminas, o exercício físico e a meditação são essenciais para uma vida saudável, não existe uma fórmula universal que se aplique a todos os casos. Precisamos de prestar atenção ao corpo, à mente e ao coração singulares que existem em cada um de nós para descobrirmos as nossas necessidades específicas. A verdadeira saúde cresce connosco e transforma-se ao longo do tempo. Manter o estado natural de equilíbrio físico e emocional é fundamental para atingirmos um nível de consciência superior.
Escutar o nosso corpo é o primeiro passo para alcançarmos a saúde integral e identificar o nosso biótipo e tendências emocionais – os doshas – é um excelente começo. A partir do momento em que nos consciencializamos das nossas necessidades físicas podemos adequar dietas e programas de exercício à nossa medida. A verdadeira saúde não se exprime através de uma definição genéiica mas sim de um equilíbrio distinto de predisposições genéticas, comportamentos adquiridos, idade e perceções.

Subestimamos com alguma frequência a importância de uma boa noite de sono. As distrações induzidas pelo ego -listas de tarefas pendentes, problemas financeiros, crises familiares e medos –

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Dar Significado ao Tempo

Um dos prazeres humanos menos observados é o de preparar acontecimentos à distância, de organizar um grupo de acontecimentos que tenham uma construção, uma lógica, um começo e um fim. Este é quase sempre apercebido como um acme sentimental, uma alegre ou lisonjeira crise de conhecimento de si próprio. Isto aplica-se tanto à construção de uma resposta pronta como à de uma vida. E o que é isto, senão a premissa da arte de narrar? A arte narrativa apazigua precisamente esse gosto profundo.
O prazer de narrar e de escutar é o de ver os factos serem dispostos segundo aquele gráfico. A meio de uma narrativa volta-se às premissas e tem-se o prazer de encontrar razões, chaves, motivações causais. Que outra coisa fazemos quando pensamos no nosso próprio passado e nos comprazemos em reconhecer os sinais do presente ou do futuro? Esta construção dá, em substância, um significado ao tempo. E o narrar é, em suma, apenas um meio de o transformar em mito, de lhe fugir.

A crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparecem.

Somos o Mistério

No fim desta época, como se toda a longa viagem tivesse sido inútil, volto a ficar sozinho nos territórios recém-descobertos. Como na crise do nascimento, como no começo alarmante e alarmado do terror metafísico donde brota o manancial dos meus primeiros versos, como num novo crepúsculo que a minha própria criação provocou, entro numa nova agonia e na segunda solidão. Para onde ir? Para onde regressar, conduzir, calar ou palpitar? Olho para todos os pontos da claridade e da obscuridade e não encontro senão o vazio que as minhas próprias mãos elaboraram com persistência fatal.

Mas o mais próximo, o mais fundamental, o mais extenso, o mais incalculável, não apareceria, afinal, senão neste momento no meu caminho. Tinha pensado em todos os mundos, mas não no homem. Tinha explorado com crueldade e agonia o coração do homem. Sem pensar nos homens, tinha visto cidades, mas cidades vazias. Tinha visto fábricas de trágico aspecto, mas não vira o sofrimento debaixo dos tectos, sobre as ruas, em todas as estações, nas cidades e no campo.

Às primeiras balas que trespassaram as violas de Espanha, quando, em vez de sons, saíram delas borbotões de sangue, a minha poesia deteve-se como um fantasma no meio das ruas da angústia humana e começou a subir por ela uma torrente de raízes e de sangue.

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Crises entre quadro paredes? Use o dom da paciência. Se, dia a dia, cada qual ceder um centímetro, em breve tempo a crise estará porta afora!

Hoje que tanto se fala em crise, quem não vê que, por toda a Europa, uma crise financeira está minando as nacionalidades? É disso que há-de vir a dissolução. Quando os meios faltarem e um dia se perderem as fortunas nacionais, o regime estabelecido cairá para deixar o campo livre ao novo mundo económico.

O acumular de crises e o compensar dos crimes contra a ética convidam-nos a uma desistência da alma. Todos os dias uma silenciosa mensagem nos sugere o seguinte: o futuro não vale a pena. Há que viver o dia-a-dia, ou na linguagem dos mais jovens : há que curtir os prazeres imediatos.

Viver sem Sofrimento

Os prazeres ardentes são momentâneos, e custam graves inconvenientes. O que devemos cobiçar é viver sem sofrer muito. Aquele que sofre foge-Ihe uma parte da existência. O mal é nocivo à plenitude da vida por que é sempre causa do aniquilamento. Quando o sofrimento nos ameaça, e receamos que as forças defensivas nos faleçam, suspendem-se os outros movimentos do nosso coração, e então pouco há que esperar de nós, por que se torna incerto o nosso destino. O bem-estar de grande numero de individuos, que vivem retirados das agitações, depende mais da sua disposição habitual de pensamento que da influência de causas exteriores. A crise moral pode surpreendê-los e magoá-los momentaneamente; mas a força dos acontecimentos é meramente relativa. Os sofrimentos são mais ou menos intensos, conforme a época em que nos oprimem. O que ontem poderia aniquilar-me, levemente me incomoda hoje. Cinco minutos de reflexão me bastam. A maior parte dos objectos encerram e presentam, indirectamente pelo menos, as propriedades oportunas. Pô-las em acção é no que assenta a industria da felicidade. Ha aí que farte instrumentos fecundos de prazeres úteis; ponto é saber meneá-los. Quem não sabe trabalhar com eles, fere-se. Discernir, isto é, reflectir é o que mais importa…

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No ano passado, quando estava atravessando por uma crise, meu tio Benn (B. Crader, o famoso botânico) mostrou-me um desenho humorístico de Charles Addams.

Não existe crise de educação no Brasil nem em qualquer parte do mundo. O que existe é uma deplorável ausência da verdadeira educação.

Quando escrito em chinês a palavra crise compõe-se de dois caracteres: um representa perigo e o outro representa oportunidade.

A arbitragem – que até aqui, neste período de crise comercial, tem servido apenas para decidir reduções de salário, servirá um dia quando a prosperidade renascer, para decidir os aumentos de salário. O meio legal de que se têm utilizado os patrões – para fazer baixar os salários – será um dia o mesmo de que se servirão os operários para os fazer subir.

Apenas nas Crises Atingimos as Nossas Profundezas

Tudo o que o nosso corpo faz, excepto o exercício dos sentidos, escapa à nossa percepção. Não damos conta das funções mais vitais (circulação, digestão, etc.). O mesmo se passa com o espírito: ignoramos todos os seus movimentos e transformações, as suas crises, etc., que não sejam a superficial ideação esquematizante.
Só uma doença nos revela as profundezas funcionais do nosso corpo. Do mesmo modo, pressentimos as do espírito quando estamos em crise.

A Divinização do Utilitário

O grande conflito de hoje, no domínio socioeconómico, por exemplo, e contra a previsão de um Marx, não é o que opõe o Capital e o Trabalho, mas o que comanda a máquina e o que a serve (François Perroux). Mas o efeito mais visível, porque mais extenso, da sua compacta presença, é o que degrada os sonhos ao tangível e utilitário que define a vituperada «sociedade de consumo». Não é assim o útil ou utili­tário que se condena: é a sua divinização. O que surpreende no mundo de hoje não é a sedução da comodidade, mas que ela esgote todas as seduções; não é o sonho de «viver bem», mas que só se viva bem com esse sonho. Decerto o viver bem foi sempre um sonho de quem teve por sorte o viver mal. Mas a realização em massa dessa ambição instaura-se em plena força como modelo. E não apenas por ser uma realização em massa, mas porque aos «responsáveis» nenhum valor se impõe para a esse imporem. O utilitarismo é um valor negativo; mas con­verte-se em positivo pela negatividade de quem poderia recusá­-lo. O que nos «irresponsáveis» é uma ambição em positivo, é nos «responsáveis» uma aceitação em negativo,

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Reclamar com Espalhafato

Pelo facto de uma situação de crise (por exemplo, os vícios de uma administração, a corrupção e o favoritismo em agremiações políticas ou eruditas) ser descrita com forte exagero, essa descrição perde, na verdade, o seu efeito junto das pessoas sensatas, mas actua tanto mais fortemente sobre as que o não são (as quais teriam permanecido indiferentes ante uma exposição bem comedida). Como estas, porém, constituem uma significativa maioria e albergam em si uma maior força de vontade e um gosto mais impetuoso pela acção, esse exagero torna-se pretexto para inquéritos, punições, promessas, reorganizações. É nessa medida que é rentável descrever situações críticas em termos exagerados.

A Crise da Indiferença e do Desalento

Hoje mais do que nunca, nesta hora angustiosa que atravessa o País, mantenho os Meus indiscutíveis direitos ao Trono de Meus Maiores. (…) Politicamente: a desunião, a anarquia e o terror, verdadeiras significações do bolchevismo. Economicamente: a fome a bater à porta dos pobres especialmente, a fome a aliada mais poderosa da desordem. Financeiramente: a ruína que cada dia se aproxima, pois basta ver o que são hoje a nossa circulação fiduciária, a nossa dívida e o descrédito do dinheiro português. Na nossa situação internacional melhor é nem falar, tão graves são as apreensões que acerca dela surgem de todos os lados. Por cima de todas estas coisas, há uma outra pior ainda, se possível é: a crise da indiferença e do desalento! (…) Não abdicamos dos nossos princípios, pois representam aqueles que durante séculos fizeram a glória de Portugal, mas quando vemos o nosso País afundar-se é nosso dever oferecer à Mãe Pátria os nossos serviços para a socorrer.